Aconteceu

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Experiência não é o que aconteceu com você; mas o que você fez com o que lhe aconteceu.

O que aconteceu na luz, atua nas trevas.

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba

Cassia Eller

Nota: Composição de Renato Russo.

A cura causou-me mal. Tudo o que depois me aconteceu causou-me mal. Mas quando vez por outra encontro a chave e desço em mim mesmo, ali onde, no sombrio espelho, dormem as imagens do destino, basta-me inclinar sobre a negra superfície acerada para ver em mim a minha própria imagem, semelhante já em tudo a ele, a ele, ao meu amigo e meu guia.

Eu ainda não tenho condições de dizer o que aconteceu comigo, porque eu tenho medo de empobrecer o que eu vivi ali.

sou uma mulher mais ou menos
abandonada
um pouco me dou o direito
um pouco aconteceu assim

às vezes cansa ser independente
hoje me sustente não me deixe me alimente
quero alguém para pentear meus cabelos

sou uma mulher mais ou menos maltratada
um pouco por descuido
um pouco por querer
gosto da impressão esfomeada
às vezes cansa ser milionária
quero sair das páginas dos jornais
hoje me adote me faça um carinho deboche
me ponha no colo e abotoe minha blusa
me faça dormir e sonhar com o mocinho

sou uma mulher mais ou menos alucinada
um pouco foi o acaso
um pouco é exagero
hoje me expulse se irrite me bata
diga abracadabra e me faça sumir
às vezes cansa ser louca demais
mas gosto do medo que sentem
de se envolver com uma mulher assim
hoje quero alguém mais ou menos
apaixonado por mim

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.

Até criar a verdade do que me aconteceu. Ah, será mais um grafismo que uma escrita, pois tento mais uma reprodução do que uma expressão.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Lembro como se fosse ontem, mas aconteceu há exatos vinte anos. Eu estava sozinha - não havia um único rosto conhecido a menos de um oceano de distância - sentada na beira de um lago. Fiquei um tempão olhando pra água, num recanto especialmente bonito. Foi então que me bateu uma felicidade sem razão e sem tamanho. Deve ser o que chamam de plenitude. Não havia acontecido nada, eu apenas havia atingido uma conexão absoluta comigo mesma. Não há como contar isso sem ser piegas. Aliás, não há como contar, ponto. Não foi algo pensado, teorizado, arquitetado: foi apenas um sentimento, essa coisa tão rara.
De lá pra cá, nem hino nacional, nem gol, nem parabéns a você me tocam de fato. Isso são alegrias encomendadas e, mesmo quando bem-vindas, ainda assim são apenas alegrias, que é diferente de comoção. O que me cala profundamente é perceber uma verdade que escapou dos lábios de alguém, um gesto que era pra ser invisível mas eu vi, um olhar que disse tudo, uma demonstração sincera de amizade, um cenário esplendoroso, um silêncio que se basta. E também sensações íntimas e indivisíveis: você conquistou, você conseguiu, você superou. Quem, além de você, vai alcançar a dimensão das suas pequenas vitórias particulares?
Eu disse pequenas? Me corrijo. Contemplar um lago, rever um amigo, rezar para seu próprio deus, ver um filho crescer, perdoar, gostar de si mesmo: tudo isso é gigantesco pra quem ainda sabe sentir.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre: L&PM, 2008.

Nota: Trecho da crônica "Emoção X Adrenalina"

...Mais

"Já aconteceu de eu quase chorar por ter tropeçado na rua, por uma coisa à toa. É que, dependendo da dor que você traz dentro, dá mesmo vontade de aproveitar a ocasião para sentar no fio da calçada e chorar como se tivéssemos sofrido uma fratura exposta."

"Quem já perdeu alguma coisa que tinha como garantida (algo que já me aconteceu muitas vezes), acaba por aprender que nada lhe pertence.

Não importa o que aconteceu, a pergunta é: Você se divertiu?

Mudaram as estações
nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
sem saber
que o pra sempre
sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou
Quando penso em alguém
só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa

Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
Estamos indo de volta pra casa

Mudaram as estações,
nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
sem saber
que o pra sempre
sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar
o que ficou
Quando eu penso em alguém
só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar,
agora tanto faz...
estamos indo de volta pra casa

Ah. Menina, o que foi que foi que aconteceu com você? O que foi que fizeram com você? Eu não sei, eu não entendo. Roubaram a minha alegria.

‎Não lamente porque acabou, sorria porque aconteceu. Curta cada momento, pois eles podem não se repetir.

EC - E como aconteceu a montagem do show?
FA - A nossa principal idéia era mostrar que não existe palco e platéia, com uma muralha que precisa ser quebrada. Um show é uma oportunidade de pessoas raras se encontrarem, e compartilharem das coisas que acham fazer sentido. E isso tinha de ser montado de alguma maneira. Nosso primeiro show durou três horas e meia. Tinha poesia, festa, ciranda no meio do palco... Uma bagunça organizada. Naturalmente, tinha a ordem das músicas, onde iriam entrar as poesias. Eu ensaiava com metade da trupe em um dia, com outra metade no dia seguinte e tínhamos um ensaio final antes do show. Era uma apresentação longa, mas tudo foi necessário, porque estávamos nos descobrindo e amadurecendo o espetáculo. Depois, ficamos na célula de cada coisa: o que deu certo, os melhores momentos... Com o passar das apresentações, assistindo a vídeos, percebemos onde tem momento de silêncio, onde pode melhorar. Ao longo do tempo, entraram mais informações sobre o Lobo da Estepe , textos meus, teatro, lira, malabares... Agora, queremos usar tecido, juntar realmente tudo isso numa coisa só. O TM se encaixa em qualquer lugar, seja palco, quintal, sala... Conseguimos ocupar o espaço da maneira mais adequada.

EC - O figurino é um outro atrativo dos shows. Por que escolher a pintura de palhaço?

FA - A escolha do figurino foi motivo de dúvidas para alguns no início. Para que usamos a coisa do palhaço? Porque ele é 100%, um ser muito disposto. Uma coisa que usamos como chavão pra todo mundo: os opostos se distraem, os dispostos se atraem. Até uma simples bicicleta pode ser um pretexto para um palhaço dar show: com apenas quatro pedaladas, ele faz o povo rir, cai, levanta, com disposição de fazer arte sem o compromisso de buscar fórmula que dê certo. Nós queríamos realizar as coisas, falar as poesias, brincar no palco, fazer um circo em que a gente possa brincar de pensar. A trupe virou um círculo de criação, criatividade, uma célula forte por si só... Para isso se realizar ao vivo, não basta tirar as músicas e se apresentar. A trupe acredita no que está fazendo e tem essa disposição permanente.

"O Amor acontece de forma involuntária,não se pode cobrar ou exigir amor de ninguém ele simplesmente acontece ou não. Se acontecer com você a única coisa que pode fazer,é torcer para que também aconteça com a outra pessoa."

Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que eu escolhi me tornar.

Há mais ou menos trinta anos, havia violações de direitos, das pessoas com transtornos mentais. O confinamento, o abandono dos familiares e tantas coisas que se falavam...eu não vi,mas sei que famoso manicômios existiu . Pelo que ouvi,era um cenário sombrio , com conflito ético que envolvia o profissional da saúde mental. O paciente era pessoa sofrida excluída, e vivia escondida da sociedade,sem dó e nem piedade.
O tempo passou e defensores dos direitos humanos encontraram outros modos de acolher o sofrimento mental em espaços de convívio social.
Os serviços comunitários, como os Centros de Atenção Psicossocial, com profissional especializado e capacitado. Ótimas dinâmicas ,para instigar e poder reintegrar na sociedade.
Nas unidades básicas de saúde,surgiram os consultores em dependência química . Profissionais que passaram pelas mesmas dificuldades na vida e encontraram a saída.
Os trabalhos eram feitos na residencia, sem a interferência de outros profissionais. No conforto do lar o atendimento era humanizado de fala mansa e gentil,no conforto do lar, a dignidade resgatar.
O tratamento não era intenso e nem violento,nada de imposição,eles compreendiam os irmãos porque passaram pela mesma situação.
Abrindo um leque de possibilidades, alguns deles deixavam de frequentar a unidade. Só precisava de compreensão e,uma boa conversa indicava a direção.
Mas aos olhos da sociedade capitalista,isso não era bom. Os profissionais que trabalhavam com o coração,foram extintos,acabou se essa profissão.
Os caps ainda existem,diz se que houve uma evolução. A medicação ainda é necessitaria,e é feita uma seleção. O individuo tem que passar por uma avaliação. Nem sempre é possível ter o tratamento lá não.
A família que tem um "saúde mental" vivem em dor e sofrimento. Porque é muito difícil conviver com o diferente e não ficar doente.
O desespero dos familiares não dá para comparar: Uns querem internar para se livrar. Outros querem descansar de tanto sofrimento,porque viver com estas pessoas é um tormento. Ha o familiar que realmente quer ajudar e até se compromete a acompanhar,fazendo o que preciso for..entre os envolvidos...uns cuidam com ódio e outros com amor.
O entorpecer é bem antigo ,desde o inicio das civilizações,por religiões,em diversas situações e em todas as nações..
Não ha capacitação profissional que possa resolver ,sem procurar entender que a confusão deste irmão vai além da mente e da dor que se sente. o chamado alucinação,na maioria das vezes não é ilusão,é a realidade da criatura sendo levado a fazer o que nem eles sabem dizer.E muitas vezes , apesar de não querer,continua a fazer sofrer quem lhe estende a mão. Entupir de medicação só vai piorar a situação.É preciso olhar com nova visão....após a morte, os espíritos continuam a disputar afeição e vão traçar empreitadas de vingança e violência com quem esta em sintonia de mesma vibração.
O não saber,não permite o entender e ,o continuar nesta situação vai pernoitar e amanhecer enquanto o saúde mental viver.....
Espírito desencarnado sugere ao pobre coitado, que muitas vezes sem querer por falta de não entender,sofre e faz a família sofrer....

Tudo aconteceu tão rápido não? Quem diria que aquela conversa boba um dia se tornaria algo tão grande e especial. Não sei explicar direito o que aconteceu, não sei descrever isso. Só sei que um sentimento que toma conta de mim, um carinho bom, um carinho que conforta. Nunca imaginei que um dia alguém ia conseguir me aturar por tanto tempo. Afinal 7 meses não é pouco. Dentro desse período você me ensinou o que é o amor, me mostrou que ainda existe motivos que fazem a vida valer a pena. Passamos por cada problemas mas superamos. Tivemos nossas brigas, muitas brigas; Mas nunca desistimos, quer dizer, você nunca desistiu de mim. Obrigado por tentar me fazer feliz, obrigado por tirar um sorriso meu todo os dias. Seu jeito de falar me fascina; Quando você me chama de chata e ao mesmo tempo de fofa, quando você tem seus momentos de ciúmes e quando vem me zoar porque meu time perdeu, tudo isso me encanta, você por completo me faz feliz.
Obrigado por me mostrar que eu ainda sei amar.

Depressão pós-nada: Nada te aconteceu, mas você fica deprimido mesmo assim.