31 anos
Anos idos.
Carquilhas que se aglomeram na minha face!
O pranto fez caminhos na minha alma!
Finda outro dia que correu sem pressa
e não queira saber o quanto anseio pelo novo dia!...
Espero, quem sabe, que o amanhã
me surpreenda com novos pontos
para suprir minhas esperanças!
Olho pela janela e imagino o que estarei fazendo daqui alguns anos, e percebi que, entre tudo, o que mais me importa é em continuar me sentido, forte, feliz e apaixonada pela vida, assim como me sinto agora!
Prefiro viver apenas mais um minuto ao seu lado e morrer, do que ter mais cem anos de vida sem você.
AVE,ROSA E O SERTÃO NOSSO DE CADA DIA
O mês de julho foi testemunha do aniversário de 50 anos do lançamento de Grande Sertão: Veredas. Há 50 anos, portanto, temos a ventura de conviver com uma leitura que encerra um universo aberto, que abre um universo cerrado, numa ambigüidade do mestre que sempre ensina mas que, "de repente, aprende". Será possível medir o que significou para a literatura brasileira o advento desse alentado deleitado romance, ousado na linguagem, na temática, na abordagem e na construção?
Linha a linha, mestre Rosa constrói no diapasão da metalinguagem uma história de amor, recheada da sabedoria cabocla, com a fina observação do homem, do espaço e de como um vice-versamente interfere sobre o outro. Grande Sertão: Veredas é um inspirado questionamento do íntimo de cada pessoa humana que é toda pessoa humana. Pois se o sertão está dentro de cada um, e se o sertão é o mundo, então o mundo inteiro está dentro de cada pessoa. A universalização das individualidades ganha o seu complementar contrário na individualização dos universos. E aí está a riqueza de Rosa: o sertão é a cidade, a cidade é o sertão, ambos são o mundo, e o homem está em todo lugar. Dúvidas e certezas, conflitos e convergências, ficam mescladas na natureza de cada homem. A sabedoria só era cabocla por causa da intenção de registrar a poética do falar sertanejo, mas pode ser vista como a sabedoria de cada homem que é todo homem, e que cabe em qualquer lugar, não só em Minas Gerais.
Guimarães Rosa construía cada obra de dentro para fora. Era ele assimilando o mundo e devolvendo o que enxergou, sob a forma de narrativas trabalhadas.
Como bom narrador, Guimarães Rosa está, ele mesmo, dentro do romance. Observa, de dentro, no tremer da luta, as situações e as almas. Ele é, por exemplo, o interlocutor de Riobaldo, o misterioso ouvinte, que ouve o relato do guerreiro e a sua travessia pelo caráter do sertanejo.
Como bom narrador, Guimarães Rosa está dentro de outra história, como o menino piticego que ganha óculos e aí sim começa a enxergar o mundo, a vida. Nova travessia.
Como bom narrador, Guimarães Rosa está testemunhando tudo, postado na terceira margem do rio, vendo o viver e o esperar de pai, filho e espírito santo, na trilogia da religiosidade barroca. Travessia, outra vez.
São histórias outras e simultaneamente as mesmas, enredadas como corpos, nos bailes das Gerais. Todas as histórias, seja num livro ou em outros, são veredas que deságuam num mesmo rio grande, em viagem grandota como a de Mário de Andrade.
Conheci pessoas que conheceram o mestre Rosa, e que me falavam do jeito acanhado desse mineiro do burgo do coração. Contavam de como ele, muito míope, apertava bastante os olhos para ver melhor o interlocutor. Querendo ver, "eu queria decifrar as coisas que são importantes. E estou contando não é uma vida de sertanejo, seja se for jagunço, mas a matéria vertente."
Matéria vertente é a matéria fundamental, a vida, a origem da vida, o bem e o mal, os contrastes do físico e do metafísico. É sobre isso que meditou o Joãozito. Para, depois, dividir conosco, seus leitores, o que resolveu contar. Não sem sofrer, porque a criação é trabalhosa. "Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas - de fazer balance, de se remexerem dos lugares."
As coisas mudam de lugar na memória da gente. Ganham uma certa névoa de esquecimento, que perturba a limpidez da lembrança. Mas, em nossa memória coletiva, João Guimarães Rosa tem lugar certo, cristalino e bom. Bem no pedestal, onde ficam os melhores.
(Artigo publicado na edição de número 97 do Jornal das Letras)
Volta às aulas: aprendizagem, ficção e vida real
Aos sete anos de idade, o menino está tenso, preocupado e repleto de expectativas sobre o seu primeiro dia de aula. A recepção na escola não é das melhores, porém, as sensações da má experiência vivenciada pelo garoto Moncho conseguem ser rapidamente dissipadas graças à habilidade, à generosidade e à extrema dedicação de seu professor, o velho mestre Don Gregorio. Os dois personagens protagonizam o belíssimo drama espanhol A Língua das Mariposas (1999), filme dirigido por José Luís Cuerda, que narra de maneira delicada as fascinantes possibilidades do processo ensino/aprendizagem, com ênfase na cumplicidade entre professor e aluno. A trama tem como pano de fundo a ascensão do regime militar espanhol e as conseqüências desse processo em uma pequena cidade daquele país, representada por uma população atemorizada e desprovida de mecanismos para exercer e/ou apoiar a resistência então praticada por um pequeno grupo de opositores ao sistema opressor, do qual fazia parte o professor Don Gregorio. O cinema, mais uma vez, nos oferece condições para que possamos refletir e analisar a nossa própria realidade, independentemente das diferenças históricas e culturais experimentadas pelos espectadores em seus países de origem. A essência das relações humanas, os sentimentos, os temores, os erros e acertos das personagens da trama sempre nos ensinam algo. No caso da obra em questão, tentaremos, aqui no Estado de São Paulo, reproduzir, neste dia 10 de fevereiro, primeiro dia de aula na rede estadual de ensino, um pouco da poesia e da beleza transmitidas pelo filme de Cuerda no que diz respeito à prática educativa e à relação educador/educando. Realizaremos uma experiência singular, que pretende fortalecer significativamente a parceria entre escola e comunidade, uma das principais metas da Secretaria de Estado da Educação para 2003. Neste primeiro dia de aula, pais, mães, irmãos e amigos dos estudantes são os nossos convidados para essa verdadeira festa educacional, que reúne cerca de seis milhões de alunos, em mais de seis mil estabelecimentos de ensino. Pensando na grandiosidade que envolve esse evento, as escolas organizaram uma recepção calorosa, cujo objetivo é tornar esta data uma experiência positivamente inesquecível para educadores, educandos e comunidade. O roteiro inovador dessa nova história da educação será escrito de forma concomitante por educadores, funcionários das unidades educacionais, alunos e toda a população que vive no entorno das escolas. Nossos convidados poderão conhecer as instalações dos prédios escolares, seus profissionais e o projeto pedagógico adotado nas unidades. A programação inclui ainda atividades como vivências e sensibilizações. A idéia é reforçar em todos os participantes a consciência de que a escola é um centro de luz, um lugar que recebe e que propaga saberes, conhecimentos, aprendizados, descobertas... O século 21 exige uma escola em constante transformação, como é a própria vida. Uma escola pulsante, que instigue o aluno a ser um desbravador, um criador, um inventor do seu próprio caminho. Nesse contexto, a participação ativa da sociedade na escola é essencial. Ela será o elo entre os educandos e o mundo à sua volta, auxiliando na criação de um ensino cada vez mais comprometido com a resolução dos problemas enfrentados pela comunidade. Assim, os alunos poderão exercer papéis sociais de destaque enquanto ainda estiverem em processo de formação, o que contribuirá para o seu crescimento emocional e intelectual, originando gerações muito mais críticas e conscientes de sua cidadania. Governo e sociedade devem unir esforços no sentido de oferecer um ensino de qualidade às crianças e jovens que representarão o capital intelectual do país e que fortalecerão, cada vez mais, o espírito democrático e todos os seus valores. Em seu livro Gramática da Fantasia, o educador italiano Gianni Rodari nos oferece uma síntese perfeita da importância dessa questão, quando nos lembra que a principal disciplina em todas as escolas deveria ser justamente "a realidade, abordada por todos os pontos de vista, a começar da realidade primeira, a comunidade escolar (...). Em uma escola desse tipo, a criança não é mais uma 'consumidora' de cultura e de valores, mas uma criadora e produtora de valores e cultura". Que nesse retorno às aulas todos possamos refletir sobre isso e, mais importante, contribuir para tornar esse conceito uma realidade. Nesse sentido, estamos esperando a presença de todos vocês, pais, mães, irmãos, amigos e demais representantes da comunidade na escola neste dia 10, dando início a um novo e instigante aprendizado para todos.
Publicado na Folha de S.Paulo
Ok, eu não tinha quinze anos, ok pode ter sido a cantada mais planejada, mas me fez voltar a ter quinze anos por que me fez conseguir acreditar, acreditar que o cara certo podia existir.
Não conte as marcas de expressões que os anos vividos lhe deixaram, conte as experiências que estas mesmas marcas te proporcionaram.
Romulo Costa • 64 anos de idade
Nos pequenos Gestos, encontram-se as Grandes Ações. Um simples "piscar de olhos", pode gerar um Grande Relacionamento; Um simples "não", pode gerar uma Grande Frustração; A simples palavra "Fogo", pode gerar prejuízos incalculáveis a toda uma Nação; Uma Simples Mudança de Hábito, pode gerar um Enorme Ganho à Natureza.
Mude seus hábitos, use somente Produtos Ecológicos portanto, passe a usar somente Sabão Ecológico LEV - O Único Ecologicamente Correto.
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Quando eu tinha 18anos pensava que tudo tem seu tempo pra acontecer,tudo no tempo de Deus,e agora com 31anos ja não sei mais no que acreditar e nem o que pensar...não sei se acredito mais em relacionamentos.
"Três anos se passaram, nem parece verdade.
Estar com você é simplesmente um sonho que se tornou realidade"
MINHA CADELA O TEMPO E O CÉU
Tenho uma cadela de 8 anos de idade cujo nome é Laika.
Sentimental como sou, resolvi dar tal nome ao animal em homenagem à cadela russa que nos anos 60 teve sacrificada a vida para o progresso da ciência. Colocada num foguete russo, serviu de cobaia às experiências espaciais da época, e o mundo todo acompanhou o sofrimento do pobre animal lutando pela vida dentro da cápsula infame.
Encontrei a Laika comendo lixo em 1997, numa noite de céu claro. Estava ela ali perto de casa, barrigudinha de vermes e tão pequenininha que cabia na palma de minha mão. Não tive dúvidas em levá-la para casa, alimentá-la, vaciná-la, enfim, adotá-la.
Os anos se passaram e Laika já trouxe ao mundo quase 30 filhotes em 4 vezes que ficou prenha. Recordo-me que uma das crias aconteceu na madrugada de 11 de setembro de 2001. Não demorou a que eu pusesse o nome de um dos dois cachorrinhos que nasceram de Bin Laden. Assim ficou e o dono que o adotou continuou com o mesmo nome. Assim, quando chega 11 de setembro não tenho que ficar lembrando somente de mortes e tristeza, mas do nascimento de uma vida, ainda que seja de um cão.
Mas, voltando ao assunto Laika, ela ficou uma cadela enorme. Acho que ela tem ancestrais Pastores Alemães, pois tem cor e estilo dos mesmos, apesar de ser uma reconhecida Vira-Lata. A minha cadela, porém é nobre. Ela sabe ouvir, ela respeita, ela me entende. Os anos se passaram e a idade do animal é diferente da nossa. Ela está ficando uma "senhora de idade". Seus pelos estão embranquecendo, os olhos estão ficando um tanto foscos e as tetas já demonstram que serviram muito bem para alimentar tantos cães. Está verdadeiramente "despeitada".
Tem uma coisa nela que me ensina bastante. Ela me olha e é como se me dissesse: "-Veja, a velhice existe... estou indo na frente para você perceber que também envelhecerá". E também já noto meus cabelos mostrando muitos fios brancos, meus amigos principiando bons "telhados" de neve, enfim, a vida se fazendo presente.
Laika faz-me pensar sobre a fruta que amadurece e sobre o tempo que não cessa. Ela cumpriu com seus instintos animais. Cresceu e procriou, tomou conta da casa e me fez companhia. Ficou alegre e triste quando adoeceu, mas luta bravamente pela vida, sem ter noção que um dia ela se extinguirá, tanto para ela como para mim.
O chato da vida é perder, mas Laika também me ensina que as coisas podem ser encontradas, como eu a encontrei. Talvéz assim eu encontre razões para pensar que exista um céu também para os animais, ou que eu encontre razões para pensar no meu próprio céu, ou algum lugar que se pareça com esse mistério que a gente coloca na mente.
Seja como for, meu cão me ensina que tudo passa, inclusive a vida, mas o sentimento persiste. É este sentimento que perpetua quando lembro-me da Laika russa.Tomara que ele continue depois do túmulo. Tomara que um dia, quando a minha Laika morrer, ela possa encontrar a Laika russa. Será que se estranharão?
Tomara que o céu exista, para eu me encontrar com os amigos que perdi e que nem embranqueceram os negros cabelos... e também aqueles cujos "telhados" ficaram brancos. Nesse dia, eu certamente estarei com minha cadela do lado e passarei a mão no seu pelo macio, que foi colo para mim em tantas noites de solidão e dor."
” A doçura que compunha aquela menininha durante anos e anos, em partes, foi-se junto com o tempo. E ela hoje é amarga. Não digo que se tornou um ser insuportável, mas entendeu que doce demais enjoa. Agora prefere reservar-se. Reservar-se de coisas más, que lhe atrasam, que não constroem coisas belas dentro dela, que não levantam sua auto-estima, reservar-se de negatividade. E por outro lado, anda se aproximando de coisas boas, pessoas interessantes, pessoas de papo inteligente. Nunca deixou de ser intensa, quando se trata do assunto “relacionar-se com pessoas”. Mas hoje têm uma visão mais profunda da coisa. E sabe escolher seus diamantes, suas pedras preciosas. Com quem conversar. Em quem confiar. Com quem compartilhar sonhos e alegrias. Aprendeu a diferenciar o falso do verdadeiro. O passageiro do duradouro. Enfim, depois que foi aprendendo a valorizar-se, a garotinha acordou. E hoje aprendeu, de formas simples, como ser feliz de verdade […] "
Meus 15 anos...
Até parece que foi óntem...
ainda me lembro da aurora
mamãe me embalava no colo
enquanto chovia lá fora...
Até parece que foi óntem
canções de ninar ao pé do ouvido
boi da cara preta nana neném
brincadeiras de criança,,,
pega pega roda cutia também!
Foi óntem minha mãe
que eu sonhava acordada
nós duas sentadas na porta e tu a me explicar
o que no futuro me esperava...
15 anos se passaram
e hoje eu parei de brincar
pois não ouvi seus conselhos
e em breve na porta
sou eu quem vou me sentar...
Deus assim permitiu minha mãe
mas não se preocupe tudo com você eu aprendi
o maior carinho e o maior amor
preparei pra esse ser que carrego aqui.
já não sei, sabe são tantos anos que eu estou assim pensando e repensando em você. Os dias estão cada vez mais longos embora a minha vontade de te ter perto ainda seja enorme fico aqui relembrando os bons momentos vivênciados, pois imagino tudo dando certo... Só queria que você estivesse em meus braços, acariciando a minha pele, falando palavras bonitas ao meu ouvido e me fazendo ver o quanto o amor é algo perfeito. De fato meu amor eu te amo e não conseguirei imaginar uma vida sem você; é como se eu também não existisse ou se como eu estivesse com uma doença permanente sem cura, por este motivo eu peço venha até mim e me mostre este amor tão lindo, me faz o cara mais feliz do mundo cativando meu intimo no mais profundo, sem você jamais conseguiria amar pois você é o motivo de minha existência de minha pessistência, de tudo quanto preciso para a vida viver.
“O que vi da vida”
Vivi demais por 17 anos, vi risos exacerbados e choros inconsoláveis. Minha vida tem sido composta de antíteses que várias vezes tem me confundido, entretanto nunca me desanimaram. Vi exemplos de força e coragem de camarote: meus pais; que são meus espelhos e onde deposito meu eterno carinho e minha confiança.
Passei por maus tempos, vivi sofrimentos dos mais diversos que forçaram lágrimas rolarem em minha face. Vi a morte bem de perto, em minúcia, vi o corpo de um ente querido ser empurrado numa maca de hospital em direção ao necrotério, nada muito natural pra uma garota de minha idade aos olhos que vêem de longe, entretanto esse fato foi só uma das muitas experiências a serem acrescentadas no meu currículo, na minha história de vida.
Não quero contar apenas provações, compartilhar alegrias vividas é meu desejo, conheci amigos que me fizeram muito feliz, foram por vezes meu porto seguro, minha fonte de risos, mas, que, com o tempo foram se dispersando... Alguns, por armadilhas da vida; outros, para buscarem sucesso e brilho mais longe. Não posso esquecer-me do ciclo eterno de amizade que tenho entre primos e irmãos, que são, bem ou mal, os que ficarão no futuro para me consolar em momentos de tristeza e rir dos mais bizarros acontecimentos, com estes, tenho vivido e aprendido muito.
Vi e vivi demais por 17 anos, fui platéia e atração desse grande palco que é a vida. Foram, e têm sido ricas experiências que, tenho certeza, perdurarão com o passar dos anos e servirão como resposta quando por vezes, me perguntarem:
“O que você viu da vida?”
As horas passam, os dias passam, os anos passam, minha juventude passa e meu amor por você ainda persiste em continua. Por quê?
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