Achar
Quem disse que a chuva atrapalha, não sabe que ela bate em minha janela, trazendo-me, leveza nos pensamentos e a certeza que amanhã será vinte e três do mês... Esqueci!
"Quem muito se acha termina se desencontrando de si mesmo, perde a humildade, perde a razão e pra muitos, fica sem perdão."
Sabe o que é estranho? Eu achei que fosse sentir falta dele. Eu achei até, em certo momento quando o silêncio dele me cortou, que haveria dor. Imaginei que doeria e que haveria uma música, uma sinfonia qualquer que embalasse meu choro, mas não houve. Não houve dor, nem sequer lágrimas! E eu, que achei que estivesse me apaixonando por ele estava apenas me apaixonando pela ideia de estar apaixonada por ele. Ele foi como um vento que passou. Não, vento não, porque as ventanias são intensas e desconcertantes e ele não provocava esse efeito em mim, por isso acho que no fim das contas, ele foi uma brisa.
O que fazer com esse ser de ambivalências que habita mim?
Como não ser ambivalente?
Como faz?
Como acabar com essa sensação
De me perder a cada vez que me acho?
Como faz para ser uma só?
Todos são assim?
Será que meu problema
é que eu disfarço pouco?
Tinha mania de achar que sorte minha ter alguma coisa com você ou com ele. Mas quer saber? Sorte sua. Sorte dos outros 70 e tanto. E sorte de quem tiver a sorte de estar comigo.
Percebendo o tempo que o tempo não tem,
o mesmo tempo que se perdeu no tempo,
se achando, de tempos em tempos também.
Com medo de se tornar um adulto armagurado, preferiu continuar como um garoto
com a vida deslumbrado.
Para alguns, não possuía sanidade,
Para outros, só tinha apreço por liberdade, não pela rotina ser aprisionado.
Descobriu cedo que viver era sonhar acordado, que crer valia a pena, como o desejo de voar alcançado.
Sua história faz lembrar de que é preciso se perder para depois se achar, que a situação pode ser temível, mas até na Terra de Nuncas, tudo é Possível