31 anos
Ainda que leve centenas de anos expressando suas qualidades, as pessoas so o entenderão pelos gestos das suas acções.
Venho buscando ao longo dos anos compreender a motivação que leva as pessoas a viverem a vida como se o sentimento, o tempo e a dedicação fosse descartável. Eu olho para mim e me peço desculpa por que ja vivi assim, e vivendo descobri que o caminho pode ser mais doce, lado a lado alimentando dia a dia esse amor, olhares, beijos, abraços.... A vida, o amor é uma experiência única, mas para mim não será pois quando você vive por um certo tempo percebe que ele não volta atrás e se antes intensamente vivêssemos? .... Perfeito!!.... O amor seria apenas UM, UM OLHAR, UM ABRAÇO, mas é apenas o desejo de quem por quase muito tempo enlouqueceu por querer mais dos outros do que eu mesmo oferecia. Ai no fim da história hoje sou eu que dou tudo de mim e busco o que antes eu mesmo não oferecia... O mundo gira a todo tempo!!!
Eu já vivi mais que senhores e senhoras de 90 anos.
Já vivi o amor, o ódio. Vivi a paixão, e a decepção. Vivi o querer, e o desistir. Eu vivi tudo isso e muito mais. Vivi o poder, e o esquecimento. Vivi a vontade de ser, e a de apenas existir. Fui forte, e fraco. Eu sorri, eu chorei. Ouvi e escutei. Eu ganhei e perdi. Eu pensei sobre tantas coisas, e deixei cair no esquecimento.
Sabe o que pude aprender com tudo isso? Que a vida ultrapassa as fronteiras da imaginação... Somos todos seus reféns! Suas marionetes!
Eu não sei quantos anos Tolstoi tinha quando escreveu que a verdadeira felicidade está entre as alegrias da família. Tenho 34 anos e tenho certeza que não tem mesmo felicidade mais real que a de poder compartilhar momentos com a família.
Não me vejo morando mais que 100 km de distância da minha mãe ou do meu pai. Isso não quer dizer que não possa morar. Só acho difícil ser mais feliz do que sou com eles aqui, pertinho de mim.
A VIDA! Viver é tão maravilhoso que mesmo que vivamos cem anos, ainda é pouco diante da grandiosidade que é viver! mas quando eu falo em viver, falo de viver não de passar o tempo! Viver com qualidade de VIDA!
Muitos com 70 anos morreram e não conseguiram fazer tudo o que queriam e outros com 30 se foram com um sorriso estampado no rosto, contente pela vida curta mais intensa que obteve.
A Substituta
Aos 14 anos a vida escolar era emocionante em termos de descobertas relacionadas às matérias que estudávamos durante o ano letivo. O que eu mais gostava era de matemática, história e geografia. Meus amigos de classe e eu tínhamos uma coisa em comum, detestávamos química e biologia. Na minha turma tinha poucas meninas, e a meu ver naquele tempo, a maioria delas chatas e sem graça nenhuma. Ainda não conhecia a libido, palavra que pra mim naquele momento era completamente desconhecida. Mas, ao voltar das férias de julho, fomos informados que a nossa professora de biologia estava de licença e seria substituída por outra professora.
A supervisora da escola veio nos apresentar a nova professora. Quando ela entrou na sala, faltou oxigênio, pra mim e mais uns quatro ou cinco. Era uma moça de uns 25 anos, muito bonita além da conta. Corpo perfeito apesar de usar roupas normais, inclusive no dia da apresentação ela estava de calça jeans e uma blusa de manga. Mesmo assim, aquela mulher causou enorme impacto em alguns alunos. Claro que muitos alunos nem estavam vendo o que eu e mais alguns alunos estávamos. Não sei ao certo o porquê daquilo, claro que eu já tinha visto mulheres bonitas e até com roupas mais ousadas, porém, aquela moça fez subir a temperatura corporal de uma forma que ficou difícil respirar. Foi a primeira vez que eu me vi extremamente excitado na sala de aula. Fiquei com vergonha, confesso.
Certas mulheres têm um poder de sedução enorme, especialmente sobre jovens adolescentes. Não é simplesmente ser uma mulher bonita, isso já é comum. Mas é algo além disso, e nós ali, naquele momento não tínhamos a menor idéia do que seria aquilo. O que sei é que o resto do ano letivo ficou comprometido, eu e meus amigos tínhamos dificuldade de concentração no assunto que estava sendo exposto pela professora, isso porque nem estávamos ouvindo o que ela dizia. Estávamos prestando atenção total e exclusivamente nela. Que fascínio tinha aquela moça sobre nós. Ninguém nem piscava os olhos quando ela entrava na sala de aula. Alguns alunos até, nos dias em que ela dava aula noutras turmas, também iam assistir aula nessas turmas, e isso despertou a atenção da supervisora. Ela percebeu o que estava acontecendo e nos chamou para uma conversa na hora do recreio em uma sala vazia. Estávamos eu e mais doze alunos de várias turmas. Todos confirmaram que estavam como que apaixonados pela nova professora, e a supervisora ficou de estudar o caso e encontrar uma solução, pois não podia permitir que os alunos fossem assistir aulas daquela professora em outras turmas.
A professora substituta não usava roupas ousadas, mini saia, nada disso. Não sei exatamente o porquê, mas ela encantava-nos, despertou em nós um fascínio enorme. Ela tinha algo que a maioria das mulheres não tem, até porque, vários garotos da escola foram acometidos daquelas sensações até então desconhecidas. Talvez nossos hormônios tenham chegado ao despertar da sexualidade juvenil. Conversava com outros colegas de classe, a maioria com 13 e 14 anos de idade. Todos eles tinham o mesmo “problema,” ficávamos extremamente excitados durante a presença daquela moça na sala de aula. Creio que isso deva acontecer com os jovens de hoje em algum lugar. Mas, mesmo que aconteça, há uma diferença muito particular, aquela moça despertou em muitos garotos da escola ao mesmo tempo essa revolução biológica. Mesmo em dias frios, quando ela usava roupas pesadas, totalmente coberta, nós a víamos como a moça nesta imagem. Ana Carla era o nome dela, era a professora de biologia substituta.
Charles Silva – Textos
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Alice
Doze anos depois voltei ao cemitério onde foi sepultada minha genitora. Estava na Cidade a passeio, então resolvi ir fazer uma visita. Ao entrar, não achei o local exato do sepulcro, fiquei andando em círculos a procura. Assim que entrei, vi uma garotinha, talvez 9 ou 10 anos de pé, cabeça baixa olhando para um túmulo, como se estivesse rezando. Quando passei bem perto dela senti um arrepio em toda minha coluna. Não dei importância e segui a procura do lugar onde estava o túmulo da minha genitora.
Sem me lembrar onde exatamente era o local, afinal, doze anos já haviam se passado, desisti da busca e fiquei a andar a esmo. Novamente me aproximei do lugar onde estava a garota que vi quando entrei, parei perto dela e fiquei a observar o nome da pessoa que estava ali sepultada. Não era um nome conhecido para mim, mesmo assim resolvi fazer uma oração junto a garota que ali estava.
Fiquei perto dela uns dois metros, talvez um pouco menos. Ela virou-se para mim, e perguntou se eu a estava vendo e ouvindo. Respondi que sim e então lhe contei a minha desolação em não achar o túmulo da minha genitora, por isso parei para prestar uma solidariedade, já que não achei o que procurava. A garota com um semblante muito sério disse-me que eu estava exatamente no lugar que eu procurava. Eu respondi que achava que não, pois o nome da pessoa sepultada ali não era o nome que eu procurava.
Você é muito diferente das pessoas comuns. – Disse ela e continuou. – Agora que percebi que você pode me ver e ouvir vou lhe contar o que aconteceu. As pessoas que foram enterradas aqui foram retiradas e colocadas noutro local nove anos atrás, essa pessoa que está aqui agora não é quem você procura, ela já não está mais aqui. – Eu a interrompi e perguntei se a pessoa enterrada ali era parente dela. – Ela respondeu que era mãe dela. – Eu disse-lhe que sentia muito. – E ela disse que o nome dela deveria ser Alice e o nome da mãe dela era Francisca. – Vou embora – Disse ela. – Não diga pra ninguém que me viu aqui, obrigada por ter falado comigo, adeus. – Saiu andando e sumiu entre os outros túmulos. Aproximei-me mais um pouco daquele túmulo e li o nome da pessoa em uma inscrição gravada numa pedra de mármore. Estava escrito: “Francisca Leite Farias. – Descanse em paz, mãe e filha”.
Charles Silva – Textos
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Hoje faz 35 anos que meu pai nos deixou,ainda sinto seu cheiro,o som da sua risada e as nossas brincadeiras de criança ,vontade de compartilhar minha vida,meus problemas,minhas conquistas ... Fui até igreja hoje ,pois eu acho que é bem alí pertinho de Deus que você está . — se sentindo Metade de mim é MARIA a outra é você .
Pode passar anos, mas um dia a liderança vai colher as consequências do seu fracasso por não treinar homens capazes e responsáveis pelo crescimento da igreja local.
Se esta terra fosse nova, no mundo nao existiria moda,
Mas por ter milhoes de anos, ee por isso que o homem tenta renova-la...
Assim é a nossa vida, ao longo dos anos, sofremos grandes transformações, alguns conseguem transpor de dentro de si, grandes jóias, que são "os valores lapidados" no dia a dia temos que estarmos atentos a isso, outros sofrem na mesma proporção, mas não conseguem transpor jóias," os valores", pois não tem, possuem dentro de si, apenas manchas nefastas.
alguns anos se passaram depois da ultima vez que vi seu rosto... será que eu visito você, a noite, em seus sonhos? durante os dias, nas suas lembranças, será que eu persigo a sua vida como você perseguiu a minha? se nós temos alma, são feitas do amor q compartilhamos, que não diminui com o tempo, que não se perde com a morte.
O barzinho do além-vida.
Há três anos ir ao cemitério, principalmente em dia de Finados, passou a ter um significado diferente para mim. Antes disso, eu ia por conveniência, ia porque mãe e pai diziam que eu tinha que ir, não porque me agradasse tal feito. Hoje, a escolha é minha e faço questão de estar lá, pois, seja a vida irônica ou não, vou lá justamente para visitar o suposto lugar em que meu pai descansa "fisicamente". Cemitério nada mais é do que um memorial físico, já que as verdadeiras memórias transcendem no sentimento.
Ao contrário do que se esperaria de alguém que vai ao cemitério para visitar alguém que muito amava, não sinto tristeza ao ir lá. Sinto uma energia negativa, é verdade, afinal de contas tal lugar se constitui basicamente de lágrimas derramadas e de despedidas.
Ir ao cemitério é como estar em uma roda de amigos, ao menos é o que sinto quando lá estou a visitar o memorial do meu pai. Inicio uma conversa mental com ele, contando tudo o que houve de interessante nos últimos tempos da minha vida e da família que ele deixou por aqui. Algumas lágrimas caem, é inevitável, mas não por uma dor profunda ou tristeza específica. Isso passou. E no lugar disto, veio a nostalgia, a saudade. Nessa conversa acabo tendo para mim que poderíamos estar em um barzinho, o barzinho do além-vida, no qual, por mais que o tempo passe, continuaríamos em contato, sabendo um do outro e seguindo juntos, embora evidentemente separados. E nele comemoraríamos as coisas boas, os sonhos realizados, os lugares que conhecemos. Daríamos risadas e compartilharíamos o quanto inusitado é viver, e o quanto irônico é morrer.
A vida possui algumas vértices que fogem à nossa escolha. Quem ela escolhe para ir embora, sempre vai embora cedo demais, e nós aqui é que aprendemos a lidar com o nosso dia-a-dia sem mais ter certas pessoas por perto.
Sei que aproveitei a companhia do meu pai enquanto ele estava vivo. Mal sabia eu que existia a possibilidade de ele ir embora tão cedo. É claro que eu queria ter aproveitado muito mais, mas do pouco que me foi possível eu agradeço, pois talvez seja isso que me faça encarar o dia de Finados e as visitas ao cemitério como uma roda de amigos estando em um barzinho, pois assim éramos enquanto ele estava vivo.
Meu coração sofreu grandes dores ao longo dos anos
Mas Deus nunca largou minha mão
A segurou firme,e me manteve de pé...
A fé não remove montanhas
Ela te ajuda a escalar
Ah uns anos atrás, eu pensava que a felicidade era questão de tempo...
Hoje sinto que é uma questão,de escolha...
Na maioria das vezes escolho meio sem pensar.
Não significa que serei totalmente infeliz por escolher mal, mais um pouquinho sim.
O importante mesmo é colocar uma dose de alegria em tudo até nas escolhas erradas.
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