Abismo
A Vida, que é Luz, nasce da Escuridão e corre pelo Abismo em direção ao Vazio. Haverá alguma coisa para além do Vazio? Quem de fato poderá dizer? Não há nada mais? Quem de fato saberá?
TROQUEI OS ABISMO PELAS PONTES.
Eu venho de muito longe, atravessei centenas de encruzilhadas para chegar até aqui, foi nescessário deixar muitas estradas para trás, algumas por vontade própria, outras por que não ter tempo de volta a trás.
A maioria por não valer a pena procurar.
No meio do caminho encontrei a solidão sozinha, por uns dias ela foi minha companhia, conversamos por pouco tempo, lembro dela me dizendo que estava de passagem, enquanto eu estava indo embora.
Das coisas que não valia a pena voltar para buscar estavam a tristeza, a saudade. Deixei para trás o que não cabia na mala, coloquei meu chapéu na cabeça e seguir a vida, seguir a lida.
Segui o meu caminho, mas a mesma estrada de terra que estava à minha frente era do mesmo tamanho que eu olhava para trás. Só que lá atrás guardei as coisas que me fizeram chegar até aqui.
A única coisa que eu trouxe foi a esperança de dias melhores, sem esquecer dos dias sombrios que vivi. Foram eles que me tornaram mais forte, mais resistente.
Voltar ao passado não é o meu caso, mais hoje sei que aquilo que não couber no peito eu trouxe na mala, o que não coube na mala vou levando no peito.
Estive no fundo do poço, fui jogado no abismo, foi lá que me vi mais forte, foi lá que encontrei a morte me dando mais alguns anos de vida, foi justamente nessa fase da vida que comecei a cuidar mais de mim, foi lá que aprendi da valor às pequenas conquistas ao longo do caminho.
Hoje consigo carregar na memória tudo o que vivi.
Peguei a estrada e seguir, peguei a mala vazia nas mãos e enchi, peguei o trem na estação a frente, e a vida tomou outro rumo, outro destino.
E assim fiz com que os abismos se transformassem em pontes.
Eraldo silva.
Ó Amor Infinito, Vazio Eterno
Ó amor infinito, quão vazio és tu,
Tua imensidão, um abismo sem fim.
Promessas eternas, que se desfazem ao vento,
Deixando-nos à mercê do desencanto sem fim.
Neste mar de sentimentos, afogamo-nos sem cessar,
Tentando agarrar-nos a um amor que não pode parar.
Mas, ai de nós, pois esse amor, tão grande e intenso,
É, na verdade, um vazio que nos consome por dentro.
Que ilusão cruel é este amor sem medida,
Que nos faz crer em uma paixão infinita.
Porém, a realidade nos mostra, sem piedade,
Que esse amor, na verdade, é pura vaidade.
Ó amor, quão enganoso és tu em tua grandeza,
Pois, em tua imensidão, encontramos apenas a solidão e a tristeza.
Que nos reste, então, a sabedoria de aceitar
Que o amor infinito, muitas vezes, é um vazio a se contemplar.
Banquete melancólico
Estou num abismo mas a minha estima está mais baixa
Está tipo o diabo me deu banquete de melancolia
Só para tirar a minha alegria
Mas fecho os olhos e digo que está tudo bem
Mas eu sei que não está nada bem
Já faz tempo que eu não durmo
É tantos conflitos no meu cérebro
Nem vou falar do coração porque está partido
Mas isso é só mais um porém...
Essa maldita vida me fez de refém
Já tentei mudar o rótulo da minha vida
Mas é sempre a mesma história
Eu não gosto ficar sozinho mas me sinto tão distante desse mundo
As vezes me pergunto se sou invisível ou transparente
Porque
Só sou visto quando estou diante de um espelho
Hoje vim pôr todas as cartas na mesa
E mostrar o que fica por trás do meu sorriso
Esse é o meu banquete melancólico
Onde o chá é depressão
E o pão
É a solidão...
Entre eu e você, um abismo a transpor,
Barreiras necessárias, desafios a enfrentar,
O amor incondicional, a meta a alcançar,
Nas provas da vida, seu verdadeiro valor encontrar.
Caminhos tortuosos, corações a curar,
Respeito, compreensão, é preciso cultivar,
Amar além das falhas, dores a transformar,
Só assim o amor verdadeiro poderá se revelar.
Pacientes e persistentes, devemos caminhar,
Quebrando muros, sem nunca desistir,
Construindo pontes, para juntos superar,
As barreiras do ego, para o amor revelar.
No silêncio das palavras, a verdade se mostrará, Na conexão das chamas, a sintonia está no ar, o amor incondicional enfim encontrará, Transcendendo os limites, para unidos ficar
Em um só coração.
Paula Ingrissy
Krakatoa, a Voz do Abismo
Em mares calmos, sob o azul profundo,
Repousa a fera, em sono a meditar.
Mas seu rugido abala todo o mundo,
O ventre rasga e o fogo vem dançar.
A terra chora em cinzas e tormento,
O céu se cobre em luto, escuro véu.
O dia foge, um grito corta o vento,
A luz se perde, a noite toma o céu.
Das ondas vêm muralhas que consomem,
A vida curva-se ao poder da criação.
Krakatoa, teus ecos nos renomeiam,
Lembrando o homem: frágil é sua mão.
Do magma surge o "Filho" a se erguer,
Das cinzas, nova vida a renascer.
Máscara de Cores
No abismo do fundo escuro,
um rosto emerge, translúcido e puro.
Linhas vibrantes dançam sem fim,
tecendo segredos de um ser em mim.
Círculos que gritam em cores,
emolduram silêncios, ressoam dores.
Nos olhos, estrelas tímidas a brilhar,
contam histórias que não vão calar.
No centro, o preto abraça o caos,
o coração partido que insiste em ser farol.
Entre luzes e sombras, a alma se refaz,
cobrindo o vazio com o arco-íris da paz.
HMT
Não sei o que sinto, nem como entender,
É um abismo mudo que insiste em crescer.
Uma dor sem nome, uma falta sem fim,
É o eco distante de algo que eu fui.
Amar-te é como mergulhar no abismo
sem medo de me perder.
É saber que, mesmo no escuro,
encontro em ti a luz de quem sou.
É desejar o impossível,
e ainda assim, sentir que tudo é real.
É um silêncio que fala mais que palavras,
um amor que não tem início nem fim,
só eternidade no agora.
Para: Ana.
Ainda buscando me encontrar, voltando ao ponto exato onde me despedi de mim, e cai no abismo da inércia.
Não, não voltei do fundo do poço, voltei pra dentro de mim e despertei de um coma profundo, onde meu corpo estava adormecido, enquanto matavam minha alma sufocada, da forma mais desumana e atroz, que seja possível imaginar.
Acordei!
Voltei a respirar...
Sigo tentando abrir a caixa das lembranças, e recuperar as memórias de um tempo em que me reconhecia no espelho.
De quem é esse rosto?
Sim, ainda sou eu, com todas as marcas e cicatrizes que me tornaram totalmente diferente de quem eu era, porém mais intensa e forte.
Não tenho lembranças do meu sorriso de outrora, aquele sorriso inocente, da menina que esperava sempre o abraço que nunca veio.
Mas esse que hoje vejo no espelho é de alguém que sobreviveu, mesmo refletindo dor e cansaço, tem um brilho diferente.
Gosto dele.
Mostra minha verdade.
Não lembro mais daquela menina, ela está muito distante agora, portanto não saberia o que lhe dizer, como confortá-la, os sentimentos mudaram, alguns morreram, outros nasceram por pura teimosia. Porém, posso dizer a mulher que me tornei:
"Você foi incrível!"
"Que orgulho de você!"
Agora, sei de todas as minhas vulnerabilidades, por isso e por causa disso, conheço também a minha força.
E, só pra engabelar a vida, vou continuar sorrindo...
Já posso sentir a brisa suave do vento tocando o meu rosto.
Que alívio...
Sigo sobrevivendo...
(Nanci Cavalcanti)
Ao topo de um abismo grito meu amor, até que meus pumões se rompam, irei sucumbir com um riso leve.
O ABISMO ENTRE A TUA IMAGEM E O MEU REFLEXO QUEBRANTADO
Fragmentos passageiros não matarão o que sinto tão intensamente
Apenas afastarão pequenos sotaques que já não servem
Pra isso teremos de correr altas cordilheiras
Para permanecemos no mesmo lugar
Estar no incandescente toque de mãos que só os ventos uivantes conseguem
E também sermos logo…atingidos nesse exato momento pela plenitude das cores
E quiçá…do sentimento de vibrar...
Salvaremos esse bom encontro da incompletude
Da recusa e da reatividade
Do esperar que nunca chega
Do admitir insalubre
Do enlouquecer desembestado
Do desenfrear silencioso
Do possuir e do passar
Da apatia e do sorriso de ir embora
Salvaremos a destruição de um tão lindo gostar de estar tão longe, tão perto
Justo porque você é minha libélula
E eu…um rosto suado de sangue em fim de guerra…
Depois de tudo isto e aquilo….ainda desejarei teu rosto em meus sonos
Tudo em apenas um único dia
E se você quiser ir a algum outro lugar
Que vá pelo menos duas vezes mais depressa
Pois estou na ontohistória….apenas durando na eternidade da substância
Enquanto a fagulha desses tantos amanhãs que nunca chegam explodem
Um verão de manias e lembranças intensas de nós dois se expande no ralo de Deus….
Esqueço tudo de profundo e alto
E trago essas linhas de espumas flutuantes
Para só lembrar de teus olhos de caramelo a me fitar em gelos tão calorosos
Te amar é impossível
E é isso que busquei a vida toda….
Entre eu e você existe um abismo. Não maior que meu amor,mas maior que uma decisão! Minha vontade é de concerto,mas meu desejo é de segurança... Minha vaidade é de frieza,meu canto é de futuro e meu riso é de decisão. Pois sou menina,mulher! Sou tempero,sou astúcia,e sou faísca acesa.
Amar a vida me torna extremamente
vulnerável.
Como o êxtase à beira de um abismo: a
visão mais fabulosa a um passo da minha
total fragilidade.
Não há como sentir a vida usando
armadura e meias medidas. A totalidade
requer imensa coragem, saber suportar os
maiores medos.
O que se pode perder? todo o sentido do
ego.
O que se pode ganhar? a plenitude.