A raposa foi se deitar no caminho por onde o homem tinha de passar e fingiu-se morta. Veio o homem e disse:
— Coitada da raposa! Alguém fez um buraco, enterrou a raposa e foi embora.
A raposa então correu de novo pelo mato, passou adiante do homem, deitou-se no caminho e fingiu-se morta.
Quando o homem chegou, disse:
— Outra raposa morta! Coitada! Tirou-a do caminho, cobriu-a com folhas e seguiu adiante.
A raposa correu outra vez pelo mato, deitou-se adiante no caminho e fingiu-se morta.
O homem chegou e disse:
— Quem terá morto tanta raposa? Tirou-a para fora do caminho e foi-se.
A raposa correu e foi fingir-se outra vez de morta no caminho. O homem chegou e disse:
— Leve o diabo tanta raposa morta!
Agarrou-a pela ponta do rabo e atirou-a para o meio do mato.
A raposa disse então:
— Não se deve abusar de quem nos faz bem.
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