Calce os meus sapatos: frases para pensar antes de julgar
A Beirada
Ao caminho do trabalho
Todos os dias entre a rua
E a calçada
Me encontro na beirada
De uma rotina trágica,
Cansativa e depressiva.
Quem sabe, um dia
Por ironia, eu erre o caminho
E encontre a outra beirada.
Se for um abismo, me jogo
Se for um aviso, eu paro.
Porem se for um sonho,
Eu durmo.
Irmã Dulce e Madre Tereza de Calcutá são exemplos de seres humanos que nos envergonha menos perante o Criador. Tiveram uma vida marcada pelo altruísmo extremo e altíssimo valor existencial.
“O nitrogênio em nosso DNA, o cálcio em nossos dentes, o ferro em nosso sangue, o carbono em nossas tortas de maçã... Foram feitos no interior de estrelas em colapso, agora mortas há muito tempo. Nós somos poeira das estrelas”(Carl Sagan)
Creio que este trecho de Carl Sagan tem algo de sagrado em sua mensagem implícita, pois nos lembra que não somos uma realidade apartada e distinta do Universo, mas sim que somos o próprio Universo, e guardamos em nós toda a grandeza universal e o brilho de lucidez que é inerente a essa grandeza, ainda que a maioria de nós prefira recolher- se à segurança e insignificância do “humano”, chafurdando no erro e no engano. Explico-me: se mais da metade de nossos corpos é composta por água, e sendo a formula da agua H2O, dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio, significa que a maior parte de nosso corpo é formada por hidrogênio, a mesma substância que compõe o Sol e as demais estrelas. De certa forma, somos todos pequenos sóis, somos todos feitos de matéria solar, somos todos luz. Extrapolando esse entendimento, somos feitos das mesmas substâncias que compõe as estrelas, os planetas, os cometas e os asteroides, cada um de nós é uma pequena porção de Universo estruturada em carne, ossos e sangue, ao longo de milhões de anos de evolução; na nossa finitude carnal, somos todos herdeiros efêmeros do Infinito e da Eternidade; somos todos acordes momentâneos da sinfonia universal, sem começo e sem final. Apenas esse simples raciocínio é suficiente para que todo humano considere a si mesmo como um eleito único, responsável e intendente de uma parte da criação infinita onde residem, momentaneamente, nossa consciência e individualidade; cada um de nós recebeu governança sobre uma fração minúscula do Universo para exercer sobre essa fração os dons da Criação, para dar continuidade ao movimento universal que impele fluxos de energia e matéria em contínuos processos de combinação, diversidade e unidade. Em nossos universos pessoais, somos responsáveis pelos movimentos de nossos sentimentos, pensamentos e emoções sobre os outros e sobre nós mesmos. Observando a dinâmica universal, percebemos que há ordem, movimento e equilíbrio no movimento dos astros, que se organizam em uma sincronia perfeita de orbitas, rotações e trajetórias, mas poucas vezes se vê essa dinâmica se reproduzindo nos universos individuais que somos todos nós que, quase sempre, são preenchidos com dúvida, suspeitas e incertezas sobre nós mesmos e sobre os outros. Preferimos quase sempre nos definir como “humanos”, que seriam seres contraditórios por natureza, com corações e mentes feitos de amor e de sombras, crentes que somos os escolhidos para reinar sobre o planeta, consumindo-o até o limite da Natureza e guerreando uns contra os outros por ideologias, crenças e filosofias de vida que deveriam nos elevar acima da condição de homens-fera. Longe de exercer os dons da criação, muitos “humanos” sofrem com medo, ganância, egoísmo e vaidade, desenvolvendo apetites antinaturais para amenizar a dor existencial em que estão imersos, pouco importando se para isso irão privar o próximo de sua dignidade, autoestima, moradia ou alimento. Os assim intitulados “humanos” seriam criaturas infelizes, destinados a serem vítimas dessa natureza contraditória, calcinados em um holocausto nuclear, não sem antes massas famintas e enfermiças disputarem as últimas migalhas de pão e as últimas gotas de água sobre um planeta nu, dilapidado e moribundo. Chegado é o tempo em que o “humano”, assim definido, deve ser substituído pelo “universal” pois, a partir do momento em que cada homem se reconhecer como uma fração do universo infinito e eterno, não sentirá medo, pois saberá que ele mesmo é um ciclo sem começo e sem final; não sentirá ganância, pois saberá que nunca haverá ausência ou excesso do seu sustento; não sentirá egoísmo, pois reconhecerá no próximo a continuidade de seu universo pessoal e do Grande Todo; e não sentirá vaidade, pois será parte de toda a imponência e perfeição universais, tendo o brilho da criação em cada gesto e palavra. Que possamos na medida de nosso limitado entendimento apreender essa lição e, no tempo de nossa evolução, reconhecer que todos somos luz, e que essa luz ilumine cada canto obscuro do “humano”, extinguindo todos os nossos tédios, ódios, angústias e culpas.
Mas Deus é fiel na vida. preserva do sofrimento intenso que calça o Câncer... não compreendemos e nunca poderemos compreender, porém acreditamos e confiamos que o Senhor faz o melhor de Deus sobre cada vida dos Seus
Você usa sapatos caros como este e leva uma vida confortável, mas não liga para o dilema dos trabalhadores.
quem diz que a vida passa devagar
nunca namorou na calçada de casa
UM DIA DE VIDA APENAS
Estava fazendo cálculos, e cheguei a uma conclusão pessoal, entendimento meu.
Se Deus deu 100 anos de vida para cada ser humano, não necessariamente todos chegarão a esse número exato, mas...
Poucos passarão de 100 anos.
Então, se cada dia tem 24 horas, podemos fazer o cálculo de 100/24 e teremos o valor de cada hora desse dia que temos para viver.
Cada hora desse dia teria uma média de 4,15 anos.
Se você está com 50 anos você já chegou ao meio dia.
Se você está com 80 anos, você está perto das 20 horas.
Se você está com 90 anos, você está perto das 22 horas, não arredondado, mas aproximado.
Existe uma coisa em cima disso, o mesmo que deu a nós o limite do direito, é o mesmo que limita o tempo desse direito.
Alguns nasceram para viver algumas horas dentro desse dia que se divide em 100 anos, outros viverão o ciclo quase cheio, mas ninguém que está aqui sabe quando vai.
Precisamos parar e pensar sobre nossas atitudes ao longo desse dia, pois no final, o que dá o direito nos cobrará sobre o que fizemos com o nosso tempo dentro desse dia.
No final dos dias dos viventes, todos terão que se encontrar com quem lhes deu o direito de viver.
Teremos que prestar contas do que fizemos, se fizemos, e se o que fizemos teve algum valor.
Muitos ocupam o seu tempo para fazer o mal, e praticar maldade.
Outros viverão de forma justa ocupando seu tempo para viver em paz, e se afastando do mal, ambos comparecerão à frente do autor da vida.
Cuidemos dos nossos feitos ao longo desse dia chamado, VIDA
16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17. Portanto, Deus enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele.
(João 3:16,17)
Texto escrito por Otoniel Teodoro em um dia que lhe faltou o sono às 3 da manhã.
Antes de querer julgar alguém, primeiro, saia desse mundo de conteúdos rasos! Experimente calçar os sapatos do outro, só para saber como é ver a vida de perspectiva diferente do que está acostumado. É assim que um ser humano cresce.
Passamos a vida tentando controlar tudo ao nosso redor. Planejamos, calculamos, evitamos riscos. Mas a verdade é que o inesperado sempre chega sem avisar. Quem aprende a fluir com a vida sofre menos, pois entende que o controle é apenas uma ilusão confortável.
Floricultura
Mais cachorros que pessoas passando na calçada, bicicletas, o som das jovens vozes no ginásio da outra quadra. A orquídea que perfuma tudo pra chamar atenção, o vento, a brisa calma: vão fazer falta no verão.
Da porta vejo escadas, no alto, janelas refletoras de sonhos...
Uma promoção, um suco gelado, uma vontade de falar com alguém.
O telefone toca, uma voz amiga do outro lado do mundo - Que vontade de chorar. Queria ser pássaro, pássaro não, vento: pra chegar mais rápido.
Vou conhecendo a pequena floricultura com a chegada do sol, com a promessa da primavera - Piso num chão de sombras de folhas douradas...
Tudo na cidadezinha é devagar, o tempo, o homem, o olhar, o sorriso. Quando se pensa em sorrir, a vida já deu dois passos, e uma parte de mim nunca olha pra trás.
Vendo flores, vasos, sonhos, uns sorrisos, surpresas, amores e contentamento.
O quase perfume de criar um jardim entre quatro paredes de concreto.
Nada num jardim é concreto, nada permanece, mesmo as esculturas de pedra.
Esse é um desses negócios que além da beleza e do prazer vende renovação, nutrição, recomeço... Algumas recomendações, o desejo que vinga, o cuidado de um novo alguém, um novo lar, e se ninguém cuidar?
As tardes de conversa jogada fora com insetos e folhas... Entre podas drásticas ou carinhosas, percebo que preciso de espaço. Um escritório debaixo do pé de caju, quem sabe?
Alguns metros quadrados a mais pra cultivar as flores de vento, borboletas!
O caminho não é mais o mesmo, ainda tem um campo de girassóis antes de chegar em casa, ainda tem o mar, a vila, mas é o barquinho azul, parado na lembrança que ensina a olhar pro que se quer mesmo quando não se quer nada.
Os dias de sol trazem coragem, os de céu branco ditam o ritmo da espera.
Vou pintar o vento no tronco de uma árvore...
João Sem-Braço
Não nasci para cálculos. Não meço palavras, perco os sentidos e os centímetros, avalie os sentimentos. Para os fardos da atualidade e a busca incessante do ser, a reciprocidade não anda de vento em poupa. Pasmem! O cenário frio e calculista dos tempos modernos é retrógrado e vago. É veemente o traço da fugacidade encontrado nas projeções de vida e sua conjuntura folclórica. O romance foi assassinado. Na prática, a luta entre os sexos, é vista burlando a boa-fé da espontaneidade. E o que se assemelha a um personagem poético, é dotado de uma inocente ingenuidade. “Sabe de nada inocente”. Porque nada disso é verdade! Tudo é calculado. A aptidão para os números é multiplicada pelos corpos, subtraída pelo vácuo e somada ao descaso. Desejam praticar o desapego, apegados ao passageiro. Olha o passeio! Dar as mãos é coisa do passado, estão passando é a mão mesmo. A flor da pele fica os nervos com a falta de senso, raros são os arrepios em meio aos poros sufocados de desdém. Os beijos efusivos tornaram-se tentativas do chamado “forçar a barra”. Parece que as pessoas hoje em dia são maquetistas deste cenário onde o dissabor acarreta uma aptidão para esquivar-se do romance. A frase clichê “quer romance, compra um livro”, virou música popular complementada pelo filósofo Mr. Catra “quer fidelidade compre um cachorro e quer amor volta pra casa da mamãe”. A tendência é esta! Os espertinhos (as) de plantão implantaram nas mentes estéreis a ideia de poder como meta sem baldrame para conquista. Nada se ganha sem o devido mérito. “Bonito isso, né? Eu li num livro”.
BARCOS DE PAPEL (soneto)
Na chuva da temporada, pela calçada
A enxurrada era um rio, e o meio fio
O teu leito, com barragem e desafio
Na ingênua diversão da meninada
Bons tempos felizes, farra, mais nada
Ah! Os barcos de papel, inventivo feitio
Cada qual com um sonho e um tal brio
Navegando sem destino, a sua armada
Chuva e vento, aventura e os barquinhos
Tal qual a fado nos mostra os caminhos
E a traçada quimera no destino velejada
Barcos de papel, ah ideais, são poesias
Que nos conduzem nas cheias dos dias
No vem e vai, no balanço, da jornada...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/06/2020, 11’05” – Triângulo Mineiro
Além do Nome
Não, eu já não piso nas mesmas calçadas,
Nem ouço as canções que um dia me abraçaram.
As telas que antes me prendiam,
Hoje, são apenas sombras do que já fui.
Minhas atenções lançaram para longe,
Minhas prioridades vestiram novas cores.
E você, perdido no ontem,
Ainda diz que me conhece.
Mas o que sabe?
Do meu silêncio que grita mudanças,
Das noites em que renasci em pedaços,
Ou do novo caminho que tracei, sozinho.
De mim, só restou o nome,
E mesmo ele, talvez,
Já não me reconheça.
No calculo matemático da vida nos espaços do multiversos está na compreensão da dimensão de três números relativos, o três, o seis e o nove.
A frieza e o calculismo, dão as mãos para a humildade, e assim, e só assim, serão ambos perdoáveis (...).
Estou partido
Corações, maçãs e ninhos
Indo embora
Sem gastar saliva, sapatos e tempo
Estou indo
Bem, mau e além
Das oportunidades vívidas
Tive tudo, nada e sobretudo
Vivi e estou ainda aqui
Na linha, no trilho fora da caixa
No desembrulhar do momento
Embrulhando o estômago nessa asia
Na ânsia por cada novo dia
Estou partindo para mais uma jornada
Feito o pão no forno
Dormindo e crescendo
Para a primeira fornada do dia
A vida só não é curta para aqueles que correm atrás do prejuízo, sem calcular a consequência de suas escolhas.
A vida é cheia de coisas engraçadas, nas quais eu amo participar..
Renovada, me sentido amada.. do que poderia eu reclamar?