Aceitação
Ontem mesmo, achava que sabia dirigir a jornada e, por décadas, lutei com a frustração de sempre estar errada. Porém, a saga do desvencilhar-me de expectativas, trouxe-me muitos aprendizados que, inclusive, foram fundamentais para a construção desse momento presente. Portanto, sou grata também a meus pensamentos ingênuos. Hoje, olhando os pássaros despreocupados brincando em meu jardim, fiz yakisoba escutando Phil Collins. E ficou muito bom. Paz na alma é tudo.
Depois que aprendi que, nesta vida, não se morre apenas uma vez, perdi o medo da morte. Entendi que, da mesma forma que o corpo físico, quando morre e se deteriora, transforma-se em parte da terra e dá vida a outros organismos, a morte de ciclos, escolhas, verdades, personalidades ou de posturas perante a própria vida, inevitavelmente faz nascer um novo capítulo e novas possibilidades. E também que, com a superação dos apegos emocionais, o fim de algo em nós que não mais nos serve amplia a gama de realidades possíveis dentro da breve passagem pela existência.
Na montanha russa da vida,
quando árduo parecer o adiante,
lembra que és carro, estrada infinita
e a própria montanha gigante.
Independentemente do elemento algoz ser um fator externo ou tua própria agonia, aprenda a observar seus sentimentos antes de aceitá-los como determinantes imperativos de suas reações. A mente é um mecanismo de teu corpo físico, não o que você realmente é. E a perturbação mental, a permissão da desarmonia desse aparelho, é opcional, portanto, disciplinável.
Tudo na vida são escolhas. E,
por mais amor que tenhamos,
não podemos fazer escolhas
nas jornadas Ímpares de outras
pessoas. Cabe a nós apenas
respeitar e desejar amor e
felicidade.
Cada pessoa conhece seu mundo da
maneira que o enxerga. O conflito de
realidades é a causa da turbulência. É uma das poucas coisas frente a qual não nos restam saídas que não desistir. Aceitar e encerrar é uma benção.
A morte me espera na esquina (Alessandra Bione)
A morte me espera na esquina, paciente.
Como um amante resignado que espera que seu amor se apronte para um encontro fortuito, ela espera.
Não olha o relógio ou o telefone, mas aguarda olhando o céu azul. E quando chove, sente os pingos latentes escorrerem-lhe sobre a pele em direção ao chão.
Enquanto corro de um lado para o outro inquieta, ela aguarda tranquila.
Algumas vezes, enquanto sigo errante em sua direção, nossos olhares se encontram e ela sorri.
Em meio ao turbilhão que é a vida, uma parte de mim anseia borbulhante o momento em que ela me estenderá a mão e não poderei ignorar seu chamado.
Ela, então, solene e determinada, me levará amorosamente ao encontro de meu destino traçado desde os tempos imemoriais.
Escrito onde o tempo não existe por que quem escreveu não se submete.
A morte me espera na esquina.
Lembrando-me ao longe que a cada dia estamos mais perto de nós encontrar.
E se der tempo, deixarei um bilhete aos que ficam que dirá:
Vou na frente. E atrás de quem foi antes de mim. Saltitante em direção ao mistério inexorável que a todos nós espera. Chorem o até breve, celebrem o até aqui.
A morte me espera na esquina.
Ora, dona Morte, aguarde só mais um pouco. Já, já calçarei meus sapatos lilases de salto anabela e, quase correndo, ou me arrastando, finalmente, estaremos juntas para o o pré evento de meu dia mais feliz.
Alessandra Bione (19/12/23)
Com o tempo a gente descobre que mais importante que os outros gostarem da gente, é a gente aceitar-se como é e gostar de si mesma.
Eu e você somos garotas difentes porque enquanto você era a menina que não usava maquiagem ou vestido porque queria se diferente das outra garotas. Eu fazia o mesmo mas eu só estava sendo eu mesma
A pessoa quer terminar o relacionamento? Aceita.
Aquele amigo deseja ir embora e procurar novas amizades? Aceita.
Fulano não quer assunto? Aceita.
Talvez a sabedoria da vida esteja em entender que ninguém é obrigado a nada.
Na dúvida, coloque - se no lugar do outro: Você gostaria que te obrigassem a ficar?
Na busca por perfeição, tudo se torna imperfeito. Ao contemplar a imperfeição, ganhamos um mundo perfeito.
"Em pensamentos"
Em pensamentos me encontro sempre que reparo
A minha mente não se cala por um segundo que seja
São tantos pensamentos que às vezes...
É difícil não me abalar com eles,
Era tão melhor se eles estivessem calados
Às vezes... os pensamentos não têm a minha voz,
Têm a voz dos outros
Que muitas vezes acabam por nem dizer nada,
Mas eu sei o que eles querem dizer
Parece que estão a gritar os pensamentos deles ao meu ouvido
Aí sim, não consigo não me importar
Porque magoa,
É como uma facada no coração,
Saber que se é uma desilusão.
Às vezes pergunto-me se tem alguém que, sem mim,
Sinta que a rua não tem chão,
Ou que o mar já não tem água
Se sem mim a vida de alguém é um pássaro sem asas
Na verdade acho que ninguém se sente assim sem mim
Eu só gostava que sentissem
Às vezes dá vontade de gritar o que sinto,
Mas não me quero tornar nas vozes que ouço
Quero ser livre
Quero ser a maré do meu mar
Quero completar-me sozinha
Sem depender do que os outros vão achar
Por isso,
Pelo menos em pensamentos,
Me perco,
Porque não se calam,
Mas eu não abro a boca e grito por dentro
Só para calar o que ouço sem ouvir
O sol nasce pra todos, querer vê-lo, é opcional. Assim a tempestade vem para todos, aceitar não é opcional é fundamental.
Pessoas vem e vão. O importante é assegurar que: as que vão deixam um gostinho de saudade ou o amargo sabor de “que bom que se foram”. As que ficam, ficam porque a vida nos presenteou e com certeza deixam aquele ar de “que bom que estão aqui”. Pessoas machucam ou curam, amam ou odeiam, depende da situação e da nossa aceitação.
Alguns ensinamentos nos convidam a refletir sobre a impermanência da vida e a importância de aceitar o que não podemos controlar. Segundo Sêneca, "a vida é longa se soubermos usá-la". Devemos focar no presente, encontrar serenidade na aceitação e agir com virtude. Marco Aurélio nos lembra que "a felicidade da sua vida depende da qualidade dos seus pensamentos". Portanto, cultivar uma mente equilibrada e focada no que é essencial é crucial. Epicteto reforça que "não são os eventos que nos perturbam, mas nossas opiniões sobre eles". Ao controlar nossas reações, encontramos paz e força interior para enfrentar os desafios diários.
Marcelo Viana
Em todos os caminhos que tomo,
Sinto a verdade simples e serena:
Todos levam ao mesmo fim.
O fim é a única certeza,
O ponto final de cada passo.
Não há mistério, nem há desespero.
A vida é uma senda sem pressa, mas com destino certo.
Perco-me em cada curva,
E ao perder-me, encontro a paz.
É no perder-se que se vive,
Na aceitação do inevitável,
Na simplicidade de cada instante.
O campo não se preocupa com a estrada,
A flor desabrocha sem pensar no fim.
Vivamos então, como a natureza,
Sem medo, sem pressa,
Perdendo-nos na beleza de cada dia.
Pois é no perder-se que se encontra
A verdadeira liberdade do ser.