A Igreja do Diabo
Às vezes
Eu creio que a vida é cheia de pessoas boas
E más...
Eu vejo qualidades enormes em pessoas que poderiam muito,
Se soubessem
Se fizessem
Um esforço para enxergar o outro
Ao invés de julgar.
Julgar é fácil.
É preguiçoso.
É a Lei do Menor Esforço.
Mas conhecer é complicado.
Horas eu conheço, horas amo, horas me afasto.
Tem sempre três coisas que me fazem afastar: arrogância, inveja e agressividade.
Quem gosta não sente e nem faz isto com o centro de afeto.
A maior alegria de quem ama é ver a pessoa amada feliz.
Mesmo que muito longe.
Passo pela vida como observadora.
Vendo olhares.
Assistindo gestos.
Às vezes junto. Ás vezes, mesmo querendo bem, mas longe!
Nerisírley Barreira do Nascimento 22/02/2018
Por cada coisa que a gente passa nesta vida.
Eu sempre gosto de conversar com as pessoas. Ainda acho que o melhor é conversar numa cidade pequena como Santa Terezinha, Pilar, Vila Boa ou minha amada Pirenópolis. Lá as conversas são olho-no-olho, algo prazeroso. Mas nesse dia em especial... eu não estava para papo.
***
Fiquei irritada porque o voo duraria dez horas. E eu no assento do meio, dei o meu lugar para um senhor que nunca havia viajado de avião antes. De repente um outro senhor à minha direita do lado corredor começa um diálogo nada apropriado para quem estava no avião.
Um homem de uns trinta anos, muito bonito, de terno e gravata, uma roupa nada adequada para viajar e que agarrava-se nos braços da poltrona:
***
_ É a sua primeira viagem internacional?
***
Abaixei o livro e olhei para ele. Mas além de irritada, eu tinha que terminar aquele livro para uma palestra na Universidade Politécnica de Valência. Eu não teria nem um dia para descansar antes da palestra. Já estava no sufoco!
***
_ Não senhor. Faço esse trajeto sempre.
Ele me olhou de cima abaixo. E fez uma careta. _ O que você faz? Não parece uma mulher de negócios.
Pensei: _ Lá vem bomba!
Reabri o livro e respondi tranquilamente: _ Nem todas as viagens internacionais são a negócio. Aliás, são bem cansativas. Por isso, se o senhor me der licença, vou continuar lendo o meu livro.
***
Ele soltou um gemido. Notei que ele estava nervoso. Mas com certeza era arrogante. Como sou alérgica à arrogância, ignorei-o. Estava a postos, como passageira a decolagem. O comandante falou em Francês, Inglês e em Português como de costume. Eu não gosto dessa companhia francesa, principalmente quando ela fundiu-se com uma holandesa. Aí que a coisa degringolou. E eu lendo o meu livro quando...
***
_ Você consegue ler voando?
_ Hum... hum.
_ Você não tem dificuldade?
_ Não senhor. Eu tenho o costume de ler um livro por dia. Quero terminar este neste voo. _ Mensagem clara não é leitor? Mas para o bendito, não.
***
O serviço começou a ser servido. E é lógico, que lá pelas tantas, viria aquele de vendas. A mesma coisa sempre. O mesmo cansativo estresse de ficar ao lado de estranhos enjaulada para cruzar o Atlântico. Aí começou a explosão de pérolas do passageiro do meu lado direito:
***
_ Você voa muito neste voo?
_ Só uma vez. _ Lógico, outro voo seria outro nome, outro dia.
_ Ahhh... então você não estava naquele que caiu no mar...
Abaixei o livro e o vi remexendo na poltrona. Aí entendi.
_ Senhor. Se eu estivesse naquele, não estaria aqui conversando com o senhor.
_ Não é claro! Estaria no fundo do mar! _ Bradou.
***
Todos olharam para nós, já tínhamos passado da costa do Brasil. Mas aí eu continuei em voz baixa. Pausada e tranquila.
***
_ Se o senhor acredita, sim. Mas eu não estaria nem aqui e nem no mar.
Ele ergueu as sobrancelhas: _ Onde estaria então?
_ Bom num lugar melhor que este mundo Adorando a Deus.
_ Ahhh... você é uma daquelas religiosas. O que vai fazer na Europa? Procurar um emprego?
Ele atravessou uma linha tênue. Não falo sobre minha vida particular.
_ Não.
_ Pois eu tenho uma reunião.
_ Hummm.
Voltei a ler meu livro. De repente ele me cutucou.
_ Que livro é este? Um romancezinho?
Sem tirar os olhos do livro: _ Sim um romance entre a Quântica e o cérebro humano. Os dois geram a simbiose da Ergonomia Cerebral.
_ Você é médica?
_ Não.
_ Então porque diabos está lendo este livro? _ Falou alto, mas tão alto que o serviço de bordo todo olhou para mim. O passageiro da esquerda, um clérigo, ficou com dó da mim. Não houve jeito, tinha que explicar para amenizar a situação.
***
_ Eu sou uma pesquisadora e estou fazendo um artigo científico sobre Psicologia Ambiental.
_ Mas o que você faz afinal de contas? Eu sou advogado!
Eu tentava manter a calma: _ Sou arquiteta e urbanista, mestre e doutora na área, sou filósofa, teóloga e também tenho formação em artes plásticas. Agora, sou cientista da Universidade Hebraica de Jerusalém. E se o senhor deixar, eu vou terminar o meu livro.
***
Ele ficou me analisando por um tempo. Um comissário que fala Português já havia postando-se bem perto de nós para ouvir. Ninguém merece!
***
_ Eu pensei que você era empregada doméstica.
_ Hummm. Não tirei os olhos do livro. _ Muita gente pensa porque sou parda. Ou melhor, mulata, negra. _ Ao fundo, ouvi uma risada do comissário que traduzia em um Francês, quase sem sotaque, a outro.
***
_ Mas me diga uma coisa?
Aiiii... Fechei o livro. E olhei para o homem. _ Pois não!
_ Esse não é o mesmo voo que caiu no mar?
_ Não, aquele continua no mar.
_ Mas você me entendeu. Este não faz o mesmo trajeto?
_ Sim.
_ Você acha que ele pode cair?
_ Todo avião pode cair.
_ Você acha que este pode cair então? _ Eu acho que ele disse isto a cento e oitenta decibéis.
***
Todos olharam para nós. Aí eu perdi de vez a paciência.
***
_ Senhor! O senhor acredita em Deus?
_ Mais ou menos.
_ Então ponha as suas contas em dia com Ele.
***
_ Você é uma cientista e acredita em Deus?
_ Sim. Como Albert Einstein.
***
_ Mas se cair?
***
Isso ele já falava, não me cutucando, mas sacudindo o meu braço. Chamei o comissário em Francês e pedi um uísque para o homem. De pronto, ele trouxe.
***
_ Eu indico ao senhor beber toda a bebida e estar em dia com Deus. Porque se o avião cair o senhor vai morrer. Entendeu? _ MOR-RER. E dessa o senhor não passa! E nem eu. Portanto, beba o seu uísque e deixe-me ler o meu livro!
***
Só ouvi umas risadas atrás. O senhor a minha esquerda, depois trocou de lugar comigo. Porque o digníssimo bebeu três garrafas _que eu não sabia que ele tinha consigo_ e tombou adivinha para onde? No meu ombro!
24/11/2016
Chegar a Jerusalém é chegar a um lugar de Paz.
Diferente do que se pensa, apesar dos conflitos, do calor e clima seco e de ver jovens com armas servindo o exército. Jerusalém é linda. Ao final da tarde, ela reflete o sol as fachadas e ruas parecem ouro, talvez a paisagem já profetize o que está em Apocalipse.
A cidade cheira Mirra.
Israel é cosmopolita. Excluindo os radicais religiosos. Todo o país é maravilhoso de um povo multirracial, milenar e inteligente.
Tudo é especial. E é lógico que para um goiano, principalmente um goianiense é mais fácil passar pelo calor e clima seco de uma Peregrinação à Terra Santa.
Vale muito à pena ir.
Resposta a Rogério:
Sabia que nossos pais foram amigos quando o meu pai era moço?
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Pois é, fiquei sabendo a pouco. E aí me pergunto:
Ser sua amiga pra quê Rogério?
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Você me trata mal. Começa me enviando mensagem às duas da manhã pra acabar com o meu dia.
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Você sente PRAZER em magoar as pessoas.
***
Eu não quero nada de você. A não ser DISTÂNCIA.
***
Eu reconheço a sua habilidade em fazer novos contatos. Mas em nenhum momento em que eu te escrevi, se quiser leia novamente, eu disse que gostava de você e que queria reatar a nossa amizade.
***
O que foi para ser, foi. Senti saudades de você sim. Mas ainda assim era o mesmo homem que marca com a gente e some. Deixa a gente sem saber se devemos ser formal ou espontâneos.
***
Eu não sei nem quando e nem quem te chamou de descontrolado e você tomou isso para você. E se você for, é uma característica da sua personalidade. Pare de se diminuir!
***
Mas se existe algo em você que me causa rejeição é o fato de você competir com a gente e machucar como se isso fosse natural. Eu não sou bajuladora Rogério. Eu não preciso que paguem as minhas contas. Eu sou uma pessoa honesta, honrada e humana. Eu ligo, eu dou satisfação, eu me coloco no lugar do outro. Não sou melhor que ninguém, mas também não sou pior. Eu batalhei muito, sofri muito para chegar em um lugar que ainda é o meio da viagem. A doutora todos veem, mas as lágrimas e humilhações estão escondidas nas esquinas da minha alma.
***
Eu me dou valor. Por isso, eu seleciono “a dedo” os meus amigos.
***
Amigo não manda “socos” via whatsapp, amigos não agridem e nem machucam. Muito menos ficam menosprezando as pessoas.
***
E você perdeu uma amiga que ia rir com você, que iria brigar por você, que iria estar ao seu lado orando por você numa cama de hospital. Você perdeu uma pessoa que você por mais que tente, nunca vai encontrar igual.
***
O meu único descontrole foi não ter cortado de vez na primeira mensagem perturbadora sua pelo whatsapp. Depois de você ter ouvido do seu amigo Jurandir ou sei lá o nome, que eu não me lembro. Você deveria ter conversado e perguntado para mim. Não ter me mandado aquilo. Ainda assim tive esperanças que pudesse haver uma amizade entre nós. Mas aí no seu pedestal psicológico é difícil para você ver as coisas com maturidade.
***
Você se colocou como a “raposa” de Saint Exupery. Mas não foi eu que fui até você. Quando digo que nós não nos veremos mais. Eu falo sério.
***
Numa coisa você acertou. Nós nunca seremos namorados. Isso é absoluto.
***
Mas também nunca seremos amigos. E nem trabalharemos juntos, mesmo porque, o único trabalho meu, você não o tem.
***
Eu prefiro mil vezes ser humana como eu, do que ser má como você!
***
Tenho poucos e seletos amigos. Mas os que eu tenho, valem ouro. E me aceitam como eu sou. Não estão num pedestal me julgando. Nem deram um “piti” só porque eu informei que não poderia ir a bares com eles. Eles sabem que eu vou às serestas e bebo muita água enquanto eles bebem wisque. E nem por isso, deixam de me chamar para cantar.
***
Os nossos pais quando saíam também era assim, pois o meu não bebia, mas era um músico nato. Eu fiquei sabendo disso nesta semana pela minha mãe. Eu nem era nascida ainda. Mas pelo que ela me disse, ele era uma boa pessoa, não julgava as pessoas como você, ele não se colocava no SEU altar. Não preocupe-se, eu nunca falei de você para ninguém. E de mim, você terá somente DESPRESO.
***
Seja feliz.
***
Obs. E eu não vou te chamar de descontrolado para nenhuma pessoa, não é do meu feitio machucar ou diminuir seres humanos, apenas tenho alergia a gente arrogante. Se algum dia, alguém falar algo sobre você ficarei em silêncio. No mais, te conheço de vista.
Sem palavras
Meu doce suspiro
caiu de velho ,
soprou de bobo ,
mingou de riso
Buscou alento ,
na criatividade .
Abrigo na imaginação ,
numa tarde de Domingo .
Encontrou o quarto vazio ,
um silêncio esperançoso ,
uma solidão de palavras ,
uma reticências , um ponto .
No quarto da lua nova
no equilíbrio do vazio
simplesmente por ser,
e não ter, nada a escrever .
02-05-99
O HOMEM IDEAL PRA MIM É ASSIM:
baixo
alto
médio
gordo
normal
magro
negro
branco
mestiço
asiático
rico
pobre
olhos azuis
olhos pretos ou castanhos
olhos verdes
o homem ideal pra mim é assim.
Lógico que eu não o quero.
Eu quero é uma pessoa de coração simples.
De grande senso de humor, porque rir faz bem a alma.
Quero alguém que acredite em Deus e que acredite no que Cristo diz.
Quero um homem que saiba que as mulheres são diferentes, não inferiores, mas diferentes.
Cristianismo não é religião!
Quando estive pela primeira vez em Israel uma das coisas que mais foram espantosas para uma teóloga especializada em Arqueologia Bíblica como eu foi o lugar onde o Messias começou o Seu Ministério: _ Às portas de um Templo de Baco!
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Sim, um Templo ao deus Baco. O deus do vinho. Um típico lugar para deixar qualquer clube de swing do século XXI com as bochechas vermelhas. Mas foi num lugar assim, que Ele começou a espalhar uma palavra de Paz, Esperança, Fé e apresentar um Deus PAI. O que já cogitava em pena de morte na Lei Judaica _ Torá _.
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Vamos entender o contexto da época. Um Israel invadido. Dominado por um povo duro e nada afeito a abstrabilidade do Deus dos Hebreus. Este povo de uma rígida Lei, inclusive em aspectos sanitários, tendo de conviver a força com estranhos em seu território. E ainda pagando impostos para viver em sua terra. Havia uma eclosão de indignação entre os judeus. E para continuar Roma tinha aberto suas estradas passando por Jerusalém. A cidade sagrada, passou a ser uma rota de comerciantes e de exércitos. O país já era helenizado, por causa de sucessivas invasões persas, gregas, etc. Os deuses gregos como a Filosofia Grega estavam lá. Os hebreus falavam o hebraico, o grego simples _ Kairós _ o grego formal, o aramaico e ainda o Latim dos romanos. Até que isso não mudou muito por lá, hoje eles falam no mínimo três línguas desde crianças.
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Mas era uma época de revolta tanto a costumes estrangeiros, como ao abuso destes sobre o povo. Assim, antropologicamente, o amor, piedade e adoração a um Deus invisível; foi entrando na armadilha emocional da amargura social. A Lei foi deixada de lado em favor de um pragmatismo político-religioso. O importante era a libertação dos judeus de qualquer outro povo. E principalmente Roma. Talvez o mesmo sentimento de revolta que aos poucos vira amargura no brasileiro de 2016, tornando-o num povo doente. O Brasil hoje de acordo com a Organização Mundial de Saúde _OMS_ é o país que mais faz uso do Rivotril no mundo.
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De repente aparece um Rei que vem do povo, que não era um homem bonito, porque a Bíblia relata que ele não seria um homem belo. Simples, mas de inteligência extrema com uma mensagem de libertação. Mas de libertação de conceitos e dogmas pessoais. Não um libertador com um exército que salvaria o povo das garras dos romanos. Nenhum homem branco, de olhos claros, alto e forte. Mas alguém provavelmente baixo, pardo e de feições nada agradáveis.
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Uma coisa que chama a atenção nesse processo é que Deus não é concreto, por isso, era básico entender que o Libertador também viesse com uma mensagem nada concreta. Incluindo nisto todos os livros proféticos que relatavam como ele seria e que tipo de libertação ele traria.
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Porém já era demasiado Jesus o Cristo, ter desafiado a Lei Judaica tornando-se Ele mesmo o porquê da Lei. O Próprio serviu-se de espelho para os políticos e poderosos em sua época. Ao apontar o dedo e chamá-los de hipócritas na frente de todos.
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O sobrenatural é o que Ele trouxe. A GRAÇA. Um ensinamento simples, e olha que Eisten dizia que “fazer o simples é sempre mais difícil” , mas um ensinamento totalmente reflexivo. Em que o tempo todo nos coloca em xeque. Estou certa ou estou errada? Estou conseguindo me colocar no lugar da outra pessoa, ou estou pensando em mim? Eu posso julgar alguém? Passei o que ela passou? Vivi o que ela viveu? E ao julgar? Não estou tentando usurpar o lugar de Deus porque somente Ele é onisciente? Eu não vivi nem o que o meu pai ou minha mãe viveram, como posso me colocar no lugar do outro? E a resposta é de uma simplicidade aguda diante do universo que separa uma pessoa de outro ser. Vou deixar para o leitor busca-la.
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E a Graça vai a um ponto que ultrapassa o natural, a nossa natureza de três dimensões. A Graça é algo que não merecemos, não temos direito e nem podemos reivindicar. Entretanto, recebemos até sem pedirmos. É a imortalidade da alma pela Lógica da Cruz , o Antigo Testamento aponta o tempo inteiro que “sem derramamento de sangue, não há expiação de pecados” . Porém se um homem totalmente sem erros. Ele se faz expiação . Abre-se um novo precedente. O salário do pecado é a morte, mas alguém sem pecado, não poderia morrer. Porém morre assassinado. Logo, foi quebrada a Lei, daí a rachadura na espessa cortina do Templo e o terremoto que abalou a Terra no momento da morte Dele.
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A Lei estava errada?
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_ Não! Ela era a preparação para a vinda da Era da Graça. Assim como essa Era que vivemos é a preparação para a próxima e muito próxima que está a vir.
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A Lei foi uma Era, agora estamos sobre outra. E o Cristianismo está longe de ser uma religião, cheia de pragmatismo e dogmas. O cristão verdadeiro está sempre pronto para estar errado e para pedir perdão. Não tem o direito de ser melhor que ninguém porque admitiu ter recebido algo que não era de direito dele. A Graça de uma vida imaterial. Sempre será mais fácil personalidades insatisfeitas, questionadoras ou propensas a amar e compreender a dimensão invisível do cristianismo.
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Houve uma abertura através de uma morte horrenda . Uma ligação para Deus direta, sem indulgências, sem sacrifícios, sem ofertas em dinheiro e outras coisas do tipo. Mas um estilo de vida onde o amor é o objetivo. Mais que um sentimento, ele é uma atitude de vida. Portanto, a Ética Cristã não é pragmática, muito menos dogmática, litúrgica ou cheia de rituais. É totalmente diferente. Por que não é a ética justamente um conjunto de ações? Como a Constituição Brasileira?
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O cristianismo é uma prática de vida. Quando uma pessoa ora e sente a presença do Espírito de Deus. Quando alguém conversa com Deus e o chama de Pai. Quando um empresário da construção resolve não fazer um empreendimento porque este vai danificar uma parte da cidade. Quando se para ajudar um estranho. Quando nos colocamos no lugar da outra pessoa. Quando perdoamos e quando somos perdoados. Isso é cristianismo. O resto é invenção humana.
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Para não dizer que fui muito “professoral” vou deixar uma facilidade: _Mostra-me a tua fé que eu te mostrarei as minhas obras. _ Livro de Tiago, capítulo 2, versículo 18.
04/08/2016
Eu sou a água!
Me fiz água para neste mundo sobreviver.
Água de afronta e de amor.
Hoje água que vive.
Eu sou como a água.
Horas turva,
pelas desilusões.
Horas amarga,
pelos ataques.
Horas límpida,
na grandeza da inocência do grande amor que trago para dar.
Sou aquela revolta diante de injustiças.
Tsunami para os arrogantes.
E inadequada aos hipócritas.
Mas eu compreendo a Física da resiliência.
Eu me moldo às dificuldades e sobrevivo.
Sou vapor.
Sou gelo.
Sou água.
Em mim respira a vida.
Em mim vive milhões de espécies.
Em mim eu transbordo em alegria.
Eu posso ser granizo que estraga.
Eu posso ser salgada para você, mas essencial para milhões!
Me respeite e me observe.
Eu posso ser a melhor amiga sua.
Porém posso te destruir.
Me ame e me cultive em sua alma.
Porque eu sou livre. E sempre escorregarei pelos seus dedos.
Você não pode me controlar.
Mas eu com alma de mulher.
Posso de ensinar.
Estou aqui para te ajudar.
E no momento que sentir que não sou valorizada...
Sua vida, num deserto vai findar.
Porque eu sou a água.
01/11/2018
Fé
Se existe algo que me irrita como teóloga é a hipocrisia. E existe muitos e muitos dentro de igrejas e centros espíritas bastante hipócritas.
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A pessoa passa anos dentro de um lugar religioso e rebaixa a sua esposa em nome de um machismo aprendido no mundo.
Outros, são mais arrogantes que vários ateus ou que nada dizem ser porque nunca pensaram nisso.
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E os famosos “calados”, sim, aqueles que nunca mostram o que são e nem pra quê vieram neste mundo. Esses são os que endossam as atrocidades: racismo, antissemitismo, sexismo, preconceito contra idosos, gordos e por aí vai...
***
Mais horrorizada eu fico é com aqueles que tem prazer em machucar, em humilhar as pessoas e falam de Deus.
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Fé não tem nada em haver com religião. Muito menos religião com bondade. A fé verdadeira produz EMPATIA. E a empatia é se colocar no lugar da outra pessoa. Eu considero impossível ter uma relação sincera com Deus e ser “religioso”, assim como tenho certeza que esta relação produz uma hipersensibilidade em nós.
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Já ouvi muito as pessoas dizerem que eu sou corajosa, apaixonada, de atitude, mas nunca vi alguém me perguntando de onde isso vem.
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Vem da minha Fé. Da fé que Deus está comigo. Por isso, jamais estarei sozinha. Porque é justamente esta Fé que me dá coragem e alegria. Ela que me impulsiona a ser melhor. A Fé, pra mim, gera atitude e ação. Com medo ou sem medo.
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15/08/2019
Hazaras um povo esquecido.
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A primeira vez que eu vi um Hazara na minha vida foi num hotel à beira do Mar Morto. Eu estava em peregrinação para Jerusalém _Yerushalaim_. Fiquei abismada com uma moça asiática bem mais baixa que eu, de rosto arredondado, mas olhos grandes e verdes. Ela falava oito línguas. E na Jordânia relatou que não sofria preconceito, apesar de saber que nunca casaria. Pois sua raça não era aceitável para os cidadãos de lá. Como era mulçumana e muito culta não servia para o casamento.
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Dois anos mais tarde, indo para Tiro, conheci vários Hazaris. Eles são mais tranqüilos e não tem tanto preconceito com estrangeiros. Mesmo porque eles são sempre estrangeiros na sua própria terra. O Afeganistão. Para quem nasceu num país gigantesco que de uma capital à outra demora seis horas de avião, mas em todo ele fala-se o Português é difícil compreender uma raça com uma língua e costumes próprios dentro de um país do tamanho aproximado da Bahia com tantas divergências étnicas.
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Os hazaras são descendentes dos mongóis com os afegãos. Por isso, os olhos verdes com o rosto asiático. Porém diferem em muitíssimo dos chineses, coreanos e japoneses. Para quem os conhece já vê a diferença entre eles, eu sei reconhecer facilmente. Mas os hazaras são singulares no aspecto físico. Apesar de abrigarem-se ao longo do tempo, desde a invasão de Gengis Khan,em Cabul. Sempre foram considerados inferiores. Com a imposição do regime Talibã começou a “limpeza étnica”. Eles passaram ser exterminados como num novo Holocausto. Mas desta vez no século XXI entre mulçumanos sunitas contra xiitas.
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Na Ásia Central nós encontramos sempre algum hazara. E quem encontra pela primeira vez um, tem um sinal de espanto mesmo. Geralmente, eles são belíssimos. Chamam muito na atenção. Um asiático de pele clara e olhos grandes e verdes diferem de todos. Têm uma profunda dedicação ao estudo e ao conhecimento. Mas no país deles, por serem considerados inferiores, têm de fazer os piores trabalhos. Existe um ditado por lá que descreve que para um afegão existem vários lugares, mas para um misturado _hazara_ somente o cemitério.
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Num país de desertos, de uma diferença gigantesca para a superlativa natureza brasileira, você vai encontrar o asiático mais lindo de toda a Terra. Mas um povo dentro de seu país que não é considerado. Uma sub-raça. Algo muitíssimo difícil de ser compreendido por um americano. Seja de qualquer lugar que ele for. Afinal, as Américas são junções e miscigenações. No Brasil, então, muito mais.
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Mas eu vou abrir os olhos hoje para eles, os Hazaras. Um povo esquecido pelo mundo. Mas que existe e está aí para quem quiser ver.
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20/11/2015
Welberson e Lúcia
Sabe, a vida me ensinou muitas coisas. Ultimamente, eu digo por causa dos sentimentos que muito nova fui exposta que tenho Licença Poética para falar.
Hoje eu vou falar de um primo meu que eu o chamo de “descabeçado”, mas não no mal sentido. A falta de cabeça dele é que ela, eu acho, não é proporcional ao tamanho dos sonhos dele.
Eu acho que sempre vou ver esse primo meu, que um dia falou uma coisa muito dura pra mim por causa da minha religião, com os mesmos olhos de quando eu era criança: do menininho caçula sempre risonho.
E risonho ele é até hoje. Eu já o vi passar por “umas” e ele meneia a cabeça em sinal negativo. Logo solta um sorriso com uma novidade que não tem nada haver com o que ele está passando.
De raciocínio muito rápido, de educação tradicional. Ele se supera a cada dia. Mostra que a maior riqueza do ser humano está dentro dele. E não no que tem.
Passam-se os anos e o coração de criança permanece nele.
Engraçado, é que eu tenho a certeza absoluta que ele nunca notou que a imagem que ela passa é essa. Que ele deixa uma lição sem se quer ver o seu legado.
Para ser o freio do visionário primo meu. Que tive a sorte de ter na família. Deus deu a ele uma preciosa esposa que meu irmão não cansa de dizer que é brava e as outras pessoas não cansam de dizer que ela é linda. E é mesmo. Mas bonito, é ver como eles se completam. Mais lindo ainda é olhar pra ela e notar que ainda, apesar de muitos anos de casados, ela brilha os olhos ao vê-lo. Isso dá esperança pra qualquer um no mundo.
Eles têm defeitos? Lógico! Têm problemas? Claro. Mas continuam sendo ele dela e ela dele. Ela adorna-o, assim como ele é a coluna dela.
Uma clara visão de casamento real. Onde as coisas acontecem. Ninguém empurra ninguém. Um coração de criança, um sonhador. Com uma realizadora, uma força motriz.
O que mais alguém pode querer da vida?
E eu aqui, só observando e narrando os fatos. Para que fiquem na memória de todos. Que quando Deus ama alguém, Ele dá enquanto esta pessoa dorme. Enquanto sonhava, Welberson recebeu Lúcia. No seu sono ele recebeu o seu tesouro. E como a cabeça dele não cabe seus sonhos, dia após dia. Eles vão crescendo ou mudando.
22/11/2013.
História romântica contada por mim às crianças:
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1 - O príncipe da Rapunzel é um bombeiro. Primeiro ele já vem de carro vermelho fazendo barulho e qual garotinho não gostaria de uma história com um carro do Corpo de Bombeiros? Depois,ela jamais jogaria as tranças. Custa caro a silagem num cabelo grande como o dela, para um sujeito subir de botas sujas nelas. E bombeiros são sempre mais charmosos que príncipes.
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2 - Príncipe encantado é aquele carinha que nunca teve que lutar por nada na vida. É um chato pedante. Depois... esse caso de encantamento... sei não. Chuta que é macumba.
....
3 - Grandes princesas terminam mortas num túnel em Paris. E o túnel cheira xixi.
....
4 - A Cinderela criou uma agência de faxineiros, serviços de saneamento básico e o sindicato dos lixeiros. Salvando o reino da falência.
....
5 - A Ariel é a maior ativista do Greenpeace dos mares.
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6 - A bela adormecida virou uma farmacêutica que conseguiu descobrir o princípio ativo do pó da sonolência. Logo, no reino dela, todos são operados com o pozinho e acordam com um beijaço.
....
7 - A Branca de Neve é a maior produtora de geleia de maçã atualmente. E o príncipe conseguiu engrossar a voz com a ajuda de uma fonoaudióloga.
....
_ Vocês não acham que eu sou extremamente romântica? As crianças amam!
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22/09/2014
Um Júbilo na minha vida!
Eu tenho um Labrador. Lindo! Se chama Júbilo.
Ele tem um tom mel um perfil garboso e maior que a maioria dos Labradores, me disseram a algum tempo que era o alfa da ninhada por isso essa diferença. Júbilo tem o crânio mais avantajado que os irmãos dele e também o porte e elegância _quando parado, claro _.
Na nossa casa tivemos os mais diversos tipos de raças e os mais diversos tipos de animais de estimação, mas nenhum foi tão mimado e tão cuidado como o Júbilo. Ele é o supra-sumo das atenções e desvelos para um cachorro na nossa família e o primeiro animal de estimação meu. Em nossa família já tivemos: tartarugas, pintinhos, cinco cachorros, preás (que aliás, fedem e procriam na medida em que fedem), periquitos australianos, passarinhos e sei lá mais o quê que não me lembro mais.
Quando bem criança o meu irmão conseguiu convencer meu pai a ter um cachorro da raça Pequinês, quando bebê o bichinho era um amor, mas bastou crescer um pouco para virar o mais rabujento e mal criado dos animais. O Jesper era um calvário! Chato, mal humorado, ficava magoado com o primeiro não e detestava vassouras, mordia todas, não tinha nenhuma lá em casa que não fosse batizada. Vivia dentro de casa, e avançava em qualquer um. Pra terminar era pirracento e soltava pum a cada trinta minutos, de preferência perto da gente. Ele era tão chato, tão irritante que tinha os dentes pra fora, sei que é próprio da raça mas creio que no caso do Jesper era o temperamento dele que fazia com que ficasse parecendo um animal pronto pra dar o bote na primeira rangida.
Depois tivemos um casal de Pastor Alemão que eram extremamente bravos, mas com os de casa eram de uma doçura e fidelidade fora do comum, lindos! A fêmea era a Chayene era mais brava e sapeca, o macho era o Fiel doce e dedicado.
Por isso, posso dizer que depois de termos tido tantos animais de estimação nenhum foi até hoje tão agradável e divertido como o Júbilo. Apesar da evidente beleza dele a maior vantagem sua está longe do seu aspecto, está no seu gênio. Ele é lindo por dentro, sua fachada só emoldura o quadro do seu temperamento.
Júbilo não é um cão de guarda segundo os entededores, mas late a noite inteira sob o menor barulho. Também um cão de companhia não ataca nunca, mas não se encaixa no meu Labrador, duas vezes ele atacou, as duas foram homens desconhecidos que tentaram se aproximar de mim de repente, e com certeza pela ocasião com as piores intenções.
Eu nunca pensei que pudesse ter um cão tão caro e especial como ele. Um dia estava passando na frente de um Pet Shop num shopping e vi uns caezinhos mel como ele. Sonhei, mas pensei comigo mesma “eu nunca conseguiria um cahorro tão lindo como esse”, o preço dos filhotes era de R$ 1.200. Mas parece que Deus ouviu o meu pensamento... algumas semanas depois a minha mãe me falou que minha prima tinha conseguido uma fêmea num canil. Era uma é poca muito difícil pra mim, meu pai tinha acabado de falecer, depois a cadela do meu irmão que eu cuidava, e logo meu outro irmão teve um acidente terrível que o deixou imobilizado por algum tempo. Depois destas e outras perdas eu tinha entrado numa imensa tristeza então decidi que se tivesse uma cadela minha ela se chamaria de forma profética Alegria. Cadela porque nem me passava pela cabeça um machinho.
Meu irmão mais velho se divorciou e veio morar na nossa casa então ele foi ao canil comigo. Eram só dez minutinhos para escolher a cadelinha, ficamos quatro horas. Eu não conseguia escolher, eram cinco fêmeas e um machinho mel que era o único que parava de brincar com os outros e vinha me cheirar de vez em vez. Ele parecia o maior mas o mais molenga de todos. No meio da minha indecisão orei a Deus dizendo “Senhor se este filhote vier me cheirar mais uma vez eu o levo” imediatamente ele veio. Não aguentando mais o meu impasse meu irmão o pegou no colo e decidiu por mim: _Pronto! Chega! Vai ser esse aqui e acabou! Quando entramos no carro com ele no colo, ele saltou pra fora e tivemos que correr atrás dele na rua. Nem sabíamos, mas começaria alí uma imensa ou imaginável lista de peripécias do Júbilo.
Bom, ja que não era a Alegria, então ia ser o Júbilo. Ele foi criado dormindo do lado de fora de casa, nunca chorou por estar na garagem que dá acesso ao átrio e jardim. Também nunca dormiu muito a noite. Ao contrário, mascou e detonou tudo que fosse verde, preto, vermelho, marrom, branco, etc. Se tivesse cheiro de borracha ou o meu cheiro melhor ainda. Em três meses não existia mais aquele lindo e florido jardim, no lugar dele resistiram as jabuticabeiras do meu pai e um resto de terra preta bem cavucada. Aliás acho que todo Labrador deve ter uma parte do DNA comum com uma topeira e com um golfinho. Os outros cachorros detestam água o meu nem poça dágua escapa. Um dia eu estava com ele na beira do Vaca Brava _eu fiz o projeto do Parque por isso, gosto de ir lá_ e o meu queridinho deu um arranque que eu não segurei e no mesmo impulso tibum, lá estava ele naquela água, com colera, guia e todo aparato, além de um monte de gente olhando: _Olha! Um cachorro nadando no lago!_ Imagina a minha cara... Bom, voltando ao jardim, existia uma horta, mas o Júbilo ama jiló e não sobrou nem hortaliça nem pé dela. Assim posso falar da couve, tomate espinafre e todo o resto. Ele mascou a raíz dos maoeiros até eles cairem nochão. Devorou o paralamas da moto do meu irmão e nos deixou sem telefone duas vezes porque o fio de entrada era sub-térreo e é lógico o que fazia um fio no meio do buraco que ele cavava?
Nunca mais!
...
...
Todo mundo pode dizer muita coisa.
Lamento é o melhor.
Mas os Eliús da vida vão me dizer que eu deveria agradecer a Deus pelo tempo que convivi com ele.
Idiotas!
Quem disse que eu não agradeci desde o momento que o tive?
Muita gente vai dizer que é uma bobagem.
Mas o meu Labrador Júbilo era o melhor de todos os labradores.
Nunca mais é o que eu digo hoje.
O latido dele.
As hilárias vergonhas que me fez passar.
O tom dourado do seu pelo ao sol.
O formato lindo da carinha dele.
O rabinho abanando.
As enormes patas que me encantavam.
A docilidade e ternura.
Nunca mais!
Nunca mais quero passar por isso.
Nunca mais quero ver tanto amor sofrendo.
O que me consola é que no céu deve haver um campo lindo para ele correr. Onde possa cavoucar seus buracos e cheirar suas flores como ele gostava.
E se o Senhor abençoar.
Uma jabuticabeira, pra ele arrancar cada uma que puder. Era a fruta que ele mais gostava.
Agradeço aos onze anos de alegria que você me trouxe. Querido Júbilo.
Como o seu nome diz.
Te amo.
_ Obrigada meu Deus!
Quando você não é aceito desde criança,
quando adulto só existem duas pessoas que vão te amar do jeito que é:
Deus e você.
Não quero ser perfeita!
Eu estava olhando a minha foto de bebê. Eu tinha uns seis meses. Olhos grandes e inocentes, uma incógnita. Eu hoje, mirando o futuro pela frente, que é passado. O começo dos grãos de areia, numa ampulheta a descerem.
***
O que seria daquela menininha? Qual vida levaria aquele bebê? Porque todo nenê é como uma caixa de presente, em lindo papel dourado com laço enorme de seda, sem ser aberta. Uma surpresa para o desconhecido.
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E os anos passaram... aquela pessoazinha não descobriu-se. E por momentos na vida, viveu.
***
Como ser aceita pelas pessoas? No fundo da alma, o que cada mulher quer, é ser amada. Ser respeitada e elogiada pelo que é. Mas como ser aceita?
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Talvez, na minha caminhada, eu me escondi. Também por desejo latente de ser aceita, moldei-me ao meio. Porém, foi de tanto moldar-me, que eu não me vi. E nunca me senti aceita.
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Mas como eu posso pedir dos outros, aquilo que eu, nem me dei o tempo? Na minha ansiosa ânsia, de ser amada... eu não me conheci e nem me amei. Eu corri para o vento sem parar para escutá-lo. Passei boa parte da vida acumulando títulos e coisas para que as pessoas gostassem de mim. Sem compreender que o que eu mais dou e o que eu mais deixo ir é que me faz feliz.
***
Nenhum ser humano, verdadeiro, que queria ser feliz, desperdiça o seu tempo querendo ser amado pelos outros. Mas o que se ama, sente-se amado. Ele constrói sua vida no prumo dele, ao invés do prisma dos demais. Por mais que esses sejam preciosos para nós. Pode-se cortar as asas de uma águia, ela ainda assim será uma águia. Seus olhos sempre verão o sol.
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O tempo que eu mais me senti amada na minha vida, foi quando eu encontrei Deus. Porém, entrei num ativismo onde não doei parte do meu tempo para me amar.
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O carro mais caro. O último modelo. O celular que faz um monte de coisas, que eu uso 02% de sua capacidade. A melhor marca de computador. O programa de última geração. O corpo desenhado e como mulher, impecável. E sendo sincera, nós mulheres nos cobramos muito mais. Afinal, ainda hoje, no século XXI, as duas maiores funções da mulher são: a de ser bela e de ser útil. Um monte de viagens onde ao invés de descansar, eu usei para postar nas redes-sociais. Quanto tempo desperdiçado!
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Descobri-me a que detesta ser o centro das atenções. Que ama andar de tênis e calça jeans. Que não precisa ter vinte e cinco bolsas. Mas a que tem uma explosão de risos quando tropeça na rua. Muito que eu quis, quis para me aceitarem, para me amarem. Só que quando conquistei tudo isso, ficou pesado demais. Eu fiquei cansada.
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Muito que mais queremos, não faz sentido algum. E muito que mais desejamos, nem conhecemos. Quando temos o que achávamos que queríamos... procrastinamos o essencial.
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Eu fui num movimento retilíneo uniformemente acelerado para longe de mim, para chegar aqui e descobrir que a pessoa que precisa olhar para aquele bebê e amá-lo sou eu. Todos carregamos uma criança dentro de nós, louca para ser amada. Quem tem a oportunidade de conhecer a Deus, por mais teimoso que seja, um dia Ele irá te mostrar o seu “eu-bebê”.
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E sabe o que mais interessante eu concluí? Que as pessoas não vão me amar, nem pelo que eu tenho, nem pelo que eu sou e muito menos pelo que eu faço. Elas me amarão porque elas amam. Porque o Dom de amar é singular. Cada um, ama do seu jeito. Isso me livra do fardo de ser perfeita. Eu posso assim me amar!
30/03/2019.
Que cada um examine-se a si mesmo!
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Eu odeio ver gente falando mal do Brasil.
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Pior ainda é brasileiro falando mal do Brasil.
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Se não tivesse fundo o bastante este buraco, bastante para fazer um tubulão de concreto. _E olha que o mundo inteiro em todas as escolas de Arquitetura e de Engenharia caem aos pés da habilidade do brasileiro na tecnologia do concreto armado._ É ouvir de um crente falando mal do Brasil. Isso me irrita profundamente.
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Se Deus quisesse... a pessoa teria nascido síria, estadunidense, canadense, chilena, israelense. Então, um crente falando mal do Brasil murmura contra Deus.
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Será que ele já se perguntou o porquê de Deus o ter feito brasileiro? De acordo com Provérbios, "do fruto da boca nós comemos".
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Se maldição em cima de maldição não bastasse.
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Ainda vejo brasileiros falando "este país" e continuam uma delegação de murmurações; satânicas; cada uma delas.
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Mas ainda não está o bastante.
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A mesma imprensa que faz questão de exaltar tudo que é do exterior e mostrar as mazelas do Brasil. Oportunista, usa a primeira coisa da mídia também corrupta para aos berros se promover contra ela.
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Porque esta imprensa não deixa de fazer como no Jornal Hoje de sábado “as crônicas de Londres, Estados-Unidos, França” e etc. Para falar de brasileiros que fazem diferença?
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E nunca vi na TV “as crônicas das Meninas dos Olhos de Deus”. Mas foi justamente uma brasileira que salvou milhares de meninas de DOIS a DEZ anos de serem vendidas para prostíbulos no mundo.
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Eu nunca vi “as crônicas do Projeto Vida Nova” onde você descobre que milhares de mendigos nas ruas do Brasil são pessoas com pós-doutorado, empresários, poliglotas, mas que caíram em profunda depressão.
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Eu nunca vi “as crônicas de Pirenópolis” uma das melhores cidades para viver no mundo, a uma hora de Goiânia.
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Como se não bastasse um tubulão. Uma estaca com radier são compostas, por uma imprensa psicopata e oportunista em conjunto com uma publicidade nada patriota. Desde programas de TV até propagandas gravadas no Brasil, tem fundo musical em Inglês.
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Por isso, eu digo que NÃO SOU IDIOTA. Não me apareça nenhum jornalista aos berros como o da Jovem Pan me falando sobre a Anita. Que eu nem sei se escrevi certo o nome, desculpe-me se o fiz, mas ela não faz parte do meu repertório.
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Mude a Jovem Pan primeiro. Observe a sua programação. Mude os seus comerciais. Seja genuinamente brasileira. Que a publicidade e o jornalismo assumam a sua função social. Aí talvez eu leve a sério os berros oportunistas de um pseudojornalista.
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Não estou nem aí para a cantora. Ela não me atinge. Nem pode me atingir. Eu fiz o meu mestrado e doutorado no exterior. Conheço quatro continentes. E nunca quis conhecer o Estados Unidos. Falo cinco línguas. Mas não falo o Inglês.
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Eu respeito sim os EUA. Mas não respeito me fazerem engolir uma cultura que não é minha. E isso só pode ser feito com o meu aval, da imprensa brasileira e da propaganda brasileira. Tanto que no Brasil não existem treinadores, existem coaches; assim como estilista pessoal, personal stylist; treinador pessoal, personal trainer.
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_ Quem terá coragem moral de assumir-se brasileiro?
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Não tenham a vã esperança de que vocês não pagarão o preço pelas suas maldades. _“Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém, pois cada um deverá levar a própria carga. O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui. Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.”_ Gálatas 6:4-7
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A propaganda e jornalismo brasileiro retiram a esperança e entristecem o meu povo.
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Assim como os babilônicos tiravam a cultura dos povos aprisionados e pagaram o preço disso. Pior ainda será o preço a ser pago do brasileiro que nega a sua cultura, faz da sua História uma estória e do brasileiro que amaldiçoa com a boca a terra que Deus lhe deu por herança!
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10/01/2018.
A muitos e muitos ...
E mais muitos ainda,...
Anos atrás.
Eu fazia Edificações na antiga Escola Técnica.
E tinha um colega e amigo meu que era um amôrrr:
Aula no laboratório de Geologia, 12 horas e 30 minutos.
Imagina a fome, com aquele cheiro de enxofre do ambiente.
Na aula podia-se ouvir o som de um mosquito.
De repente papel desembrulhando no final da sala.
De bombom.
Cheiro de chocolate.
Todo mundo olhava pra traz. Era o Niltinho com um Sonho de Valsa aberto.
Ele olhava pra mim e perguntava: _ Quer um pedaço?
Eu só acenava.
Ele lambia o bombom inteiro e dava pra gente. Depois ainda dizia: _ Desculpa, tem três dias que não escovo os dentes, mas você não acha ruim né?
Aff! Que fome!
Vitória no tentar!
Engraçado, hoje eu estava falando algo a um amigo que eu mesma parei para pensar.
Ele desfez um casamento de doze anos e agora a ex-esposa está se casando. Ele continua só.
A solidão em si já é dura, mas acho que o despeito da ex ter conseguido encontrar alguém pesa muito.
Ele me disse: – Meu casamento não deu certo!
– Não deu certo? Por todos os doze anos?
– Por doze anos lógico que deu certo. Tem crianças que não chegam aos doze.
Tem gente que conheço e na minha pele está o decreto de ter dez anos (no máximo) segundo os médicos de vida. Aliás, e eu com isso? Quem disse que qualquer um não pode morrer na próxima esquina de acidente automobilístico?
Sinceramente eu acho que o século XXI vem como século da depressão pela ditadura do prazer e da vitória.
Os focos estão errados.
As teorias econômicas informam que o mundo está se implodindo por causa do consumismo exagerado.
Teve um Congresso de Urbanismo na Bélgica onde os técnicos chegaram a conclusão de que na água potável, além de flúor, sais minerais e sulfato ferroso deveria-se incluir antidepressivos para a prevenção de oscilações de humor.
Foi escrito em ata e publicado as estatísticas.
Pode?
Eu tenho certeza que a pessoa mais forte é aquela que assume suas fraquezas.
Aquele que diz que precisa de tratamento seja pelas dores emocionais ou físicas é o corajoso.
O batalhador.
Aquele que rompe com uma relação que acabou também.
Mesmo diante da cobrança da sociedade foi verdadeiro, foi autêntico.
Hoje eu acho que o valor do verdadeiro cristão é de ser HUMANO.
No sentido real da palavra. De buscar a Deus com as suas limitações e dificuldades.
Eu não quero ser a "perfeita", mas a imperfeita que precisa de Cristo para viver.
Da mesma forma, eu acho que a vitória está no tentar.
Você casou e não deu certo? Ou você casou e se separou? Ou você casou e terminou uma relação insuportável para o seu limite?
Pra mim deu certo, sim.
Você tentou.
Conheço tanta gente covarde.
Tanta gente que vive de aparências...
Incapaz de assumir tragédias pessoais.
Eu não vivo de vitórias, elas me alegram sim.
Mas vivo de tentar.
Não alcancei o objetivo?
Mas tentei.
Isso mostra o que sou. Uma pessoa.
Com direito a erros, acertos, vitórias e derrotas.
Melhor tentar e não "dar certo" que nunca tentar.
Melhor chorar do que nunca ter sentido vontade de chorar.
Talvez seja por isso... que meu riso seja tão farto e fácil!
Essa sou eu, a que tenta...
O lamento da Cidade.
Ôh! Esses muros que brotaram.
Eles saltaram da terra e foram crescendo. Crescendo... criaram farpas sobre eles! Olha: agora são arames! Não! São elétricos.
Por todos os lados e em todos os lugares. Vejo somente prisões?
Cadê? Onde está a minha Goiânia?
Aquela cidade em que cresci com as pessoas vendo as casas? As pessoas nas varandas. Os jardins rosados. Com cheiro de jasmim?
Onde estão as praças floridas e as fontes jorrantes? As crianças cheias de esperança, correndo ou em velocípedes... tão lindas! Nos seus rostinhos havia esperança.
Aos olhos de quarenta centímetros de altura, hoje tem tela branca.
Onde estão os cumprimentos? E os lugares que se chegavam?
A cidade virou um muro.
E dentro de cada fortaleza vivem pessoas. De magoadas, ficaram amargas!
A cidade não é mais minha. Nem eu pertenço a ela.
Goiânia hoje é cinza e espelhada. Mas não se vê nos reflexos. Porque a imagem é indigesta.
Ela deixou de ter a Rua 20 com a Casa do Dr Vigiano.
Mataram a Amoreira. Mataram as lembranças.
Nem sei se sou de Goiânia. Ou ele que nunca foi de mim.
Hoje é um Centro, onde eu tenho medo de caminhar.
É uma ausência de cor. Numa ironia sarcástica frente ao Sol.
Ao invés de brilhar. Goiânia consome a luz.
Não. Não é uma cidade feita para nós os seres humanos.
Transformaram Goiânia para os carros.
De nossa terra... a um culto à vaidade.
Deparei-me assustada! Eu deixei de amar.
Quando aconteceu?
Como foi?
Não sei explicar!
Quando os espigões iam subindo. As pessoas ficaram mais egoístas.
E eu vi gerações apagadas pelo materialismo. Sozinhos e tristes. Nossos sonhos se apagaram de luz natural amarela para luz branca.
O asfalto queima. Demonstra uma Anhanguera com o significado de seu nome. Ela arde nossa pele ao andar. Existe uma gaiola no meio dela. Uma falta de sombra.
Existe povos desencontrados dentro da minha encantadora ilusão. Mais educados querem ostentar. Os mais pobres ficavam marginalizados na periferia. Hoje a periferia da periferia é para os ricos encarcerados em seus feudos de medo.
Muda-se de lugar. Mas não muda-se a mentalidade.
O que mais de valor podemos dar? Dinheiro? Não! Dedicar nossos talentos e espalhar conhecimento. De que me adianta este altar de vaidade? Se somos todos perenes nesta Terra?
Há um clamor! Um choro que perpassa os nossos olhos e aceitamos como “natural”. Este lamento é a exposição não de uma cidade. Mas de nossas crenças. O que fizemos com Goiânia?
E minha linda cidade... Princesa adornada com lindos arcos deitados no meio do Cerrado.
Com pulseiras de flores e brincos de fontes.
Passou a ser um triste vazio. Um abandono escuro.
Na minha memória.
Uma dor no meu coração.
Uma repugnância ao horror do progresso sem amor.
Fizemos Goiânia. Lutamos no meio do nada por ela. Matamos a bela sonhada pelo jovem Atílio. Porque não soubemos cuidar da cidade para nós ao invés de para mim.
Hoje, ela mostra-se amarga. Ela chora e nós sofremos.
E para os mais jovens... começa a diáspora!