Abrigo
Os dias e fios
Só sinto os fios a minha volta,
Não tenho deles nenhuma claríssima percepção.
Mas sou mulher
Fêmea
e
E por isso, intuo
São eles, os sentidos fios, que tecerão o meu abrigo.
Sempre que posso tento separa-los
Desembaraça-los
Compreendê-los
Tatear o que são
Ouvir o que de mim ou para mim eles dizem
Se consigo
Faço com eles minha arteManha
Meu alimento, meu trabalho,
Minha tessitura
Minha vida
Meu jeito de amar
Meu sonho e minha salvação
Se não consigo
Entrego-me aos ritmos da vida
Essa que comigo e também a minha revelia, fábrica os fios
Entregar-se não é coisa simples
Resistir é para teimosos
Eu, frequentemente, sou
Mas a questão é que, às vezes,
Não há escolhas
A Vida tem seus imperativos
Pois, sim
Também experimento resignações
Conheço algo das leis de viver
Mesmo se delas,
Por vezes,
Nada compreendo
Ainda assim, confio
Espero,
Deixo
Torço que se engendrem:
A vida, as circunstâncias
Meus jeitos de amar
Meus sonhos...
Viver é fruir
E se acaso minha salvação não chegar...
Que eu possa buscá-la
Sonha-la
Que eu possa reinventar
Alguma renda fiada com os fios
Da compreensão
Dos embaçados e das escuridões.
Quem sabe algum lume de luz
Venha
Clareie
Quem sabe alguma luz se borde
Quem sabe algum perfume crie
Luminescências nas abstratas flores da escuridão
E das ignorâncias minhas
Só sinto os fios a minha volta,
Não tenho deles nenhuma claríssima percepção.
Mas sou gente
Mulher
Fêmea
e por isso, intuo:
Conhecidos ou estranhos
Nebulosos ou iluminados
Sou aracne
Esses fios me abrigam
Eles são o meu viver
Quando se sentir cansado,
Descanse no colo daquele que tem o mapa da sua vida nas mãos. Ele é o abrigo certo.
Quando seu coração repousar em Deus
você não sentirá falta de mais nada.
Cresci ,
o tempo que nem notei
levou-me, leve e quieto,
parece no entanto
que nunca, nunca passou,
a poesia que percebia
permaneceu comigo
um abrigo,
ao coração sempre adolescente,
amor primeiro,
sexto sentido
que cada vez mais forte,
grita, desafina, melodia sem receio
porque n'alma
se escreveu
o que a vida ditou.
MINAS DOS SORVOS
"Se o sol reconhecesse minas dos sorvos
Que estraçalham povos draconianos,
Saberia dizer por que a razão nunca atormentou
Tanto como quer parecer aos abrigos
Que construímos nos nossos descasos,
E acrescentaria nascedouros
Conhecedores de primazias construtivas,
Para que todo berço entristecesse apenas a salva
Que o espera zimbra e arqueada."
CAROLINE PINHEIRO DE MORAES GUTERRES
Que eu tenha coragem para seguir viagem.
Que não me falte emoção para alegrar o coração.
Que eu tenha fé para me manter de pé.
Que eu tenha alegria para contagiar meus dias.
Que eu me mantenha forte e nunca tema a morte.
Que eu tenha forças para enfrentar as lutas.
Que eu não tenha fantasias
mas, tenha sonhos para realizar.
Que eu seja luz e não tema a escuridão.
Que eu seja abrigo para meus amigos.
Que eu tenha o amor para curar a dor.
Que eu continue amando a vida,
por mais que os dias sejam cinzentos.
Que nada roube a paz que habita em mim
Que eu mantenha meus passos firmes em
direção à felicidade que mora em meu ser.
Tantas vezes de tudo desacreditei
e quase desisti...
mas, ALGUÉM, muito superior a nós,
deu-me livramentos
e fez-me continuar,
dando-me abrigo, companhia...
quando nenhuma mão se estendia.
Entre muitos tormentos,
O PAI sempre esteve comigo,
curando-me as feridas
e me aliviando a dor.
Sinto-me cansada, abatida...
Destruída..JAMAIS
Tudo o que preciso é sentir
o toque suave das mãos de Deus e
que ELE me diga baixinho:
vai ficar tudo bem, contigo estou.
No silêncio busco as respostas
DAQUELE que abrigo me dá,
me ampara e
em mim agindo está.
Salto na noite
O que foi?
O último pensamento.
O que foi?
O último sentimento.
O que foi?
A última visão.
O que foi?
O salto na noite
Devorando toda a razão.
Agora vai guardado contigo
como sempre estiveram
cada resposta
em seu próprio abrigo.
Enide Santos 22/05/14
Pelo Lado De Fora
Amigo
é aquele que vê
seu coração
pelo lado de fora!
Consegue nele chegar
e fazer abrigo...
ELE
Autor- Rafahel Ramos Pointer
Ele andou,suspirou,demorou, mas chegou. Ele foi com todos os seus medos, mas com todos os apreços sem nunca negar seu endereço. Foi menino, foi mulher, foi gay, foi sem fé... Mas nunca voltou nem de carro nem a pé.
Sabe la quantas noites esse menino chorou, quantas vezes a garganta travou... Ele repousava entre sombra e água se era santo porque nunca andou? E a estrada não era fácil, ele desatou os laços... Possuiu-se, fez pactos com demônios a vista, suspirava, falava de arte como se fosse a vida.
Ele desceu, subiu, estacionou no meio do caminho... Ninguém dava nada por ele. Ele se aliou a própria alma cansada, viu o menino Jesus ser atropelado na estrada. Ele dançou, curtiu, morreu, sumiu, mas sempre volta falando outra língua pra qualquer um.
Sabe la quantas noites esse menino chorou, quantas vezes a garganta travou... Ele repousava entre sombra e água se era santo porque nunca andou? E a estrada não era fácil, ele desatou os laços... Possuiu-se, fez pactos com demônios a vista, suspirava, falava de arte como se fosse a vida.
E quantos fazem da vida uma casa demolida, qualquer um faz de sua vida sua própria ferida... Ele se sentia caído e fracassado a arte o fortalecia o excitava. Ele fez de sua casa seu ninho, e desse ninho um abrigo, fez dele arte viva, fez dele seu próprio caminho.
Sabe la quantas noites esse menino chorou, quantas vezes a garganta travou... Ele repousava entre sombra e água se era santo porque nunca andou? E a estrada não era fácil, ele desatou os laços... Possuiu-se, fez pactos com demônios a vista, suspirava, falava de arte como se fosse a vida.
É preciso abrigar o corpo, equilibrar a mente e sossegar o coração, pois nem uma procura em vida chegará ao destino, pois o homem é feito do material da inquietação...
AMIZADE FINGIDA
Autor: Antônio Ademir Fernandes
Passa por mim e faz de conta que não me vê
Mas não importa nem quero saber por quê
Amizade fingida pra mim é lixo
Não me interessa teus caprichos
Te dei amizade verdadeira, pura
Acho que já chega de frescura.
Se pra você não te importa minha amizade
Pelo menos não estrague a minha felicidade
Ser amigo é se doar por inteiro
Antes de magoar pense primeiro
Eu apenas quis ser teu amigo
Te dar meu coração como abrigo
Mas não sei o que se passa em sua cabeça
Por isso te peço, por favor, me esqueça.
Quem deixa de ser amiga é porque nunca foi
Te ver assim de modo diferente, isso dói.
Siga o teu caminho e seja feliz
Pois te ver feliz foi o que eu sempre quis.
Na minha fantasia é assim: Quando tenho minhas explosões de alegria corro ao teu encontro e a brindo com um beijo molhado; quando meu mundo desaba, num voo como de uma águia, meu anjo vem e me abraça com seu corpo "abrigo", colorindo tudo. Você, a forma que a vida encontrou de me fazer um carinho.
Guarda-Roupa
Paz se veste de paz
Assim é que se acalmas
Revestir de guerra
A Paz se erra
Em resposta a nunca ter respondido
Eu digo, não brinque mais com meu abrigo
Se não: não serás nem terá sido, paz.
Quem dera eu buscar em Marte
a solidão negada aqui
uma paz, um Sossêgo
um refúgio, um desterro
um abrigo, apreço
Qual não tenho eu cá.
O abraço é o cobertor do coração, quando se tem a álgida solidão...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29, maios, 2015
Não te esqueci e não te esquecerei jamais.
Você deve estar achando que te esqueci.
Acho que talvez você pense que não quero mais o seu amor.
Já faz um tempão que não imploro sua atenção.
Não mendigo mais seu carinho.
Isso não quer dizer que parei de sentir sua falta, que esqueci do meu amor.
Não desisti e nunca desistirei de você, só estou dando o tempo que você sempre implorou.
Na verdade, o que eu queria era que você implorasse o meu amor, mas como você é orgulhosa demais para isso, decidi então não mais implorar sua atenção.
Mas isso não quer dizer que ainda não sonho um dia viver com você.
Sonho com você todos os dias, noites e dias sem fim só penso em você.
Sinto que não tem como lhe esquecer.
Você marcou minha vida de vez.
De uma forma que ninguém nunca fez, você me fez te querer e agora não consigo imaginar minha vida sem você.
Deitar-me no teu colo e receber teu carinho ouvindo tua voz me falando baixinho o quanto me ama e me esperou.
Pegar no sono sentindo suas mãos acariciando meus cabelos enquanto teus olhos fitam meu rosto adormecido em um semblante de paz e tranquilidade como um menino no colo de sua mãe.
Não te esqueci e não te esquecerei jamais.
Na verdade, não vejo a hora de saciar minha sede do seu beijo, tocar seu corpo de uma forma diferente e especial que você já mais esquecerá.
Fazer-te estremecer de prazer e ternura.
Fazer-te sentir o que é ser amada de verdade.
Fazer de você uma deusa, uma rainha, minha princesa, menina minha.
Ser teu homem, amor, pai, irmão e amigo.
Abrigo.
Não te esqueci e não te esquecerei jamais.
Amo-te!
Não acima de mim
Não acima da minha descendência
No entanto
Amo-te incondicionalmente
Amo-te e fazes morada certa no meu coração
E, se lá morada fazes,
Abrigado bem estás.
Só percebe o valor da boa companhia o viajante solitário, que sempre conversa consigo e ora baixinho, ao longo dos mesmos caminhos.
Agora sinto saudade. Mesmo em silencio a coabitação com minha mãe Edyala, nesta dimensão me dava abrigo. Hoje a percebo na eternidade, entre as estrelinha do céu e aguardando a noite feliz, de nosso reencontro.
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