A Semelhança de um Filho com a Mãe
E hoje eu falo coisas
Que nem uma criança acreditaria
Frases de efeito
Que eu tanto critiquei um dia
É tão triste perceber o fim
Daquilo que nem começou
Apaga a luz, fecha a cortina
Que vai começar o show
Não me olhe assim
Como se não tivesse nada a oferecer
Além de tudo que você me dá
Agora é comigo
E se eu escondo a verdade
É pra também não lembrar
Que o tempo passou
E só eu não mudei de lugar
Eu disse que era o fim
Mas dentro de mim
Ainda preciso me encontrar
E hoje eu falo coisas
Que só uma criança acreditaria
Com a ingenuidade
Que eu tive que perder um dia
É melhor ser dono das suas escolhas
Do que adiar um não
Mas não se pode afastar
Do que faz feliz seu coração
Não me olhe assim
Como se não tivesse nada a oferecer
Além de tudo que você me dá
Agora é comigo
E se eu escondo a verdade
É pra também não lembrar
Que o tempo passou
E só eu não mudei de lugar
Eu disse que era o fim
Mas dentro de mim
Ainda preciso me encontrar
A porta
A porta estava quase fechada.
com um cadeado novo, de metal
brilhante, pronto pra envelhecer
e virar história amarga que não
se conta em livros de auto ajuda
Com cuidado você a abriu,
mas não perguntou nada.
Tirou a cortina da frente da janela,
deixou o sol entrar por onde
nunca devia ter saído, e aos poucos
foi ajeitando tudo para que a sala
ficasse apresentável.
Fez sumir a poeira da estante,
colocou uma música pra tocar,
mas não quis cantar ou dançar,
apenas sorriu, como fosse o passado
um bobo diante de tudo
que a vida reservava pro futuro.
Não fez com que sua presença
fosse, em nenhum momento
necessária, e sim desejada.
Um alguém que mostra como é bom
ser livre com hora marcada
para voltar para o café, para a cama,
para o bolo de domingo
ou o beijo de despedida na saída.
E antes que se pudesse saber
qual seria a nova rotina dali,
partiu.
Não disse “já volto”,
mas deixou subentendido
que o tempo é relativo.
Não deixou um bilhete,
e sim um papel em branco.
Não deixou fotos,
mas um porta retrato vazio.
Não deixou quando,
mas quem sabe, um talvez
Só deixou saudade
e a porta aberta.
"Sem a verdadeira, fiel e autêntica vida de oração diária é impossível reconhecer a voz Daquele que muitas coisas nos quer falar e corremos o risco de, surdos a Sua voz, chamar às nossas paixões, à nossa carne, aos nossos planos pessoais e à nossa vontade própria, de voz de Deus"
O demagogo é uma rodovia barata por onde transitam os tolos, até que os buracos desmascarem sua efêmera suntuosidade.
Quem ama o poder transpõe montanhas para conquistar o prazer, mas não dá um passo despretensioso pelo irmão, pois tal condição exige o poder de amar.
As religiões se prestam ao árduo serviço de acendimento de velas chamadas "seres humanos". Como a chama de apenas uma é vislumbre, o que se busca é o fogo de duas ou mais, resultando num clarão a que chamamos de "Deus".
Quando ela voltar
Quando ela voltar
Talvez eu nem
esteja mais aqui pra escutar
Seu silêncio, seu cantar
O seu jeito de dizer
Que é melhor sonhar
Quando ela voltar
Talvez eu nem me lembre
O quando eu tive que esperar
Pra poder lhe entregar
O que não vai se perder
Nem se ela demorar
Já não sei o que fazer
Como é que vai ficar
Seu sorriso a muitas milhas
De distância do meu lar
Eu só posso é correr
Eu só quero me entregar
Eu não tenho que correr
É aqui que ela está
Seu sorriso é uma ilha
Em que eu fiz o meu lar
Eu só quero estar pronto
Para quando ela voltar
Quando ela voltar
Eu já nem sei o mundo
Como é que vai estar
Se de lá ou mais pra cá
Só sei que eu vou viver
Só sei que eu vou voar
Lágrima e sorriso sinceros são como espelhos da vida: refletem no corpo o que a alma sente e ninguém consegue esconder. Seja tristeza ou amor! Felizes são os que conseguem interpretar no outro esses pequenos detalhes.
Se o Cristianismo fala de setenta vezes sete, que as outras religiões citem o sete vezes setenta. A ordem dos pastores não altera o produto, mesmo porque Deus é um oito deitado.
As relações sociais não são um comércio. Não somos fornecedores que pegam estradas de mão única com a obrigação de disponibilizar os desejos uns dos outros. Os atos e sentimentos estão em sede de cooperativismo, na reciprocidade da presteza e do afeto, numa via de mão dupla.