Abro a Janela
Fecho a Janela do mundo
Enquanto abro a do meu quarto
A reclusão um dia vivida no agora já não me cabe
Pronta pra sair sem olheiras ou cansaço
Juntando-me a sinantropia que sobre o mundo se abate.
"Eu me alegro quando abro a janela.
Era inverno e o frio tudo consumia, na vidraça somente o cinza do céu se via.
Tudo era seco, galhos, folhas e flores e até os animais se escondiam.
Fazia frio, diziam.
Pra mim era só inverno.
Era tempo de secar algumas dores, cicatrizar algumas feridas.
A paisagem gelada condizia com o estado da minha alma.
Por isso me alegrava quando a janela abria.
Sentia-me parte daquele cenário.
E a solidão, por incrível que pareça, diminuía"
Existe uma janela
Abro essa janela, sempre bem cedo.
O sol sempre está lá
Tem calor
Tem pássaros, flores
Uma janela de vida
Mas existe tempo certo para fecha-la
Sempre tenho que fecha-la
E conviver tb com as minhas paredes
São dois mundos
E de fora e o de dentro
O imaginário e o real
Vivo os dois
Um complementa o outro
Mas dá vontade de pular
E viver ao sol
Por todos os dias
Pelo resto da minha vida
Abro a janela
E me debruço no parapeito
No granito gelado
Com a chuva castigando
E o frio congelando meus pés
Choro de saudade
E as lágrimas quentes e salgadas
Se misturam com a chuva fria e doce
Não sei a proporção das águas
Que resvala em mim
Chuva ou lágrima
Nosso cachorro
Me olha com olhos brilhantes
Me indaga
E chora também
Não sei se pelo meu choro
Ou também de saudades de você
A chuva não para
Mansa e molha tudo
Continuo sem saber
O que é chuva ou lágrima
Só sei que dói
EM UMA MANHÃ DE CHUVA NO CERRADO
Verão. Defronte o cerrado. Chove além
Abro a janela, o cheiro de terra molhada
A melancolia... na imensidão, me provém
Invade a minha alma, e ali faz pousada
Sobre o pequizeiro as gotas, e também
O meu olhar, que pinga lágrima mastigada
Suspirando o ar úmido que dor contém
E no vaivém, do vento, lembrança alçada
Olho o céu gris e vejo o meu poetar triste
E o pranto do silêncio por onde sumiste
Encharcando de sofrência a vil inspiração
As águas cantam. Rolam, caem. Um vazio
E na enxurrada um padecer tão bravio
Que vai arrastando a saudade e a ilusão
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25/01/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
"Toda manhã quando abro 2a minha janela é como uma nova história que vou viver. Quero ser a pessoa mais correta do que fui ontem porque o hoje posso mudar alguma coisa e do ontem fica lição de que muitas coisas eu poderia ter feito bem melhor,e não fiz."
Desperto tranquilo e abro a janela do meu quarto
Ao longe vejo uma linha horizontal de cor dourada e sem ruídos
No céu, um rosa púrpura desbrava corajosamente a imensidão do azul
quase negro da madrugada.
Uns chamam de autora, eu chamo de você.
Abro a janela, deixo a luz chegar
E iluminar os pensamentos que aqui dentro há
Lavo as palavras, reflito com meu reflexo
Vou buscar um nexo e tem quente já
Alimento a mente, dou ração pra alma
Pacientemente dou razão pra calma
Rego as sementes, cuido bem do jardim
E cada flor ali presente é importante pra mim
quando abro a janela do meu quarto/vejo um sol/ele está brilhante igual ontem/mas tem uma diferença e uma igualdade/sol sempre volta a surgir/ cada dia é uma chance para recomeçar/ sempre há um novo começo
Tem uma bruxa na minha janela
Se fecho os olhos ainda vejo ela.
Se abro os olhos ela me atormenta
Diz quem manda, quem manda é ela
A bruxa me prende
Me escraviza
Em tudo o que sonho ela ironiza.
Ela detém as ventanias e soltando apavora
Me diz, Bruxa, você não tem uma brisa?
Abro a janela
E deixo a sorte olhar pra mim
Jogo os dados com o vento
A vida toda está ali na frente
Naquela esquina
Naquela estrada
Que eu ainda não segui
Azar o meu."
Abro a janela,
tento respirar um ar puro
mas a noite é um soco no estômago
dos loucos apaixonados.
Tuas coisas ainda estão no meu quarto,
me encarando como se quisesse ouvir
meus relatos de saudades
e teus livros ainda estão na estante,
contando a nossa própria história em outros enredos e épo#2;cas.
Já não sei mais como faz para você ir embora,
já não sei mais como calar um coração
de eternos barulhos.
Vivemos num mundo onde herdamos medos e não sonhos. Se abro a janela os pernilongos me atacam, se tiro a máscara não me reconheço mais. Vivemos num mundo miserável, onde poucos territórios são permitidos, mesmo dentro da nossa própria casa.Vivemos num mundo onde estamos cansados de nos carregar para frente. Num mundo tarja preta onde a guerra está ao nosso lado e não sabemos o que fazer. Vivemos num mundo em que qualquer idiota tira diplomas e carregam cargas como animais de tração. Vivemos num mundo separatista por religiões, por convicções, ideologias e até torcidas, Um mundo em que as memórias são fracas e a história editada.
Abro meu coração
A janela da alma escancaro
Para dizer o que sinto
O sentimento que arde em meu peito
A paixão por você.
E sempre que abro a janela do meu olhar o sol vai entrando devagar...
Acariciando minha alma como a dizer...
Vai ficar tudo bem!
E vai.
Quando se abre uma janela, o sol muito esperto entra sorrindo nos mostrando quão bonita e generosa é a vida...
Como a nos inspirar pra não perdermos tempo e deixar o amor acontecer...
Abre a janela...
Abre a porta e dê uma espiadinha lá fora...
Contemple o céu bonito...
Feche seus olhos e absorva esse dia lindo...
Não tenha medo.
Vá!
O caminho tá florido.
Com verdade.
Com serenidade.
Com felicidade...
A alma vibra quando nos permitimos ser...
Amor.
Paz.
Lar.
E sempre que abro a janela do meu olhar contemplo você...
Luz bonita que clareia meus caminhos para lhe encontrar á cada amanhecer, para lhe entregar meu amor que só sabe ser música e poesia com você...
De mãos entrelaçadas numa manhã bonita, de olhos abertos deixando se fotografar na memória do nosso coração as delicadezas que a vida á cada amanhecer nos presenteia como poder se encantar com o voo das borboletas, ouvir o canto dos pássaros, abraçar com vontade cada oportunidade...
O amor é uma oportunidade.
Uma possibilidade.
Uma certeza.
O infinito das estrelas dançando no seu olhar...
E sempre que abro a janela do meu olhar lhe enxergo vindo em minha direção, sorrindo, despido de incertezas e pronto para me amar...
Despida também estou...
Mas de corpo e alma...
Pronta para em ti me aconchegar...
E dançar esse amor até o sol raiar no meu, no seu olhar...
‘A criança que existe em mim’
— Abro a janela pra criança que existe em mim!
— Ela é feita de histórias, cantigas,
suspiros, risos, castigos,
muitos “NÃOS” e grandes alegrias!
— Ela cresceu brincando, pulando amarelinha, fazendo cozinhadinha, ela amava uma sombrinha!
— E seu curso o rio seguiu!
— A menina, cresceu, estudou, outros idiomas aprendeu, conheceu o amor, sonhou, viajou, em outros Países morou!
— Sonhos, muito maiores que
os sonhados, realizou, porque Deus a abençoou.
— No vai e vem pela vida, foi
deixando suas marcas, suas pegadas,
às vezes profundas,
outras bem delicadas!
— Às vezes saltitante, noutras, exausta, cansada e algumas vezes foi carregada!
— Hoje ela só quer adorar, entoa hinos de louvor, em gratidão ao SENHOR,
porque foi Ele que a carregou,
quando ela não conseguia caminhar.
— Às vezes descalça caminhando a beira do mar, ela se pega com Deus a falar,
fica toda esperançada!
— Falando sobre projetos
Traçando metas, agradecendo pela família que Ele lhe deu!
— Continua deixando pegadas, na estrada da vida, que ela segue a passear!
— Vai sob a direção daquEle, que sabe onde o trajeto dela chegará!
Rosely Meirelles
Acordo tarde, esperando a ressaca do vinho barato, sem vontade de sair da cama. Abro a janela e vejo a cidade cinzenta, cheia de gente apressada e sem rumo.
Mas eu sou diferente, não quero seguir a multidão, prefiro me perder nas ruas sujas e escuras, nas várzeas, encontrando aqueles que a sociedade entende por páreas.
Eu não me importo com as convenções sociais, não me importo com o que os outros pensam de mim.
Entre os bares e becos, eu me encontro, com meus vícios, virtudes e defeitos. Eu confronto a vida e a morte, o amor e o desamor. Eu sou um sobrevivente, um lutador incansável. Eu sou o anti-herói dos desajustados, o rebelde sem causa. Somos todos experimentos, um dia tudo isso acabará, e eu partirei deste mundo sem arrependimentos.