Abstrato
O caminho mais abstrato para alcançar o que se almeja é o trilhado pelos nossos sonhos, também o mais confortável, o mais difícil e distante, porém não impossível.
Será que os seus sentimentos são tão abstrato assim que não permitem que os meus adentre a ti;
Mas com um subentendimento não escondo a ideia que existe na cabeça sem a menor obrigação de acontecer;
Se amanhã não for nada do que eu pense não nos caberá preencher os espaços vagos;
Sabe, escrever é como... Tentar capturar o abstrato. É tentar "fotografar" com palavras o por do sol ou tentar descrever a melodia de uma música. É materializar os sentimentos, é expressar-se. Poucos realmente entendem isso como eu entendo.
"Somos projetos mal acabados, que condicionamos o realismo com o abstrato. Como se não bastasse, fazemos do erro nossas paredes de concretos, nas quais passamos horas em pensamentos incertos. Do que vale, se não forçarmos nossos limites e impormos nossas vontades mais profundas?" - L.R.
"Só sei por qual motivo vim quando olho no abstrato infinito desenhado no céu. No entanto, sinto náuseas ao ver que, no formigueiro da espécie humana, tão pouco encontro um olhar simbionte ao meu."
A cada dia em que vejo a decadência do amor , penso em quão abstrato é viver dele ou pra ele.Os "falcetes" da voz que finje amar enganam , são sórdidos , cruéis , são verdadeiros falcetes!
O abstrato seja no horizontal ou vertical... a gente sente... percebe... esquece... aparece...sem hora e sem data... aquece... e nunca esquece.
Dizem que o amor é abstrato, abstrato pra quem não o vive e não o sente...aos olhos de quem ama, o amor se materializa nas formas mais sublimes vislumbradas a existência humana...um abraço, um beijo, um sorriso, o companheirismo, são as formas mais singelas de concretização do amor.
Vivemos à procura da felicidade, mas ela nada mais é do que um abstrato sem fim. Uma busca pelo que buscar.
Quadro Abstrato
O grande e gracioso peixe perolado com olhos de cristal está contornado por folhas e gavinhas,besouros solitários azuis e vermelhos, flores desabrochadas e maduras frutas cítricas.
A coroa em sua cabeça é uma roda gigante de sensação comum deitada num giro anti-horário de jornada eterna e descançada.
No céu, uma ilha flutuante de montanhas rochosas distantes e adormecidas, abriga uma paisagem de alguns coqueiros e matagal, e um balão arco-íris paira alto fixado por cordas fincadas na praia branca nunca antes visitada e entrega às areias o fim de sua desenrolada escada de cordas.
Seguindo o rastro de pegadas solitários ao largo da praia o outro extremo aponta onde se finda. Ali há um martelo deixado ao lado de fincadas estacas que sustentam outra escada de cordas que se derrama desde a ilha até a entrada da roda gigante.
A estrutura em madeira de pintura desgastada em amarelo e vermelho tem escrito acima "entrance" e "exit" e fincada ao chão uma catacra enferrujada de entrada e saída liberadas.
Alguém reveza os últimos degraus da escada em direção a roda-gigante. Desce vestindo verde, tênis e jeans com o olhar para cima mesmo sem ainda tocar aquele chão.
- Acho que sou um conjunto vazio, uma forma de vida inexistente, penso mas não existo. Abstrato aberratorio confuso, sou o que julgo inexistente!
Difícil ter algo mais concreto do que um bloco de concreto e nada tão abstrato quanto um bloco de abstrato.
CONCRETO/ABSTRATO
Eis aqui minha solidão
que desorganizadamente teima em existir.
Eis aqui minha guerra
que caleidoscopicamente procura ideal.
Eis aqui minha lucidez
que meramente quer ser visível.
Eis aqui meu amor
que inutilmente permanece acordado.
Eis aqui o imprestável
que interessa a muitos.
Eis aqui a limitação
do que é possível.
Eis-me aqui desarticulado - ironicamente vivo:
o poeta que não sabe amar inventando uma realidade.
Suponho me entender
desentendendo-me
s u b i t a m e n t e ! . . .
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