33 anos
Valorizo as pequenas atitudes, assim como condeno pequenas mancadas. Sou rancorosa, guardo por anos uma coisa que me magoou de verdade. Sei perdoar. Passo por cima dos erros pra ficar junto das pessoas que eu gosto. Tenho meus limites. O primeiro deles é meu amor-próprio. Perdoo uma vez, porque errar é humano. Perdoo duas porque o ser humano é estúpido às vezes. Mas não posso viver perdoando porque isso seria incompetência minha.
Crescemos, sim. Mudamos, sim. São mais de dez anos ao seu lado, e como você mesma disse, eu nem lembro do mundo antes de conhecer você. Serão mais tantos anos, tantas histórias. Seremos velhinhas finas, tatuadas e moderninhas, teremos casas vizinhas (se um dia você voltar do Rio), jamais perderemos a loucura de mulheres neuróticas pelas madrugadas insones. Amigas são para sempre. Você é para sempre. Não se perca de novo, por favor. Não se afaste mais de mim. Mas se um dia isso acontecer, pode ter certeza: Pararei meu mundo só pra te buscar.
Você não sabe amar. Não sabe. Nunca em todos os seus anos de vida você chegou perto de saber amar. Porque o amor não é só aquele papo de você é minha, de comedia romântica, de declaração, de crise de ciúmes, de ouvir uma musica e pensar, de assistir um filme e lembrar, de ficar namorando as fotos antigas, isso eu sei que você já viveu, todos vivemos. Amor é sobretudo aquele outro papo de... Toma cuidado, olha ao atravessar a rua, deixa uma sobra desse olhar pra eu poder seguir com segurança, briga comigo porque se importa, vê como eu tô sendo ridículo e me aceita mesmo assim. Essa coisa que a gente é capaz de sentir por um filho, por uma mãe, por um irmão, por um amigo. Mas você desconhece tudo isso, você não sabe e nem nunca soube amar. Mesmo assim você me amou, eu sei, pode acreditar.
Ao longo dos anos meus olhos se ajustaram até que a escuridão se transformou no meu mundo, e eu pude ver.
Os anos passam e ganhamos muito mais que idade, mas também experiência, conhecimento, amadurecimento. Aprendemos que viver é andar em corda bamba constante e dependendo do prisma em que olharmos, pode se tornar uma grande aventura. Dessa forma desejo que tenha sabedoria para dar seu próximo passo e que tudo a sua volta seja claro; com amigos verdadeiros para que sempre lhe apoiem e saúde para continuar sua jornada, e assim, todos seus sonhos se tornem realidade. Feliz aniversário!
Daqui a alguns anos, quando olharmos para traz, não vamos nos lembrar do problema, só vamos nos lembrar de como foi lindo.
"Um dia a muitos anos atrás, você me disse que me amava muito e que se eu não mudasse meu jeito de ser, você também não mudaria e assim teríamos amor eterno e viveríamos em harmonia e felizes para sempre.
Eu acreditei! Mas eu mudei!
Mudei meu cabelo, aprendi a gostar de cachorros, acabei com minhas "manias" de verificar as portas e bico do gás, de chupar o dedo, de roer as unhas, parei de fumar, parei de beber, comecei a te acompanhar nas caminhadas, comecei a fazer academia.
Eu mudei! Só não mudei meu jeito de ser, no amor que sentia por você!
Com o passar dos anos, nos envolvemos em atenção e carinho um com o outro, depois de muitos "ais" e uis" de desconforto e prazer, a urgência de mãos dadas, de ficar sempre juntos, do beijo de bom dia e boa noite, o cuidado um com o outro, parece que não é mais tão urgente…
Eu não mudei! Eu ainda preciso dessa urgência
A convivência contínua e isolada, nós transformaram, a presença constante do outro, até parece que incomoda.
É difícil, mas nós só temos um ao outro, até o fim de nossos dias. É a realidade!
E é a realidade mais desejada de nossas vidas, quando nos encontramos anos atrás.
Não podemos esquecer nosso compromisso, de fazer o outro feliz!"
Porque quando você tem quinze anos
E alguém diz que te ama
Você vai acreditar neles
Quando você tem quinze
E seu primeiro beijo
Faz-lhe a cabeça girar, mas
Em sua vida você fará coisas maiores
Que namorar um menino do time de futebol
Eu não sabia disso com quinze anos
Lágrimas
Chorei pq percebi o quão bom eram os anos da infância e como tornou-se amargo o presente.
Chorei por perceber que algumas das pessoas que amo foram tomadas de mim pela distância.
Chorei por que senti, com dor e sofrimento a falta que elas me fazem, não só hoje, mas sempre.
Chorei pq vi que sou tola, não gosto de quem realiza meus planos! Sim de alguém que não possui palavras.
Chorei para perceber que a solidão machuca! É um peso sobre as asas da liberdade!
Mas não chorei de saudades! Pois o sentimento de novo amor brotou no caminho. Algo misterioso e fora dos planos, mas algo novo!
Chorei e derramei as lágrimas que escreveram versos sobre o papel.
E ali selaram meu pranto para uma noite de paz.
Nada como amigos para se melhorar.
Nada como amores para recordar.
Nada como saber esperar!
Dei um abraço forte no urso cinza e chorei que nem uma criancinha de cinco anos de idade que sofre porque está com rinite alérgica e tem que tirar os brinquedos de pelúcia do quarto. A realidade acabando com a brincadeira mais uma vez....
Nunca teria se permitido, nem em um milhão de anos, escolhê-la como esposa. Ela era perigosa demais para sua paz de espírito.
Agora, que chegaste à idade avançada de 15 anos, Maria da Graça, eu te dou este livro: Alice no País das Maravilhas.
Este livro é doido, Maria. Isto é: o sentido dele está em ti.
Escuta: se não descobrires um sentido na loucura acabarás louca. Aprende, pois, logo de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade.
A realidade, Maria, é louca.
Nem o Papa, ninguém no mundo, pode responder sem pestanejar à pergunta que Alice faz à gatinha: "Fala a verdade Dinah, já comeste um morcego?"
Não te espantes quando o mundo amanhecer irreconhecível. Para melhor ou pior, isso acontece muitas vezes por ano. "Quem sou eu no mundo?" Essa indagação perplexa é lugar-comum de cada história de gente. Quantas vezes mais decifrares essa charada, tão entranhada em ti mesma como os teus ossos, mais forte ficarás. Não importa qual seja a resposta; o importante é dar ou inventar uma resposta. Ainda que seja mentira.
A sozinhez (esquece essa palavra que inventei agora sem querer) é inevitável. Foi o que Alice falou no fundo do poço: "Estou tão cansada de estar aqui sozinha!" O importante é que ela conseguiu sair de lá, abrindo a porta. A porta do poço! Só as criaturas humanas (nem mesmo os grandes macacos e os cães amestrados) conseguem abrir uma porta bem fechada ou vice-versa, isto é, fechar uma porta bem aberta.
Somos todos tão bobos, Maria. Praticamos uma ação trivial, e temos a presunção petulante de esperar dela grandes conseqüências. Quando Alice comeu o bolo e não cresceu de tamanho, ficou no maior dos espantos. Apesar de ser isso o que acontece, geralmente, às pessoas que comem bolo.
Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave.
A gente vive errando em relação ao próximo e o jeito é pedir desculpas sete vezes por dia: "Oh, I beg your pardon" Pois viver é falar de corda em casa de enforcado. Por isso te digo, para tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato. Foi o que o rato perguntou à Alice: "Gostarias de gato se fosses eu?"
Os homens vivem apostando corrida, Maria. Nos escritórios, nos negócios, na política, nacional e internacional, nos clubes, nos bares, nas artes, na literatura, até amigos, até irmãos, até marido e mulher, até namorados todos vivem apostando corrida. São competições tão confusas, tão cheias de truques, tão desnecessárias, tão fingindo que não é, tão ridículas muitas vezes, por caminhos tão escondidos, que, quando os atletas chegam exaustos a um ponto, costumam perguntar: "A corrida terminou! mas quem ganhou?" É bobice, Maria da Graça, disputar uma corrida se a gente não irá saber quem venceu. Se tiveres de ir a algum lugar, não te preocupe a vaidade fatigante de ser a primeira a chegar. Se chegares sempre onde quiseres, ganhaste.
Disse o ratinho: "A minha história é longa e triste!" Ouvirás isso milhares de vezes. Como ouvirás a terrível variante: "Minha vida daria um romance". Ora, como todas as vidas vividas até o fim são longas e tristes, e como todas as vidas dariam romances, pois o romance só é o jeito de contar uma vida, foge, polida mas energeticamente, dos homens e das mulheres que suspiram e dizem: "Minha vida daria um romance!" Sobretudo dos homens. Uns chatos irremediáveis, Maria.
Os milagres sempre acontecem na vida de cada um e na vida de todos. Mas, ao contrário do que se pensa, os melhores e mais fundos milagres não acontecem de repente, mas devagar, muito devagar. Quero dizer o seguinte: a palavra depressão cairá de moda mais cedo ou mais tarde. Como talvez seja mais tarde, prepara-te para a visita do monstro, e não te desesperes ao triste pensamento de Alice: "Devo estar diminuindo de novo" Em algum lugar há cogumelos que nos fazem crescer novamente.
E escuta a parábola perfeita: Alice tinha diminuido tanto de tamanho que tomou um camundongo por um hipopótamo. Isso acontece muito, Mariazinha. Mas não sejamos ingênuos, pois o contrário também acontece. E é um outro escritor inglês que nos fala mais ou menos assim: o camundongo que expulsamos ontem passou a ser hoje um terrível rinoceronte. É isso mesmo. A alma da gente é uma máquina complicada que produz durante a vida uma quantidade imensa de camundongos que parecem hipopótamos e rinocerontes que parecem camundongos. O jeito é rir no caso da primeira confusão e ficar bem disposto para enfrentar o rinoceronte que entrou em nossos domínios disfarçado de camundongo. E como tomar o pequeno por grande e grande por pequeno é sempre meio cômico, nunca devemos perder o bom-humor`.
Toda a pessoa deve ter três caixas para guardar humor: uma caixa grande para o humor mais ou menos barato que a gente gasta na rua com os outros; uma caixa média para o humor que a gente precisa ter quando está sozinho, para perdoares a ti mesma, para rires de ti mesma; por fim, uma caixinha preciosa, muito escondida, para grandes ocasiões. Chamo de grandes ocasiões os momentos perigosos em que estamos cheios de dor ou de vaidade, em que sofremos a tentação de achar que fracassamos ou triunfamos, em que nos sentimos umas drogas ou muito bacanas. Cuidado, Maria, com as grandes ocasiões.
Por fim, mais uma palavra de bolso: às vezes uma pessoa se abandona de tal forma ao sofrimento, com uma tal complacência, que tem medo de não poder sair de lá. A dor também tem o seu feitiço, e este se vira contra o enfeitiçado. Por isso Alice, depois de ter chorado um lago, pensava: "Agora serei castigada, afogando-me em minhas próprias lágrimas".
Conclusão: a própria dor deve ter a sua medida: É feio, é imodesto, é vão, é perigoso ultrapassar a fronteira de nossa dor, Maria da Graça."
Posso viver milhões de anos, conhecer milhões de pessoas, rir milhões de vezes com alguém, mais nada e nem ninguém , se compara a você.
Toda célula do corpo humano se regenera em média a cada sete anos. Como cobras, da nossa maneira nós mudamos de pele. Biologicamente somos novas pessoas. Podemos parecer os mesmos, provavelmente somos. A mudança não é visível, pelo menos não para a maioria. Mas todos mudamos, completamente. Para sempre.
[…]
Quando dizemos coisas como ‘as pessoas não mudam’… deixamos os cientistas loucos, porque a mudança é literalmente a única constante da ciência. Energia. Matéria. Estão sempre mudando, transformando-se, fundindo-se, crescendo, morrendo. O modo como as pessoas tentam não mudar que não é natural. Como queremos que as coisas voltem, em vez de as aceitarmos. Como nos prendemos a velhas memórias, em vez de criarmos novas. O modo como insistimos em acreditar, apesar de todas as provas contrárias, de que algo nessa vida é permanente. A mudança é constante. Como experimentamos a mudança é que depende de nós. Pode parecer a morte ou uma segunda chance na vida. Se relaxarmos os dedos, nos desapegar, irmos em frente, pode ser adrenalina pura. Como se a qualquer momento tivéssemos uma nova chance na vida. Como se a qualquer momento, pudéssemos nascer de novo!
O comunismo matou em torno de 100-140 milhões de pessoas nos últimos cem anos - mais do que Hitler, mais do que duas guerras mundiais, mais do que pandemias em todo o mundo.
A nossa história de 30 anos juntos,
não se acaba aqui, não se acaba assim...
A morte que nos separou agora, é a mesma
que irá nos reencontrar. O meu amor por você é tão grande, que vive em nossos filhos, que irei criar à sua semelhança, com caráter , hombridade e retidão. E quando a minha missão cumprida estiver, em teus braços, irei me aconchegar. Que eu suporte os dias de saudade e as noites de dolorosa solidão...até o dia em que finalmente, contigo, de novo, irei estar.
Para Márcio Miguel Zorio, meu esposo falecido em 17/07/2016.
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