A Gente se Ama
Toda pessoa é sempre as marcas de outras tantas pessoas. E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. É tão bonito quando a gente sente que nunca está sozinho por mais que pense que está.
Há três tipos de gente
Os que imaginam o que acontece
Os que não sabem o que acontece
E nós que faz acontecer
Chega um momento da vida que a gente só quer paz, boa companhia e tranquilidade, a gente cansa de amores complicados de paixões desenfreadas, de sofrer decepções, desencantos, nós só queremos alguém que nos faça sentir conforto, nada de explosão ou tristezas e stress.
Queremos alguém que nos faça nos sentir em paz, que abrace forte e diga estou aqui. Queremos aquela pessoa que você sabe que pode contar, que em qualquer lugar do mundo te faça sentir feliz independente da paisagem.
Queremos fazer planos, casar, ter uma casa, alguém para compartilhar o café da manhã, alguém com quem cheguemos em casa depois de um dia exaustivo e que esteja de ouvidos abertos para ouvir e acolher.
Nada de loucura, tudo muito calmo, tranquilo, paciente. Queremos ter alguém que possamos passar um fim de semana assistindo netflix ou quem sabe indo ao cinema, com pipoca. Nesse mundo que prega total desapego, queremos nos apegar.
Queremos fazer um piquenique no parque e ficar olhando as crianças correndo e imaginar como são felizes naquele mundo inocente. Queremos vida, queremos planos, sonhos.
Temos que nos surpreender com aquele jantar, com aquele beijo, com aquela flor ou presente inusitado, todos nós queremos clichê, um mimo.
Queremos contar a todos, como o outro nos faz bem e que parece não ter defeitos. Mas no fundo queremos descobrir quais são e que a pessoa descubra quais são os nossos e assim possamos desenvolver um amor, sincero, sem máscaras.
Queremos alguém para envelhecer ao nosso lado e que possamos passar horas contando aos netos como nos conhecemos. Queremos ter orgulho de dizer que estamos a tanto tempo juntos. (pelo menos nossas almas estiveram)
Vamos dançar, mesmo que desengonçado, e rir, rir muito.
Queremos ter alguém que faça falta independentemente de onde estejamos. Queremos aquela companhia que transborde. Porque completos já somos.
Queremos alguém para somar, alguém para dividir a cama, a rotina, os planos, as loucuras. Que prepare os ovos mexidos, e tome o café, juntos...
Enfim tudo o que todo mundo realmente quer e precisa, em todas as fases da vida.
Uma hora a gente cansa. De correr atrás, de mendigar, quase que implorar por um pouco de atenção e carinho. A gente cansa não por falta de amor (..) Mas sim por presença, o que nos resta de amor-próprio. Onde nós ficamos? Cansei de fazer contas e no final, perceber que o saldo está negativo, e mais uma vez, se frustrar, nada do que foi sonhado se cumpriu, a pessoa amada, inevitavelmente, se foi, nos esqueceu. Alias, ela nunca fez questão de lembrar, não é verdade? Só foi se afastar um pouco para que você e tudo que você lutou para que fosse construído ruir e cair no esquecimento. Cansa ter a constante sensação de incapacidade, aquela dúvida: faltou o quê? Mas na realidade, sobrou; sentimento, sonhos, amor (..) A gente sabe que não dá certo, mas é idiota, tão idiota que perde tempo tentando criar algo onde até nós mesmos sabemos que nunca vai existir nada. Pior do que correr atrás do vento, é tentar agarrá-lo com as mãos, perda de tempo. Assim é um amor não correspondido. A gente tenta. Tenta. Tenta. Tenta. Mas se cansa. Não por falta de amor, mas porque percebe que não vale mais a pena. Valer a pena? No fundo, bem-lá-no-fundo, a gente sabe quando vai dar, e principalmente, quando não dará, sei la, a gente precisa arriscas né? Precisa se machucar um pouco, cair de vez em quando, saber quando tem que insistir um pouco mais, ter um pouquinho de fé, mas principalmente, quando a gente tem que chutar o balde, largar mão, por mais difícil que seja. A gente se apega, às vezes, até demais. A gente sempre acaba amando demais, infelizmente, os que menos mereceram. Dói, eu sei que dói a ideia do “cair no esquecimento”, mas faz parte, não é verdade? Às vezes, a gente já tá tão machucado, já foi tão longe, já deu tanto ouvidos ao tolo coração, que não existe coragem de deixar o barco afundar sozinho e ter que nadar sozinho. Muitas vezes, o amor é como um grande mar, vezes, de felicidade, vezes, de grande tristeza.
Descobri outro dia que a gente só se mata por causa dos outros, para fazer efeito, dar reação, compreende? Se não houvesse ninguém em volta para sentir piedade, remorso e etc. e tal, a gente não se matava nunca. Então descobri um jeito ótimo, me matar e continuar vivendo. Largo meus sapatos e minha roupa na beira do rio, mando cartas e desapareço.
Tem gente que fala que não gosta de mim, que sou metido, mas a única coisa que sabe de fato sobre mim, é o nome.
Tem coisa que não volta, por mais que a gente queira. Você pode até tentar voltar o disco, repetir a música, insistir na letra, cantar o mesmo refrão por mil e um minutos, fechar os olhos. Tem sentimento que não volta. Mesmo que você se esforce, recorde, tente voltar a página, refrescar o coração. Alguns sentimentos são bem pontuais: chegam, esperam pra ver se devem ficar e decidem partir ou continuar.
O coração da gente gosta de atenção. De cuidados cotidianos. De mimos repentinos. De ser alimentado com iguarias finas, como a beleza, o riso, o afeto. Gosta quando espalhamos os seus brinquedos no chão e sentamos com ele para brincar. E há momentos em que tudo o que ele precisa é que preparemos banhos de imersão na quietude para lavarmos, uma a uma, as partes que lhe doem. É que o levemos para revisitar, na memória, instantes ensolarados de amor capazes de ajudá-lo a mudar a freqüência do sentimento. Há momentos em que tudo o que precisa é que reservemos algum tempo a sós com ele para desapertá-lo com toda delicadeza possível. Coração precisa de espaço.
Acho que, independente da religião, a gente tem que fazer o bem. E fazer o bem consiste em fazer as coisas de coração, por vontade, por se sentir em paz.
"Eu não vou transcrever para vocês as tolices adoráveis que a gente fica trocando um com o outro ao longo das noites, nem descrever a maneira dele de recolocar as minhas mechas atrás da orelha, a suavidade do rosto dele contra o meu, o seu olhar mergulhado no meu. Como estão vendo, eu caio rapidamente nos piores clichês. Rostos grudados, olhos nos olhos, mão na mão... Como a gente fica babaca quando apaixonada."
Só quem me conhece a fundo sabe. É que sou o tipo de gente que todo mundo pensa que conhece. Mas se enganam feio. Pouquíssima gente me desvenda. Mostro só o que quero. Não por maldade, mas por proteção.
A gente cansa: a gente cansa de tentar, de fingir que tudo está de acordo. A gente cansa de agradar às pessoas e sorrir para que tudo pareça estar normal. A gente cansa, e chega um momento que você passa a não se importar com mais nada. Não se importa mais com o que vão pensar e nem mesmo com o que sentem. Porque cansamos de insistir no que nos fere.
Vivo num mundo, cheio de gente fingindo ser o que não é. Mais quando estou com você, sou quem eu quero ser.
O que importa é a forma como a gente viveu e vive um sentimento. Não importa que nome ele tenha. Não importa se é um amor, um estar apaixonado, um gostar. O que importa é querer que aconteça. O que importa é querer que seja bom. Não importa se vai durar um dia ou uma vida inteira.