A Gente Aprende com as Decepções

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Eu sempre amei o deserto. A gente senta numa duna de areia. Não se vê nada. Não se sente nada. E no silêncio alguma coisa irradia.

Deus me proteja de mim
e da maldade de gente boa
da bondade da pessoa ruim
deus me governe, guarde
ilumine e zele assim.

O amor é um precipício, a gente se joga nele e torce para o chão nunca chegar.

De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo algumas necessidades, antes fundamentais e que hoje chegam a ser insignificantes. Vai reduzindo a bagagem e deixando na mala apenas as cenas e pessoas que valem a pena. As opiniões dos outros são unicamente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós, não têm a mínima importância.

Vamos abrindo mão das certezas, pois com o tempo já não temos mais certeza de nada. E de repente isso não faz a menor falta. Paramos de julgar, pois já não existe certo ou errado, mas sim a vida que cada um escolheu experimentar.

Por fim entendemos que tudo que importa é ter paz e sossego. É viver sem medo, e simplesmente fazer algo que alegra o coração naquele momento. É ter fé. E só.

Elaine Matos

Nota: Trechos do artigo "De repente" de Elaine Matos, publicado em Dezembro de 2013, em cbanoticias. Partes do texto têm vindo a ser incorretamente atribuídas a Mario Quintana.

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Ter uma melhor amiga-irmã é um jeito de Deus cuidar da gente com um anjo especial.

"Às vezes a saudade é tão grande que nem é mais um sentimento. A gente é saudade. É viver para encontrar o olhar da pessoa em cada improvável esquina, confundir cabelos, bocas e perfumes, sorrir com os lábios tendo o coração sufocado. Porque mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebemos que ela é o meio mais eficaz de enxergar o quanto amamos alguém, no passado ou no presente."

Paixão
São sentimentos que o coração clama
E a gente fica sonhando com quem ama
E por vezes sentimos o cheiro do ser amado
Aquele cheirinho que embriaga e enlouquece…
E penetra em nosso corpo inteiro
A boca quer romper barreiras
Para a outra boca encontrar; num beijo…
Louco e abrasador
Nesse instante o coração bate forte e…
Sem que percebamos o seu descompasso
Não há como definir tal emoção
É um sentimento que envolve o nosso ser
Sem explicação e sem permição
É um bichinho que vai corroendo lentamente
E quando vemos já levou tudo de nós
Desta forma já fez um estrago…
No indefezo coração…
É um querer que não vê barreiras
Enlouquecido invade a alm e dilacera o peito
Queima, explode como um vulcão
Transforma vidas, meche com o emocional
Como enteder? Não há palavras…
Entenda com os olhos do coração.
Isso se chama Paixão!

"A gente vai aprendendo a viver assim, na marra, no grito, no sufoco, no impulso. Eu quis mudar o mundo, quis ser brilhante, quis ser reconhecida. Hoje eu quero bem pouco e prefiro me concentrar no agora do que planejar um futuro incerto. Eu me libertei da culpa e dei de cara com algo novo: não me encaixo, e aceito. Não é justo perder as asas no momento em que se descobre tê-las. É preciso poder voar, é preciso ter uma visão estratégica das janelas. Ver o sol e não poder tê-lo é absurdo.”

Vive, menina. Vive. Porque o tempo cura. E traz pra vida da gente um motivo maior pra seguir. Acredite. O passado não tem volta. E nada dói pra sempre.

A gente não tem como saber se vai dar certo. Talvez, lá adiante, haja uma mesa num restaurante, onde você mexerá o suco com o canudo, enquanto eu quebro uns palitos sobre o prato -- pequenas atividades às quais nos dedicaremos com inútil afinco, adiando o momento de dizer o que deve ser dito. Talvez, lá adiante: mas entre o silêncio que pode estar nos esperando então e o presente -- você acabou de sair da minha casa, seu cheiro ainda surge vez ou outra pelo quarto –, quem sabe não seremos felizes? Entre a concretude do beijo de cinco minutos atrás e a premonição do canudo girando no copo pode caber uma vida inteira. Ou duas.
Passos improvisados de tango e risadas, no corredor do meu apartamento. Uma festa cheia de amigos queridos, celebrando alguma coisa que não saberemos direito o que é, mas que deve ser celebrada. Abraços, borrachudos, a primeira visão de seu necessaire (para que tanto creme, meu Deus?!), respirações ofegantes, camarões, cafunés, banhos de mar – você me agarrando com as pernas e tapando o nariz, enquanto subimos e descemos com as ondas -- mãos dadas no cinema, uma poltrona verde e gorda comprada num antiquário, um tatu bola na grama de um sítio, algumas cidades domesticadas sob nossos pés, postais pregados com tachinhas no mural da cozinha e garrafas vazias num canto da área de serviço. Então, numa manhã, enquanto leio o jornal, te verei escovando os dentes e andando pela casa, dessa maneira aplicada e displicente que você tem de escovar os dentes e andar ao mesmo tempo e saberei, com a grandiosa certeza que surge das pequenas descobertas, que sou feliz.
Talvez, céus nublados e pancadas esparsas nos esperem mais adiante. Silêncios onde deveria haver palavras, palavras onde poderia haver carinho, batidas de frente, gritos até. Depois faremos as pazes. Ou não?
Tudo que sabemos agora é que eu te quero, você me quer e temos todo o tempo e o espaço diante de nossos narizes para fazer disso o melhor que pudermos. Se tivermos cuidado e sorte – sobretudo, talvez, sorte -- quem sabe, dê certo? Não é fácil. Tampouco impossível. E se existe essa centelha quase palpável, essa esperança intensa que chamamos de amor, então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo -- o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão --, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto.

Acredite, é impossível procurar algo que a gente não sabe o que é. Eu parei de procurar, e te vi sentada ao meu lado na fila de espera por alguma coisa qualquer. Eu procurava alguma coisa que justificasse todas essas palavras que eu cuspo em todas as direções, sobre uma vida que eu sonhava viver. Nada foi em vão. Hoje sei que nem a mais profunda escuridão vai me impedir de enxergar teu rosto, mesmo com os olhos fechados.

Porque planos nem sempre dão certo e a gente tem que ousar e desafiar a razão...

Nós sempre precisamos de amigos. Gente que seja capaz de nos indicar direções, despertar o que temos de melhor e ajudar a retirar excessos que nos tornam pesados. É bom ter amigos. Eles são pontes que nos fazem chegar aos lugares mais distantes de nós mesmos.

CAUSALIDADE
Sexo causa gente.

Porque a gente nunca sabe de quem vai gostar. (Ana e o Mar)

Sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente e basta só uma frase para eles renascerem outra vez.

A gente não pode viver só e ser forte. A gente precisa ter alguém a quem segurar a mão!

Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina entre uma refeição e outra.
Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina entre o chuveiro e a toalha.
Tem gente muito doente.
E não é a doença que você imagina entre a receita e a aspirina.
Tem gente sem esperança.
Mas não é o desalento que você imagina entre o pesadelo e o despertar.
Tem gente pelos cantos.
E não são os cantos que você imagina entre o passeio e a casa.
Tem gente sem dinheiro.
E não é a falta que você imagina entre o presente e a mesada.
Tem gente pedindo ajuda.
E não é aquela que você imagina entre a escola e a novela.
Tem gente que existe e parece imaginação.

Um dia me perguntaram,
como eu podia amar alguém que nunca vi,
e respondi: a gente não ama com os olhos,
mas sim com o coração e o coração sente quando é amor.

Eu tinha — e tenho — um monte de coisas pra te dizer, aquelas coisas que a gente cala quando está perto porque acha que as vibrações do corpo bastam, ou por medo, não sei.