A Gente Aprende com as Decepções

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A vida é imprevisível. O controle é pura ilusão. A gente se sente pequeno. Impotente.

Detesto fingir e mentir. Vale mais a pena a gente se explicar francamente... (Crime e Castigo)

"Saudade é uma coisa que não tem medida, é um vazio que a gente só pode preencher com a lembrança."

Um dia a gente cansa de carregar o peso das cobranças diárias.
Cansa dos lugares que nunca mudam. Das pessoas que nunca crescem.
Cansa de se esforçar e não receber a mesma força em troca.
Cansa de ajudar e não ter ninguém do lado quando quer pedir socorro.
Cansa das coisinhas mais pequenas, daquelas que te arrancam pedaços enormes de paciência.
Cansa de falar a mesma coisa, de reclamar a mesma coisa, de fazer as mesmas coisas e não obter resultados diferentes.
A gente cansa de algumas atitudes e palavras injustas porque infelizmente não podemos usar fones de ouvido 24 horas por dia.
A gente cansa de fingir que nada está acontecendo quando simplesmente tudo acontece na mesma hora.
A gente vai se cansando até que uma hora a gente se esgota, e acaba cansando as outras pessoas que estão a nossa volta.

Saudade não é o que a gente sente quando a pessoa vai embora. Seria muito simples acenar um ‘tchau’ e contentar-se com as memórias, com o passado. Saudade não é ausência. É a presença, é tentar viver no presente. É a cama ainda desarrumada, o par de copos ao lado da garrafa de vinho, é a escova de dentes ao lado da sua. Saudades são todas as coisas que estão lá para nos dizer que não, a pessoa não foi embora. Muito pelo contrário: ela ficou, e de lá não sai. A ausência ocupa espaço, ocupa tempo, ocupa a cabeça, até demais. E faz com que a gente invente coisas, nos leva para tão próximo da total loucura quanto é permitido, para alguém em cujo prontuário se lê “sadio”. Ela faz a gente realmente acreditar que enlouquecemos. Ela nos deixa de cama, mesmo quando estamos fazendo todas as coisas do mundo. Todas e ao mesmo tempo. É o transtorno intermitente e perene de implorar por ‘um pouco mais’.

Saudade não é olhar pro lado e dizer “se foi”. É olhar pro lado e perguntar “cadê”?

Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.

A gente procura um amor que dure o mais possível. Procura, procura, talvez tu ache. Para mim é horrível eu aceitar o fato de que eu estou em disponibilidade afetiva. Esse espaço entre dois encontros pode esmagar completamente uma pessoa. Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho.

A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável.

Tem gente que esquece o que é ter 16 anos quando faz 17.
Sei que tudo será história um dia e que nossas fotos vão se tornar lembranças. E todos nós nos tornaremos mães e pai. Mas no momento, estes instantes não são histórias. Tá acontecendo, e eu to aqui e to olhando pra ela por que ela é tão linda.Eu consigo percebe. O momento em que você sabe não ser uma história triste. Você tá vivo. Você se levanta e vê a luzes dos prédios e tudo que te faz pensar. Ouve aquela música na estrada com as pessoas que você mais ama no mundo. E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos.

A gente vive certo porque errou um dia. E silencia quando entende que todas palavras foram ditas. Porque de vez em quando, aquilo que conserta é aquilo que cala ou ausenta. O nada que diz tudo.
Quando o verbo é equívoco, o silêncio é corretivo

Eu disfarço muito e quase ninguém percebe. Tem um monte de gente por aí que acha que me conhece o suficiente. Outros tantos acham que sabem o bastante sobre a minha vida. Entra no meu mundinho quem eu deixo. Acho que a gente não deve escancarar a vida, tem coisa que é só nossa e de mais ninguém. Quanto mais a gente dá liberdade para os outros mais eles se sentem no direito de se intrometer e meter o bedelho. Não gosto, pois da minha vida cuido eu.

Nada mais prazeroso do que ignorar gente fútil e com inveja. É como dizem: se falam mal de mim pelas costas, é sinal de que estou na frente.

Eles acham que a gente vai ficar sentado e aguentar tudo como meninos bonzinhos! Sem ficar revoltado e quebrar tudo!

Tem gente que pensa que eu me acho. Mal sabem eles que eu só me perco.

Pingo de gente

Pingo de gente, já perdido
pelos cantos da cidade.
Parado nos bares, nos bancos,
pelas ruas tristes da miséria.
Menino na idade,
crescido nos hábitos.
Semblante amargurado,
sem esperanças, sem ilusões,
na crua realidade
de nossa terra.

Brasil sem lógica, futuro
ou piedade.
Exemplo materializado
da guerra do ser
e do não ser.
Brasilidade!

Será a pobreza-criança, fatigada,
abandonada,
a derramar seus rancores
em gritos e apelos?
Infância sem futuro,
marginalizada.

Submissa aos planos
dos doutores,
em miragens heróicas,
e a esquecê-los,
entre o real e a bela fantasia
de construir um mundo
sobre o nada,
em montes de papéis
e de promessas,
que salvarão, por certo,
da agonia
a pátria-criança, abandonada
no lixo pútrido da ignomínia
para que o cancer do descaso
correndo a cada passo
do gigante, a alma fria,
destrua-lhe no embrião,
antes que cresca
o filho pobre a reclamar
justiça, e a vontade
da luta e da conquista
onde o povo oprimido
lhe apareça
a plasmar por si
a própria história,
como a obra-prima
de um grande artista.

Talvez seja o tempo...a vida...a idade...
mas a gente vai aprendendo a renunciar
a tanto que se quis...

A verdade
é que me acomodei de tal modo na minha infelicidade,
que quase que sou feliz...

Quantas preocupações desaparecem quando a gente se preocupa não em ser alguma coisa, mas em ser alguém.

A gente tem que mirar no alvo e atirar, pronto, foi. A flecha não volta. Se acertamos ou erramos, não tem volta. Foi assim que levei a vida.

Martha Medeiros
Tudo que eu queria te dizer, Carta para Maria Alice, p. 80

A gente é que determina a distância, pois não estarei tão longe se estiver em seu coração.

A gente tem uma tendência para acreditar que não morre.

Ariano Suassuna

Nota: Trecho de entrevista ao Jornal Folha de São Paulo (Ilustrada), publicada em 23 de dezembro de 2013

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