Abandonado
" me sinto abandonado por você, e olha que tantas e tantas vezes eu te perduei por cada coisa que você fez ou tentou fazer! Te perduei por os pequenos e maiores erros! Te perduei onde ninguém iria te perdoar, segurei em tua mão e te levantei, eu te perduei! E hoje sou descartado, humilhado! Hoje eu estou com o coração quebrado, mais uma vez, no chão frio, gelado, meu sangue não me esquenta, meu coração tá ficando lento, meus batimentos estão ficando cada vez mas sem devagar, meus pulmões não vem ar, não querem trabalhar! Meu peito doe, e meus olhos estão se fechando, apenas uma lágrima posso sentir, ela é tão pesada, que me faz cair, a dor de uma lágrima é algo que nunca iremos saber, a dor de ser deixado para trás é algo imensurável! A dor de viver sem ser amado é uma verdadeira sensação de está sendo morto dia após dia... Que lágrima pesada, não consigo mais..... "
Uma pessoa escreveu que idoso não é necessariamente uma pessoa boa. ele pode estar abandonado por colher o que semeou a vida toda.
Concordo plenamente mas...
Eu acho que por pior que tenha sido um pai ou mãe, eles precisam de ajuda e um filho não deveria se negar a ajudar. Compaixão não inclui cafuné, carta de amor, coraçãozinho de mãos para mandar no face, levar para casa e dormir de conchinha.
Compaixão é olhar a dor do outro e perceber que posso ser um instrumento de amor, que vai ajudar essa pessoa a terminar seus dias com dignidade.
Não me interessa o que essa pessoa fez, isso é um problema dela. Só me interessa é como eu posso ser agente da vida e ajudar um ser a passar por esta aventura com menos sofrimento. Isso inclui pai, mãe, avó cachorro, gatinho, pé de laranja, passarinho, joaninha, vagalume, borboleta, criança, gente chata...
Poema inacabado -
Numa praia distante
ficou meu corpo abandonado!
Sonho esquecido,
coração afogado,
naufrago perdido,
abraço não dado.
Numa praia longinqua
ficou este Fado, intimo gemido,
Poema inacabado ...
Mesmo que eu esqueça, lembra te de mim.
Senhor, como sempre nunca tem nos abandonado.
Diante de nossas precárias memórias.
São fatos e registros da história.
De nossas vidas sempre tem lembrado.
Peço Senhor, suplico misericórdia.
Pois fraco com a força da carne.
Que insira teu Espírito Santo, vencer a maldade que arde.
Diante de todo percurso e de todo embate.
Mesmo que eu esqueça de ti, lembra te mim.
Sou mesmo dependente.
Não mais me pertenço.
Dou o meu todo a ti.
Do nada que tenho, do nada que sou.
Receba meu sedento coração.
Rege meu pensar e toda minha ação.
Tenha compaixão de mim.
Coloque me debaixo das tuas asas.
Não resisto perdido a deriva.
O barco da vida confronta ondas violentas.
É inescrupuloso inimigo com obras sangrentas.
Livra me, seja meu refúgio.
De tudo que o inimigo obstrui e que nos priva.
Se a esperança ainda é viva.
Graças é tua, que nossa alma alimenta.
Senhor, tome esse meu coração.
Segure na minha mão.
Rege minha mente sedenta.
Desse meu coração, tome um sincero afim.
Mesmo que eu esqueça, lembre te de mim.
Giovane Silva Santos.
11/10/2022 04:48hs.
Não sou só um poeta
Do que morreria um poeta
Bêbado , solitário , vagante
Abandonado , descrente
De amigos e parentes
Eu digo que não
Um poeta morreria
Se as palavras lhe faltasse
Se a beleza da dança entre elas
Parassem de existir
Se o encaixe perfeito
Não rompesse mais a barreira sagaz
Se na pele do poetante
Não houvesse mais melancolia
Para matar um poeta
Não basta só corta-lhe a língua
Tem que arrancar-te as palavras
Matando seu coração, e mesmo assim
Com o coração morto
O que ele poetiza
Irá ecoar .
Nossas emoções, traduzidas em todo sentimento realizado, esculpido e mesmo abandonado, rumam para nossa poética história de desejos.
E ao abrir nossa melhor representação, nosso fluxo redundante de facilidades, selecionamos a melhor e mais atraente de nossas problemáticas.
Então, como criadores de nossa própria arte viva de sentir, cumpra-se nosso apelo mais heróico, avançar sentindo.
Não espere ser abandonado para entender o abandono. Pode ser que nunca vão te abandonar. Você pode passar por essa vida sem ter uma das lições mais urgentes da vida. E isso é triste.
"Aquele que mais se sente abandonado não clama por socorro de forma ostensiva. Em seu coração, ele deseja mentiras sinceras e gestos que, mesmo que momentâneos, o ajudem a escapar da solidão"
Eu diria que nem tudo passa.
"Em meu coração, um jardim abandonado, onde as flores que um dia floresceram por você, agora murcham sob a sombra da saudade. A cada passo que dou, sinto o eco dos nossos risos, me lembrando de um tempo que parecia eterno. A dor da ausência é um fardo que carrego comigo, um peso que me impede de seguir em frente. Ver você feliz com outro é como assistir ao pôr do sol mais lindo, sabendo que a noite está por vir."
questionar o meu próprio valor. Será que nunca mais vou conseguir amar alguém como te amei?"
Nunca diga que está abandonado(a), encalhado(a). Talvez não tenha encontrado a pessoa certa ou ainda não tenha encontrado sua cara-metade, mas sempre terá um sapato velho para um pé descalço.
Livro: O Respiro da Inspiração
Sou um anjo abandonado a própria sorte por um amor infiel, que me dera fazer a justiça, mas deixo que tempo se justifique de seus meios porque aqui se faz aqui mesmo se paga.
UM NINHO
Em um velho tronco seco
Encontrei um ninho abandonado com apenas um ovo
Tão pequenino
Tão solitário
Um ovo que não se quebrou de dentro para fora
Guardou em si um passarinho que nunca voou
Pensei aonde estariam todos os outros
Talvez por aí visitando telhados
Construindo novos ninhos
Fazendo música em nossas manhãs
E ovo solitário do ninho abandonado?
Ah! Esse teve sua missão
Bem diferente dos seus irmãos
Me ensinou que para ter vida
Que para voar
É preciso se quebrar
De dentro para fora.
Abandonado no abismo da escuridão, busco nas "trevas" sentimento e razão, o ar frio da noite que cai sobre mim, me trazem lembranças que me levam até a ti, fico a vagar, na esperança de um dia te reencontrar, acabo que encontro no silêncio o conforto que já não sinto a muito tempo...
Samir Alves - Fragmentos da minha vida.
No Recanto Abandonado
O sol ardido no meio da tarde pulsando sobre a cabeça despreocupada de quem anda pela secura do chão como se fosse um carneiro. Um caminho aleatório tomado em meio à grande planície vasta carente de vegetação, perdida entre serras e serrado, sob o céu azul sem nuvens estalando o capim marrom, que se mistura ao vermelho do chão qual o vento sopra poeira no horizonte camuflado pela distancia.
A boca seca, sedenta por um gole d'água, seca cada vez que o cigarro de palha é tragado insaciavelmente para dentro dos velhos pulmões batidos dependurados entre as costelas salientes da esguia figura andante. Muito ao longe ouve-se o ar calmamente balançando a fantasmagórica dimensão de terras infindáveis que estendem-se preguiçosas por quilômetros trazendo o som de alguns insetos perdidos e pássaros solitários á caçá-los.
Embriaga-se de espaço, de tempo e altas temperaturas. Cambalea-se pisando sobre as pedras soltas, esqueletos de outras terras, outros tempos. Vê turvamente uma sombra dançando à frente, uma pequena árvore avulsa tomando o eterno banho de sol do verão sem fim no mundo esquecido onde ninguém vai. Sentindo-se convidado a sentar-se à sombra, automaticamente tira mais um pouco de fumo e vai enrolando mais um longo palheiro, que é apetitosamente devorado em seguida.
Junto ao estreito tronco, sentado, magro, fumegando um rastro de fumaça aos céus, pensa que é capim, enraizado no solo árido onde nem rastos vingam. Como toda rara vegetação do lugar, deseja água, olha para o céu e não consegue ver nem uma nuvem, fecha os olhos e tenta apalpar as profundezas do chão, estica suas raízes até onde consegue alcançar, mas nada encontra. Torna a olhar para o céu, e fita a vastidão azul tão infinita e inacessível quanto a terra estendida ao longo das distancias incontáveis deste lugar nenhum.
O entardecer vai esfriando e entristecendo o coração de mato do pobre sujeito que adormece em meio a ventania que sopra areia sobre suas pernas como se fosse o coveiro dos sertões misturando-o, transformando-o em rocha, levando o pó de sua existência a se espalhar para além de onde se possa juntar. Adormecido, não vê a noite seca chegando aos poucos, matizando o céu profundo que se escurece atrás das cortinas de poeira.
Sonhando tão profundamente quanto suas raízes de capoeira, entra em contato com o pequeno grupo de plantas ao seu redor, aos poucos sintonizam-se e passam a relembrar das chuvas passadas, do alvorecer umedecido, do frescor da noite, das flores e dos pássaros. Logo protestam contra o clima, pois engolem seco o passar dos dias ouvindo chover nas serras ao horizonte na espera de que o vento traga algumas gotas, e morrem aos poucos pelo castigo da insensibilidade da natureza com aquele vasto recanto abandonado.
Passado algumas horas da madrugada tal manifestação foi surtindo efeito, os ventos cada vez mais fortes vieram varrendo ilusões das esquecidas planícies enquanto as nuvens relampiosas jorravam feches de luz escondendo toda escuridão embaixo dos pedregulhos. Em poucos minutos a água desabava ferozmente contra o chão fazendo levantar a poeira que era lançada pelos ventos em redemoinhos dançantes num espetáculo que aos poucos tornava-se medonho. Apavorado o homem desperta com os olhos esbugalhados, cheios de areia, e num pulo deixa de ser capim e passa a ser folha, flutuando pela tempestade, esperando pousar sobre um lago, se o acaso lhe desse esse prazer. Era a última coisa que desejava, para descansar em paz no fundo da água, tornando-se barro, alga, limo esquecimento.
E nesse jardim abandonado
Tudo permanece intocado
Foi um jardineiro dedicado
Que arrumou tudo isso aqui
Mas pra quê o cadeado?
Por que tudo esta trancado?
E as visitas do outro lado?
Não quer mais ninguém ai?
Deixe os beija-flores entrar
Eles não querem bagunçar
Na verdade, querem mostrar
Que ainda vale a pena sorrir