Abstinência
Ledo engano! Sacrifício, abstinência, oração, penitência, arrependimento não nos leva ao paraíso! Pode ser falso!
E ontem bateu a nostalgia
Aquela velha abstinência cai sobre mim
Levanto
Pego um cigarro
Coloco entre os lábios.
Dou a primeira tragada.
E sinto meu corpo relaxar
Começo a pensar
Como algo tão bom
Faz tão mal ao mesmo tempo
E faz com que me sinta mais viva a cada tragada que me mata
Abstinência
Sinto a tua falta do lado da cama.
Saudade da tua voz dizendo que me ama.
O cheiro do perfume em meu travesseiro.
Dos toques e entrelaço de pernas e dedos.
Abstinência
“Um dia de cada vez”!
A angústia tenta preencher os espaços vagos.
A tristeza mendiga um lugar só dela.
Um estupor!
Agora é isso, aprender a viver sem ela,
Em total abstinência da viciante felicidade!
Eu poderia dizer que fui acometido por uma abstinência de sensações às quais já estava acostumado. É o que você sempre diz, mas eu ainda não me acostumei a você.
A ciência pode vir a destruir suas convicções, mas seja receptivo. Pois a abstinência dela pode te segregar do póstero.
A maior prisão e abstinência de si mesmo é feita através da religião com os ignorantes, que são presos a um pensamento de que existe um "amigo imaginário" que tudo faria por amor a eles; até mesmo mandá-los pra um lugar de muito sofrimento e dor caso se recusem a fazer as vontades desse "amigo imaginário".
Doses de inconsequência
Encontrei em minha falta de querer
Motivo perante a abstinência.
Desapeguei do total pudor
O medo oscilante, sem suceder
Se exilou enfim de minha existência
O fogo vermelho se tornou azul
No calor do depois,
Compulsão de nós dois.
O agora mostrou que reluz.
Agonizante exatidão,
Súplicas fora do conceito.
Sua cautela improvisada
Traça o pecado perfeito.
Agora sem decência,
O intenso ultrapassou a dor.
Ingrata loucura derramada
Afável, intocada.
Miúdas doses de inconsequência.
Trago em mim seu calor.
Mistério tênue a se fazer decifrar.
O depois se tornou loucura
No caos do embaraço,
Vida curta para pensar.
Indecência se tornou cura.
Não mais me afundarei,
Nem mergulharei em uma virtude disfarçada de compostura.
Abstinência
Caminho pelas estradas da vida, seguindo algo, que eu não sei onde está, vou sem saber pra onde, o único destino que existe no meu bilhete é em qualquer lugar, fica difícil decidir pra onde ir. Às vezes paro pra respirar, mas me lembro que já não respiro mais, fica difícil.
Me lembro bem daquele dia que você me ensinou a voar, e hoje dói lembrar o quão doce é o gosto do vento. Vou assim sem saber pra onde, vou seguindo meus olhos, mas não sei se posso confiar neles, porque eles tentam me enganar, buscam um alguém que não quero mais ver em todos os rostos, às vezes tenho medo de olhar nos olhos e vê-la. Mas as coisas são assim, quando canso de caminhar, gosto de deitar na grama e olhar para o céu, principalmente à noite, pra olhar as estrelas, principalmente aquela que brilha mais do que as outras, me lembro quando olhávamos juntos pra mesma direção, fico me perguntando como uma pequena bolinha no céu me faz lembrar e sentir tanta coisa? Então fecho os olhos e na verdade tenho medo de fechá-los. Porque o que mais me dói é não saber que quando eu fechar os olhos vou me lembrar dela, e sim quando eu abri-los e saber que são apenas lembranças.
E assim continuou caminhando por esta estrada, sem saber pra onde, sem saber quando vou chegar, mas eu sei que essa abstinência uma hora vai passar.
A crise me afetou.
A crise de existência,
A crise de abstinência,
De inocência.
Ainda preciso me recuperar
Sozinha,
Traída pelos ideais que pensei serem meus.
Mas tudo não passou de condicionamentos,
Me levaram a acreditar em minhas crenças,
Ma ensinaram a ser o que sou,
Me construíram.
Não fiz parte dessa construção.
Se fiz não me vem na memória uma
Escolha, uma vontade, uma se quer
Liberdade, todas enquanto puramente
minhas.
Agora tudo balança,
Mas nada cai,
Nada...
Por que então não me refaço?
Primeiro precisaria de ferramentas,
E têm que ser as minhas ferramentas.
Mas onde encontrá-las?
De onde pegá-las,
Ou como criá-las?
" Abstinência nem sempre é solução e pode ser apenas uma medida disciplinar sem que, necessariamente, signifique um ato educativo. Por educar devemos entender, sobretudo, a desenvoltura de qualidades íntimas capazes de nos habilitar ao trato moral seguro e proveitoso com a vida."
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