A Estrela Olavo Bilac
Ser inteligente é, nesse sentido, como já lembrava Lionel Trilling, a primeira das obrigações morais. Sem inteligência, até as virtudes mais excelsas se tornam apenas caricaturas de si mesmas.
Deus perdoa os adúlteros, os mentirosos, os ladrões e até os assassinos, mas não perdoa quem não perdoa. Posso estar enganado, mas suspeito que no inferno há menos adúlteros do que cônjuges virtuosos que lhes negaram o perdão.
Heróis genuínos fazem-se desde dentro, na luta da alma pela verdade da existência. Antes de brilhar em ações espetaculares têm de vencer a mentira interior e pagar, com a solidão moral extrema, o preço da sinceridade.
Um homem maduro é aquele em cuja alma todos os sentimentos e emoções — ternura, ódio, esperança, pressa, indiferença, todos eles — são balizados pela consciência da morte.
O aprendizado é impossível sem o direito de errar e sem uma longa tolerância para com o estado de dúvida.
Fale em público no mesmo tom com que você fala com sua família e com seus amigos. Ou então fique quieto.
Não há nada mais perverso do que a inocência perversa. Quem não enxerga o mal trabalha para ele. TODO inocente útil é útil ao diabo.
Uma consciência culpada é o maior tesouro de um ser humano. Quem foge dela corre direto para o lixo.
Querer estar limpo diante de Deus é inútil, porque só Ele pode nos limpar. Diante da opinião pública, é impossível, porque ela só pensa em nos sujar.
O mal só aparece no mundo quando há a deformidade no exercício do livre-arbítrio dado ao homem por Deus.
Nada irrita mais um desesperado do que forçá-lo a uma longa espera na ante-sala de uma pura incerteza.
Se você faz questão de que os idiotas o julguem esperto, toda a sua esperteza jamais passará de idiotice.
Assim como o homem tem por natureza o poder de aterrorizar uma mulher com um simples olhar de fúria, a mulher tem, com um mero olhar de desprezo ou de indiferença, o poder de jogar um homem no mais fundo da depressão, destruir todo o seu respeito por si mesmo e induzi-lo até ao suicídio. A beleza feminina é inseparavelmente uma promessa e uma ameaça. É um símbolo condensado de todas as ambiguidades da existência.