Abismo
vigiemo-nos aos passos que cometemos.
Nosso caminhar pode levar-nos rumo ao cume; ou rumo o abismo!
Meu corpo repousa e meus pensamentos fluem
E me levam cativo, me tornando meu próprio prisioneiro
Aonde estou?
No abismo.
Minhas tristezas e ansiedades me dominam
Eu grito, mas são inúteis meus prantos, sinto que estou sozinho neste poço infinito.
Eu quero correr
Eu quero gritar
Eu quero fugir
Desaparecer…
Mas como seria capaz de fugir de mim mesmo?
Amar ao próximo como a nós mesmos, talvez seja a tarefa mais difícil para o homem moderno. O próximo tem se tornado, cada vez mais, uma ferramenta descartável. O individualismo tem tomado conta de tudo a nossa volta, reduzindo nossa vida a interações superficiais e egoístas. Hoje caminhamos para o abismo da desumanidade.
"... Agora imagine você, conhecendo os perigos de uma longa estrada, a beira de um grande abismo, em uma noite escura, e no meio desse caminho você encontrasse uma pessoa que estivesse caminhando distraída, você certamente alertaria essa pessoa do grande perigo que ela está correndo, certo?!
Então porque você não falou de Jesus para essa pessoa ainda?"
Sinto-me vazia.
Uma solidão tão grande que me faz ter medo do universo. Qual o motivo de tanta tristeza? Escolhas erradas que me levam a felicidades momentâneas. Se me deito, lembro que nada é real, apenas mais um erro. Um erro ao qual me apaixono cada vez mais, em uma descida direto ao sofrimento, mas eu curto cada segundo, como se fosse o último.
Luz na escuridão
Ando perdido
Coração partido
Está escuro não te vejo
Para saciar meu desejo
O dia claro
Parece um abismo
Mas não paro
Até estar comigo
Você é a luz
Que eu procuro
Para me tirar da escuridão
E aquecer meu coração
O dia e o noite
Estão iguais
Não enxergo nada
Até você ser encontrada
Há uma luz no fim da estrada
Deve ser você parada
Esperando minha chegada
Para clarear minha vida e ser amada.
Roney
É notável a necessidade que tenho de olhar no fundo dos teus olhos, como quem cuida de uma flor, e deixar que as lágrimas descrevam em atitudes o que sinto.
Reconheço que as palavras proferidas pela minha boca, não são capazes de minimizar, as atitudes executadas pela obra das minhas mãos... Mesmo sabendo que sobre elas não havia consciência alguma.
Minha vontade é de abraçar-te, nem que seja o nosso último contato... Talvez assim eu encerre a nossa história ou me afunde cada vez mais nesse abismo secreto.
Assim com fujo de um raio, me escondo embaixo de uma árvore de você, e sigo escutando dentro de mim trovões, que com tremores me dizem: "volta!".
Pendências
Às vezes tenho pendências exalando como se fossem me afogar em águas desconhecidas. São águas profundas de um oceano infinito e misterioso. Noutras, tenho urgências gritando de dentro pra fora. Em meio a essas loucuras, há um fio invisível que me corta ao meio. É a saudade desgovernada que me atropela e deixa marcas. Essa saudade não tem freio. Ela assola o que está na frente. Por isto preciso me recompor diante de uma falta que não consigo repor. Reinvento momentos que me deixam quase sã das minhas loucuras, mas que nada consegue preencher esse vazio. Componho-me de urgências que deveriam ser calmarias, mas que me empurram para um abismo que desconheço e sei que não vou cair. Há uma falta de conhecimento sobre abismos e tal, que preciso atingir. Mas, meu instinto fala mais alto dizendo que o medo é consequência da insegurança. Recomponho-me diante dos fatos e sinto que o amor que exala de dentro, eleva o que me deixou sem chão.
O Medo!
O medo, esse intrincado labirinto da mente, muitas vezes ergue muralhas impenetráveis que nos impedem de avançar. É como uma sombra constante, sussurrando dúvidas e incertezas em nossos ouvidos, paralisando-nos diante das oportunidades que se apresentam. Nos seus grilhões, a inércia se torna confortável, e o desconhecido, um abismo temido. Mas, na escuridão do medo, também reside a luz da coragem. É preciso confrontar nossos temores mais profundos, desvendar suas raízes e transformar o medo em combustível para a jornada rumo ao progresso. Somente ao atravessarmos os véus do medo é que descobrimos a verdadeira liberdade e o potencial infinito que reside dentro de nós.
"Jamais devolva as pedras que lhe atiram. Antes, recolha-as, examina-as e com elas constrói teu castelo. Logo, aquele que lhas atira terá ao redor de si um abismo e tú, por sua vez, terá construído uma fortaleza"
Se não soubermos bem vive-lo, por vezes o
amor pode nos levar a insondáveis abismos,
cuja saída nem sempre saberemos encontrar...
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ABISMO DE AMOR
Marcial Salaverry
Se em pensamentos num abismo afundamos,
sempre dominados pelos sentimentos,
reagindo por sobre as dores saltamos,
e vencedores no amor mergulhamos...
Depois, contemplando as estrelas,
soltamos o que temos n'alma,
buscando ainda que estranhas,
as rimas para nossos poemas...
E então, vencemos nossos medos,
libertando-nos de todos anseios,
com desejo sentindo o amor na carne...
Esquecemo-nos dos momentos adversos,
que nos viraram do avesso,
escrevendo nossos lindos versos...
Talvez sonhasse...
Com um mundo mais culto ...
Porém menos chato...
Com pessoas que exercitassem o cérebro...
Com o mesmo afinco que fazem com seus músculos...
Diante os espelhos...
Entre as latrinas...
Nós diversos banheiros...
Ranger de nevoeiro...
Terra de escravos...
Roupas justas...
Espíritos vazios...
Para que prego?
Para quem falo?
No fundo da virtude...
A terra é triste...
Olhos opacos...
Sorrisos sem graça...
Mãos que gesticulam...
Sem nenhuma dádiva...
Tempos estranhos...
Tempos esquisitos...
E eu que a tudo observo e sinto...
Fico perdido...
Não me acho...
Eu cavo na vida a semente da libertação...
Esquivo- me de falsos abraços...
De nojentos apertos de mãos...
Partes perdidas de um só...
Que a razão despedaçou...
As aparências tornaram-se mais importantes...
Todos querem respeito...
Anseiam ao amor...
Mas estão todos perdidos...
Caminhando em direção ao abismo...
Cada um por si...
E tão só...
Deixo no ar...
Atrás de mim tão distante...
Os desejos de uma vida mais simples...
Plantar...
Cultivar e colher...
A verdade...
A sinceridade...
O amor tão escasso...
Hoje fadado ao fracasso...
Não há como encher a taça...
Tudo perdendo a graça...
A inocência é corrompida...
A dúvida disfarçada e mais sentida...
O purgatório decorado...
O túmulo é bem caiado...
Mas por dentro...
O mais fétido excremento...
Envelhecer é triste...
Não há novidade...
Tudo é tão repetido...
Até os sentimentos...
Nada se encontra...
Tudo é outrora...
Tudo já é perdido...
Há uma vaga brisa...
Soprada pela esperança de anos vividos...
Doçura dolorosa...
Independência da alma...
O mistério alegre e triste de quem chega e de quem parte...
De que sorri...
Enquanto a alma chora...
Sandro Paschoal Nogueira
Ah, Senhor!
Tu conheces os meus pensamentos antes mesmo que eu lhe dirija uma só palavra.
Sabes quando Minh 'alma está na superfície ou no mais profundo abismo.
Tu me procuras em seus sonhos...
E eu te guio em todos meus pecados...
Teus desejos afogam-se em taças de vinho que as bebo vagarosamente...
Retiro-me despido de anjo...
Embalando tuas vontades como uma serpente...
Distorçendo tuas verdades...
Brinco com tua alma...
Te convidando ao meu íntimo abismo...
Te enlaço em meu olhar...
E no instante de um tempo...
Não perdido...
Mostro-te meu veneno...
E o que sinto...
Um só caminho é o bastante...
É o suficiente...
Para te mostrar que posso ser recatado e indecente...
E pode ser que derepente...
Te conquiste...
E nos amemos eternamente...
Sandro Paschoal Nogueira
Muitas pessoas cometendo o mesmo erro não o torna um acerto, mas sim, um grande erro, portanto, tome sempre os devidos cuidados ao seguir uma multidão, pois ela, pode estar caminhando para um grande abismo!
"Quanto maior o equilíbrio, mais próximo da luz e mais flexível a alma.
Quanto menor o equilíbrio, mais próximo do abismo e mais endurecida a alma."
Ai, ai de mim...
Enquanto caminho eu já sou o passado...
Todos os momentos que nos coroaram...
Todas as estradas que abrimos
irão achando seu fim...
Dessa procura extenuante e precisa...
Não teremos sinal senão o de saber que iremos, por onde formos, de encontro de um para o outro...
Cinzenta é a cor do céu... Decerto vai chover...
Soa um cântico antigo no vento dessa tarde...
Nos bancos tristes que há na cidade...
Sobe em mim próprio como um desejo
Ou um remorso da mocidade…
Gente igual por dentro...
Gente igual por fora...
Não sei qual abismo temo...
Salvo, apenas, o meu sonhar...
Sandro Paschoal Nogueira
Percebeu como os dias passam por você rapidamente. É na correria da busca do conhecimento que apressa-se a liberação do selo que lacra o livro, declarando o fim dessa era.
Existem saudades e fotografias...
E palavras que eu amaria ter-te dito...
Existe o sono interrompido...
E a agonia entre lençóis revolvidos...
Ainda terei o alento diante o pranto derramado?
Diante as horas que não passam...
Diante o tamanho vácuo?
A lucidez de não chegar o tempo...
As horas pesando diante tamanho sofrimento...
Os dias que passam lentos...
As madrugadas tão silenciosas...
As horas que jazem mortas...
Estátua a moldar o vento...
Flor morrendo entre o lodo...
Deitando a sorte em agonia...
Diante os dias a grosseiro modo...
Estando agora mudo, surdo e cego...
O abismo clama minha alma...
Ah sem ti como é penoso viver...
Sem estar junto a ti agora...
Hoje não sou eu nunca por inteiro...
A vida perdeu a cor...
A alegria alheia me aborrece...
Nada mais sei o que fazer...
Vem...
Volta para mim e me ame...
Não me deixe assim tão opaco...
Preencha meu coração...
Que sem ti vive assim...
Tão fraco...
Sandro Paschoal Nogueira