A Mulher aos Oitenta Pôe um Chapéu
A CHUVA
- Mamãe! Que chuvinha enjoada!
Me deixou toda molhada,
Sapato, roupa e chapéu
Não servem mesmo pra nada...
Esta água que cai do céu!
- Não digas assim, minha filha!
A chuva é uma maravilha
Pois ela, molhando o chão,
Faz crescer a couve, a ervilha
O arroz, o milho e o feijão.
A chuva molhando a terra
Cobre as flores, a serra,
Amadurece o pomar,
E a semente que se enterra
A chuva é que faz brotar.
Por isso é que a chuva é boa
E a terra seca a abençoa...
- Sim, mamãe, compreendo bem,
Mas por que é que a chuva, à toa,
Cai nas calçadas também?
(Manoel Tigre)
O bom político é aquele que faz algo para o município e não aquele que cumprimenta com o chapéu dos outros!!!
Pensamento do dia 17/08/2016
Porque vou querer uma coroa de ouro se um simples chapéu já supre minhas necessidades?
Quero um chapéu onde o sol se enamore dele, e pousem passarinhos com florzinhas coloridas em seus biquinhos.
Um chapéu de várias cores, feito um arco íris, que reflita as gotinhas da chuva em dias ensolarados.
Um chapéu que cutuque a minha imaginação e me faça acreditar que até em dias frios, ainda é verão!
__ (Do momento "Que saudades do verão" da Mell Glitter)
Eu tiro o chapéu pra vida.
Pra quem sorri das coisas simples.
Eu tiro o chapéu, pra quem tem coragem de amar...
Tiro o chapéu, pra quem almeja o sucesso pra si e para os outros.
Eu tiro o chapéu, pra quem trilha na oração o realizar dos seus sonhos.
Eu tiro o chapéu pra quem pratica o bem.
Pra quem ama as crianças e os animais. Pra quem educa e incentiva.
Eu tiro o chapéu, pra quem nao denigre a imagem do outro.
Eu tiro o chapéu, pra quem é amigo, pra quem e irmão.
Eu tiro o chapéu para quem nos faz rir deixando nossos dias coloridos.
Eu tiro o chapéu, para quem mesmo distante consegue ser presente em nossa vida.
chapéu
o menino sobe ao céu
o planador se afoga na areia
a raposa não cativa mais
a jiboia não engole elefantes
a rosa murchou
o planeta terra
cresceu
O POETA (II)
O poeta é um peão...
É vaqueiro incansável na lida do gado;
Com laço, chapéu, calça de couro e gibão.
Com letras,escrita e imaginação
Tece a sua arte
Como um artesão.
Mas...
Enfrenta a caatinga da incompreensão,
Da solidão e da conspiração...
Tudo conspira contra quem quer,
Por no papel seu pensamento,
Suas ideias... sua ilusão.
O poeta é um jardineiro que chora...
Um pensador que implora
Pela inspiração.
Do seu labor, remove espinhos
Oferta suas rosas...seu carinho.
O poeta é um atleta dos gramados:
Mantém a cabeça no jogo
O coração na ponta da chuteira,
E as mãos no arado...
Com um pé no chão e outro na bola,
Persegue o gol o tempo inteiro;
Não chuta pra fora
Pois, seu chute é certeiro.
Como um pássaro que escapa da gaiola:
Comemora com cânticos,a liberdade;
Em voos mirabolantes,...
Vive emoções de verdade.
Tira da sua cartola
Tesouros pra dar,
Que muito consola,
A quem aceitar.
Se expressa com palavras emotivas
É caprichoso no seu ofício de versar;
Não leva a vida tão a sério:
Mas, na esportiva,
Para não se estressar.
É um amante das frases, dos textos,
Dos versos, dos poemas; da poesia...
O poeta é um nômande...
Não têm lugar certo pra morar,
Pois, no mundo das imagens,
Vive em busca de um lar (03.03.17).
O que trago embaixo do chapéu!!! Tenha certeza que não é apenas cabelo, mais sim um homem que sabe o que quer!!!
Ócio
Pra um sol bem quente
Eu uso um chapéu
Pra minha dor de dente
Eu olho pro céu
Pra meus amigos
Eu mando lembranças
Pra meu bem querer
Um pote de mel
Eu faço da vida
Uma linda resenha
E exponho tudo
Aqui no papel
Eu mostro a beleza
Do teu sorriso
E encontro a certeza
Do meu paraíso
Amar tudo ali
É muito mais que preciso
É quase sagrado por ser precioso
E se é pra correr apressado
Eu já nem saio do lugar
Minha vida é andar devagar
E sempre cheguei lá do outro lado
Onde a luta começa
E a glória termina
Onde implora a menina
E te faz promessa
Onde o campo é minado
E a virtude regressa.
Chapéu
Que cobre a careca,
Ou cobre a cabeleireira toda despenteada.
Chapéu.
Que cobre os pensamentos,
Dessa gente que vive, a pensar sobre a vida.
Chapéu
Que disfarça a dor
De alguém que recusa nos olhar bem nos olhos.
Chapéu
Que esconde amores
E até mesmo temores, de não ser correspondido.
Chapéu
Que esconde a tristeza
E até mesmo a incerteza de ser novamente feliz.
Chapéu
Que é só pra dar charme
Ou pra esconder do sol quem caminha na estrada.
Chapéu
Que não se importa com os milhões do rico,
Ou com os centavos do pobre.
Chapéu
Que não escolhe bonito ou feio,
Nem raça, nem cor.
E o povo que passa na rua comenta e aumenta
Dessa gente que leva a vida
Debaixo de um chapéu.
Ah, o intrigante Chapéu
O povo até imagina,
Mas no fundo, só a gente sabe,
Quanta coisa cabe, debaixo de um chapéu.
Chapéu de couro!
Nossa terra vale ouro
onde Deus está presente
o trabalho é duradouro
mas o vaqueiro é valente
corre, cuida, pega o touro
e só tira o chapéu de couro
em respeito a nossa gente.
Chapéu de Palha
Naquele dia, ele foi ao Mercado Central por acaso.
Gostava tanto do lugar, que sempre desviava de seu destino inicial.
Marcava um compromisso no centro (Rua da Bahia, Afonso Pena, Maleta...) sei lá!
E, inconscientemente, quase sempre, descia do ônibus na Rua Paraná.
Só pra passar em frente ao Mercado, talvez até entrar, ficar por lá um pouco.
O que ele sabia sobre o lugar e muitos ao menos ideia fazia,
é que não se tem controle do tempo quando se está por lá!
Com todos aqueles cheiros, ruídos, pecados existentes os sentidos se alteram
e ao passar por qualquer daqueles portões, você está condenado ao atraso.
Inevitavelmente, sua atenção é atraída e sequestrada pelo design das cores nas coisas
e você passa a ouvir os gostos dos cheiros destas coisas, por todos os lados que olhe.
Basta ver as vitrines das lojas, tem tudo lá!
De damasco da Síria, a temperos da Índia,
tem bacalhau dos mares de Portugal e até máscaras de tribos da África.
Todo o mundo está aprisionado por lá.
Vê só o tamanho do problema de quem vai?
Mas naquele dia ele estava angustiado! Quinta-feira meio nublada pra ele.
Chegou ao Mercado ali pelas cinco da tarde,
tinha um compromisso marcado para as sete da noite.
Enquanto caminhava pelos corredores,
tomado por toda aquela magia que envolvia-lhe os sentidos,
olhando maravilhado toda aquela sinfonia de lojas, mercadorias, pessoas...
Sentiu sua vida (passar) escapando rápido e bem diante de seus olhos.
Num desses relances, ao olhar para baixo,
viu seu reflexo circunspecto no ladrilho típico plantado no chão,
característica marcante do lugar.
Feito um refrão, linear e simetricamente orquestrado
via as peças de cerâmica diferenciar a cada passo dado,
mesmo que para qualquer outro elas parecessem exatamente iguais.
Naquele dia ele não estava em busca de nada em específico.
E mesmo que nada procurasse, foi atraído por um chapéu de palha em miniatura,
desses com as pontas sem trançar (desfiados), igualzinho aos de tamanho natural;
estava lá jogado em um balaio, exposto sobre uma caixa de madeira no corredor.
Ele até já tinha visto outras vezes desse objeto, mas dessa vez era diferente...
Estava envolto por uma aura de circunstâncias,
e se tornou o objeto mais evidente de todo o Mercado naquele dia.
Havia tanta poesia em fluxo, que sua forma e simbologia, faziam lembrar Minas Gerais.
Tomado por um impulso de morte, incontrolável, sacou do bolso sua carteira
e pediu a moça que embalasse logo umas dez unidades.
Chegando a sua casa, ainda conseguia ver a beleza e poesia de antes.
Mas parecia que algo estava diferente, a aura, havia desaparecido!
Foi nesse exato momento, que ele descobriu que o brilho que comove as pessoas
não está nas coisas postas nas vitrines
ou dependuradas arrogantemente à frente de nossos olhos,
e sim na singularidade do lugar e no sorriso que brilha dos olhos de quem trabalha lá.
Por isso, é tudo tão irresistível!
Por isso, as cores e cheiros e sons e gostos e tudo o mais são tão mais evidentes.
Soneto do Passarinho Apaixonado
Passarinho apaixonado.
Coloca o chapéu de lado.
Enche de sonhos uma flor.
Num dia lindo de amor.
Vestiu seu belo terno colorido.
Arrumou bem o seu bico.
Queria boa impressão passar.
Para a namorada ele encantar.
Fez voos rasantes e impressionou.
Um chapéu de flor arrumou.
É para oferecer a sua bela
Pois ela será seu amor infinito.
Cantará todos os cantos mais lindos.
Quando ele pousar na janela.
O amor pegou a mala e resolveu viajar.
Foi para Maracangalha de chapéu de palha.
O amor trabalhou incansavelmente e já estava com as férias atrasadas.
O amor antes de pegar o carro e ver se Anália queria ir junto para Maracangalha, decidiu parar em Itapoã para beber água de coco e ouvir o mar.
Mar esse que por sinal aconselhou: se Anália não quiser ir, vá só!
E não é que o amor foi?!
O amor entrou no carro, ligou o som, fechou a porta e pegou a estrada.
O amor não se estressou com o engarrafamento, nem com o calor e muito menos com a pessoa que passou xingando sua genitora.
O amor foi viajar livre das dividas, das cobranças e do remorso de ter sido largado por Anália.
O amor colocou protetor solar e foi se bronzear, afinal a palidez resultou na insatisfação.
Agora, o amor tira férias. E pouco importa a companhia de Anália.
Hoje, o amor se faz completo, sem dependência, sem cobrança e sofrimento.
O amor se impôs e Anália sofreu em casa. Solitária.
O amor tirou férias.
Anália sofreu com o saudosismo.
Mas, se bem me lembro, o amor tinha convidado Anália; mas, ela preferiu a liberdade.
Liberdade essa que foi usada como libertinagem.
O amor cansou de dar sem receber.
O amor juntou os honorários e tirou férias a longo prazo.
Anália se arrependeu.
Mas, querida, agora já era tarde!
O amor se foi e largou o emprego como estagiário.
Quer dizer, escravo.