Abstrato
De olhos abertos, fechados!
Abri os meus olhos
Tentei ver o invisível
Imaginar o abstrato
Tocar os sentimentos
Gritar no vácuo
Ouvir o calado momento
Dormi dias e noites
Tentei encontrar a esperança
Cometi os meus erros
As noites se acabaram
Os meus olhos se fecharam
Perdi na memória
Aquele único momento acordado
O amor é algo que não se pode expressar em palavras ou em frases, é algo abstrato que está dentro de nós e não o compreendemos, porque não somos sensíveis a ponto de poder entendê-lo.
..E eu me canso de toda essa parafernália linguística que tenta definir este abstrato que é a Felicidade. Como tudo na vida é relativo, relativa também é a idéia que dela se faz. Rendo-me e escrevo mesmo assim... Não acredito na hipocrisia do “eu sou feliz”; quem é permanece e Felicidade não é inércia, é variação. É sentimento adquirido e de pouca consistência, então não se é feliz, fica-se Feliz e para ficar, não precisa ser, nem permanecer, só estar.
Quem quer “ser feliz” precisa ser imediato, consumista e perfeito e é esta perfeição que impossibilita o “ser” favorecendo o “estar”. Felicidade não é individual, é democrática; precisa de outros para acontecer. Ninguém está feliz sozinho; felicidade influencia para o bem ou para o mal quem está em volta. Consegue ser pessoal sem a obrigação de ser intransferível. É sentimento gratuito, mas precisa ser conquistado.
Felicidade não é contentar-se com a realidade que se vive e sim ter a capacidade de tornar esta realidade melhor. Felicidade é fazer acontecer ainda que seja para outros. É a tentativa nem sempre garantida de acerto. É o fracasso que traz a lição. Reconhecer que vale à pena viver é insuficiente para defini-la. É preciso vivê-la e vivê-la intensamente!
“Estou feliz, mas não o sou”.
Sou um desenho Abstrato...
Onde muitas vezes pessoas interpretam de uma maneira errada, sou profundo, sou rico em cores e sorrisos, pois amo tudo que a vida tem a me oferecer, tenho fome... Fome de viver cada dia da minha preciosa vida, pois nela me atiro de cabeça, às vezes me machuco, pois achava que naquela água parada tinha alguma certa profundidade, mas não passava de uma poça criada pela chuva... E quando me machuco começa uma metamorfose física e mental. Pensamentos vagam em minha cabeça e assim começo a crescer novamente, pensando nos erros que cometi. Fico esperto, mas sou humano cometerei vários outros erros, mas estes não seriam por falta de aviso e nem por falta de experiência... Mas sabe, Não quero ser Realista nem otimista demais apenas quero me prender ao momento e dele usufruir ao máximo...
Realizar é preciso, mas é importante plantear com cuidado a ponte que separa o abstrato do concreto.
UM CÃO EM MEU PESADELO
Pelas ruas eu vi abandonado
Um cão abstrato e zangado
Do lado um jovem desamparado
Olhando para o animal perigoso
Correu pela calçada soando
Atravessou na frente dos carros
Do lado viu outro animal
Não teve jeito, logo passou mal
As forças acabaram no sinal
Sobre duas cabeças perigosas ficou
Correndo deu de frente ao hospital e parou
Logo ali ele entrou
Der-repente inúmeros cães o abordou
Após três segundos, do pesadelo retornou.
A autenticidade seja lá do que for, concreto ou abstrato, é medida por sua duração e não por sua intensidade!
"Gramática: Substantivo abstrato não possui plural." Mas e quando existir tanta saudade de tantos momentos... O que dizer senão saudadeS?
Substantivo abstrato não vai para o plural... Mas eu renego a gramática, a sentir tantas saudades de ti!
MUDANÇA
Se acaso, abstrato até do que tenho sonhado
Ainda estou neste mundo só comigo
E, sincero ao que já não serve nada
Pelo mesmo caminho, quase à metado sigo.
Domina em mim desfeito o que já contei
Como meus sonhos aberto que falava
E muito pouco daquilo que provei
O amargo e o doce do acordo programado.
Aí me solto, abro as mãos e tudo largo
E conto o tempo, nutro a minha aparência
E me confundo se fora tudo sonhado
Ou de verdades que me dói a consciência.
Se em outros lugares a vida teme aportar
E de pequena, se fazendo, triste dormir
Se por encanto a lua e o sol ficam a desenhar
As mesmas dores, esperanças pressenti.
AO OCASO À AURORA
Num abstrato sol que eu estranho
Reside a luz que emana de ti
E que me absorto por jatos de cores
Na temperatura dos teus olhos
Que se deslumbram.
Os homens preferem as noites densas
Por sobre a lua
E elas não são deles
Nem queima
Nem se origina de uma força eletromotriz
A luz avermelhada do sol
Destaca o fogo das caatingas
O maldizer de quem se amedronta e conta as horas
Face da lua toda branca e reticente
Em fases se distrai e passa
Do horizonte dividido em pedaços de estrada.
O sol tem uma estação na mesma posição
E como a velha locomotiva
Não se cansa e precisa de mais gravetos
E quem lhe alimente em sua fome voraz.
A lua renasce em partes por vezes se arremete
À terra por discos voadores.
E nós voamos também além horizontes
No dia pela amarelidão da luz
À noite pelo foco brando do luar.