A Medida do Homem é a Imperfeição
Sou incompleto, imperfeito, "interminado"; do contrário não sairia outro ser de mim, do contrário não precisaria de alguém para amar.
Amor, amo o imperfeito do sentimento. Do amor é o recôncavo imperfeito do sentimento avassalador da nostalgia do amor, a garganta seca que busca sentimentos da desgasante imperfeição do amor.
"Somos humanos,
não somos perfeitos,
somos falhos e imperfeitos,
mas nós podemos escolher o que faremos pra mudar isso".
Temos em nós um lado estranho e imperfeito que vez ou outra, encanta ou espanta alguém. Amar mais o cinza de um outono que o colorido de uma primavera pode ser, quem sabe, o divino mais corrompido e desconhecido de mim.
Se tudo é imperfeito nesse mundo imperfeito, então o amor é perfeito em sua imperfeição.
Se hoje eu escrevesse minha história, começaria contando sobre o que é “imperfeição”, e fim. Mas decidi colocar as páginas do livro nas mãos de Deus, Ele escreveu “graça”, sem fim.
Quando julgamos o presente, às vezes nos deparamos com um pretérito imperfeito acabamos por viver num futuro do pretérito, onde todos os fatos se relacionam com o passado e ainda não se dão por terminados, isso se torna um presente ingrato, que em algum momento vai parar em uma gaveta para se tornar passado, ainda assim com tantas coisas a volta todos temos a chance de criar um futuro do presente e que esse possa gerar um pretério mais que perfeito...
Satisfazer-se do sofrimento alheio,
é disfarçar nossas próprias imperfeições,
e deixar de ver que somos tão falhos quanto o próximo.
Eu te amava desde sempre nas imperfeições dos outros que não tens e nas que tens, porque em ti elas têm um outro significado, o sentido do vivo, do imperfeito, da real dimensão do humano. Te amava desde muito antes, antes de conhecer o som do teu riso, uma água que despenca do telhado num dia de chuva, antes das minhas mãos espalmadas sobre teus seios, pássaros famintos a revoar sobre campos de trigo. Te amava mesmo quando menino aprendia a ler as palavras que um dia tu me mostrarias a cor verdadeira, quando via pela primeira vez as coisas do mundo que tu reinventarias num olhar. Te amava sempre, sempre, sempre, quando ainda estavas ocupada no teu ofício de me encontrar, sem saber que me procuravas e eu ainda me ocupava em evitar que me encontrasses até que pudéssemos nos reconhecer. Te amava pelas esquinas onde não estavas, pela minha vida que ia se fazendo secretamente cada dia mais perto da tua, pelas conspirações do mundo que nos enlaçavam, nos enredavam, nos libertavam e iam nos preparando para sermos um do outro. Te amava tanto desde sempre porque já amava a mim nessa altura e aqui estavas tu, comigo, no que seríamos nós.