Abro a Janela

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Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova...

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

É noite pura e linda. Abro a minha janela
E olho suspirando o infinito céu
Fico a sonhar de leve em muita coisa bela
Fico a pensar em ti e neste amor que é teu!

D’olhos fechados sonho. A noite é uma elegia
Cantando brandamente um sonho todo d’alma
E enquanto a lua branca o linho bom desfia
Eu sinto almas passar na noite linda e calma.

Lá vem a tua agora. Numa carreira louca
Tão perto que passou, tão perto à minha boca
Nessa carreira doida, estranha e caprichosa.

Que a minh’alma cativa estremece, esvoaça
Para seguir a tua, como a folha de rosa
Segue a brisa que a beija… e a tua alma passa!

A arte de ser feliz

Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

Existem manhãs em que abrimos a janela, e temos a impressão de que o dia está nos esperando.

Não basta abrir a janela
para ver os campos e o rio.
Não é o bastante não ser cego
para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

Continua a bater à porta e a alegria que há dentro de ti, acabará por abrir uma janela e espreitar para ver quem é.

Emily Dickinson

Nota: Autoria não confirmada

( ... ) um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse ,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela .

Quando Deus fecha uma porta, ele pode estar abrindo uma janela.

⁠Abro a janela da alma, expondo sentimentos, o pensamento corre
solto por labirintos sem saída. Quero me desfazer das ilusões, matando enganos, deixando comigo só as boas lembranças. Tirar do meu corpo o cansaço e percorrer suavemente a estrada que me resta, à procura da felicidade. Porém, ainda posso sentir seu perfume, um tanto esmaecido a
fazer-me companhia nas noites claras de luar, tudo com antes e isso me martiriza. Vejo também seu vulto, vagando entre as nuvens indolentes que encobrem o sol e isso também traz calafrios de desesperança, pois sei que não mais existes em meu viver.
Solitária , uma lágrima teimosa cisma em descer pelo meu rosto, mas já não tenho a ansiedade da espera e nem o temor da ausência!


Direitos Autorais Reservados
Abril de 2.007

SINTO

As vezes abro a janela de meu tempo
Fico a olhar no horizonte, mas não á vejo
Talvez não consiga definir a distancia
Mas sei que esta La... Em algum lugar...
Já não te procuro pelo jardim
Pois sei que já não estas
Mas sinto... pressinto...
Ouço-te ou tento te ouvir
Só sei que tento te esquecer
De alguma forma sinto...
Saudades suas..

Uma xícara de café, um livro, moletom e cobertor. Chove muito lá fora, me levanto, abro a janela e vejo a chuva cair. Me lembro de tudo aquilo que fiz e tudo o que deixei de fazer, enquanto as gotas caem sobre as folhas das árvores. A vida passou muito rápido e a melhor parte dela foi-se embora sem que eu pudesse me despedir. Chuva, vida, tempo... Tão graciosos e tão imprevisíveis, não é mesmo? Vêm e vão sem dizer um tchau e não esperam por ninguém. Viver, é disso que eu preciso, é isso que vou fazer!

Luz do Dia
Dia após dia, abro minha janela a sua procura
Te ver alegra meu dia e me aquece
Te quero todo o dia e me entorpece
Sol astro maior, ilumina meu dia
Afasta o frio e me enche de alegria
Te espero amanhã, pra te dar bom dia.

Um dia a gente cansa de bater na porta que não quer abrir, e prefere pular uma janela que já estava aberta.

Sim, tenho vontade de me jogar pela janela, mas nunca foi possível abri-la. Não, não sei o que gostaria que você me dissesse. Dorme, quem sabe, ou está tudo bem, ou mesmo esquece, esquece.

⁠"Amanheceu, abri a janela e dei de cara com sol que me convidava a viver um dia de renascimento e esperança."

O modo de compensar uma janela fechada é abrir outra.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881).

Abro a janela e vejo a escuridão dar lugar ao dia, o canário ecoar seu canto dando boas vindas à vida, ouço o chilreio dos grilhos, coaxar dos sapos e até os pardais pulando por sobre a calçada. Às vezes abro a janela e vejo o céu com nuvens espessas e a brisa da manhã tão gélida quanto a neve roça meu rosto, não que seja ruim, mas a fecho. Às vezes nem vejo nada de especial é ainda tão escuro, mas não deixo de sorrir pra vida surgindo, só espio para ter certeza que está tudo certo, no devido lugar, seguindo o traçado do destino. E quando falo para as pessoas que toda vez olho pela janela uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem na minha janela, mas o que realmente queria era que eles aprendessem a olhar pela janela.

Inserida por iiiiiii

Que delícia acordar cedo, né? Dá vontade de abrir a janela, olhar o sol e se matar.

“Repentinamente abri uma janela de ouro ao ser eu mesma, então dezenas de pombos alçaram vôo. Genuíno e valente é aquele que confessa sua verdade e tem força pra conviver com as conseqüências de seus atos.”

Quando a chuva passar, quando o tempo abrir, abra a janela e veja: Eu sou o SOL...