31 anos

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Ai, que saudades que eu tenho
Dos meus doze anos
Que saudade ingrata
Dar banda por aí
Fazendo grandes planos
E chutando lata
Trocando figurinha
Matando passarinho
Colecionando minhoca
Jogando muito botão
Rodopiando pião
Fazendo troca-troca
Ai, que saudades que eu tenho
Duma travessura
Um futebol de rua
Sair pulando muro
Olhando fechadura
E vendo mulher nua
Comendo fruta no pé
Chupando picolé
Pé-de-moleque, paçoca
E disputando troféu
Guerra de pipa no céu
Concurso de pipoca

Eu me apaixonei por ela enquanto estávamos juntos, e me apaixonei ainda mais nos anos em que ficamos separados.

John Tyree
SPARKS, N. Querido John. São Paulo: Novo Conceito Editora, 2010.

Nota: Frase do personagem do livro "Querido John" de Nicholas Sparks

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Sabe por que a tartaruga vive mais de 100 anos?
Porque ela cuida só da vida dela.

Após 6 anos de namoro e já morando juntos, ele descobre que ela teve um amante durante alguns meses. Eles brigam, ele a perdoa mas continua indiferente frente a companheira.

- Não entendo, você não confia mais em mim?

- Não.

- Mas eu pedi perdão pelo o que fiz e tentei me redimir. Além do mais, você me perdoou!

Ele pega um copo, joga no chão e o copo se quebra em demasiados pedaços. Ele dirige-se a ela e pergunta:

- Se eu pedisse para que você reconstruí-se esse copo, como prova de amor, você faria?

- Sim, faria.

- Então reconstrua e amanhã conversamos.

Ela então passou a noite colando cada pedaço de vidro para que se transformasse novamente no copo. Na manhã seguinte, ele enche todo o copo com água e coloca em cima da mesa de frente para os dois, e então volta à companheira:

- Vê como apesar de colado todos os pedaços o copo continua a vazar água?

- Sim, vejo.

- Meu coração está exatamente assim. Apesar de ter lhe perdoado, tentar reconstruir cada pedaço do sentimento que tenho por você, ainda tenho mágoas. E suas mãos, percebe como ficaram feridas enquanto você tentava juntar os cacos do copo?

- Sim, estão feridas e doloridas…

- É o arrependimento. Mas as suas mãos irão cicatrizar… Mas e o copo, será que voltará a não vazar água?

Regra número um: a gente tem memória seletiva e SÓ lembra das partes boas. Dos anos que foram coloridos. Das pessoas legais. Dica pra não cair nessa furada: seja realista e lembre-se de todos os defeitos alheios e todos os sentimentos ruins que você sentiu. Regra dois: pra mim, um cara (ou um trabalho ou um amigo) que não te dá o devido valor deve ser rebaixado. É, rebaixado mesmo. Então, se o cara resolveu te dar valor AGORA, ao invés de você agradecer e bater seus enormes cílios, se pergunte: um indivíduo que vive nesse estado de insatisfação constante vale a pena? Regra número três: essa é a mais difícil. Sinta-se agradecido. Verdadeiramente agradecido. Por tudo o que você tem HOJE. Por tudo o que você É. Seja honesto com seus sentimentos. Não se supervalorize. Nem tampouco se subestime. Seja forte. E bote pra quebrar (se vier a calhar). No mais, é só viver com o coração ABERTO. Afinal, o mundo anda tão louco que quem não aproveitar o presente vai se arrepender amanhã. Essa é a minha única certeza.

Os negócios vão mudar mais nos próximos dez anos do que mudaram nos últimos 50 anos.

Amizade é a capacidade de uma conversa poder ter um intervalo de 20 anos e, no reencontro, ser continuada de onde tinha parado.

Sou tudo que os meus vinte e poucos anos me trouxeram. Sou uma coleção de erros, que se aglomeraram e construíram minha essência, minhas certezas, ideologias e caráter. Já fui a prepotência de pensar que sei tudo da vida, hoje eu sou a senhora só da minha razão. Aprendi, aos trancos, a importância da flexibilidade, porque a verdade é só um ponto de vista.

Aprendi também a conjugar o verbo ceder, principalmente na primeira pessoa do singular e confesso que esse é um exercício diário. A cada dia aprendo mais e sei menos. Sempre que me aprofundo demais nas coisas, penso automaticamente na frase “a ignorância é uma bênção”. É mesmo. De longe tudo é tão mais bonito e nada dói. Mas sem a dor, talvez eu ainda fosse a garotinha de laço cor de rosa, no pátio do intervalo, tendo certeza que uma gota é o oceano. Eu já teria sido engolida pela imensidão que é viver.

Há pouco tempo atrás eu tava planejando a minha vida adulta e, de repente, já não posso mais transferir minhas responsabilidades e culpas pra amanhã. E foi muito difícil conseguir me posicionar pro mundo. Pra todo mundo tão viciado em apontar o dedo, ignorar os acertos e te crucificar pelo resto da vida pelos erros, mesmo se forem pequenos.

Já me apaixonei por caras desinteressantes e jurei que eram os amores da minha vida. Já acreditei em promessas absurdas, em absolutamente tudo que me era dito, porque nunca entendi a necessidade de mentir. Mas as pessoas precisam e é isso, não tem porquê. Fiquei desacreditada. Foi complicado aprender a dizer “Não” e pareceu impossível prolongar a sentença: “Não, assim eu não quero. Isso não me faz bem, então não vou deixar que me faça mal. Tchau.” Depois ir embora ficou tão fácil, que a dificuldade era ficar. Virei impermanente.

Tentei segurar as mãos de pessoas que tentavam segurar o mundo, fiquei sem forças, odiei a liberdade. De vodka em vodka, vazio em vazio, me vi abraçando o mundo também. Virei libertina. Com o mesmo discurso de desapego e vida breve que eu sempre detestei, mas começou a fazer muito sentido e me parecia muito justo levando em conta o gosto de cada lágrima que eu já senti. Voar não doía, viciei.

E no céu, entre as nuvens, é muito fácil confundir valores, embaralhar as prioridades e se perder. Eu também quase me perdi. Amigo de balada não é amigo. Meus amigos de verdade são parte de mim e merecem o topo das minhas prioridades. Amores não são necessariamente pra sempre e quando acaba, não quer dizer que não deu certo ou que não foi amor. Histórias inesquecíveis e lindas podem ser curtas. Minha família é o meu chão, o bem mais precioso que eu tenho na vida. Não vale a pena se fechar pro mundo, porque as coisas boas são tão maiores que as ruins.

Por fim, tô aprendendo que desapego é uma dádiva, de fato. Faz milagres, mas exige uma certa precaução e medida. A gente tende a querer desapegar de Deus e o mundo, quando deveria desapegar só do que faz mal. Felicidade não é uma utopia ou um amanhã que sempre fica pra amanhã. Felicidade é agora, é cada minuto com quem quer meu bem, quem tá do meu lado. Felicidade é ser quem eu sou, quem eu me transformei, em meio à tanta esquina errada e gente querendo me puxar pra trás.

Hoje eu sou livre. E não tô me referindo á status de relacionamento não. Sou livre porque me despi dos meus medos, das minhas culpas e armaduras. Porque me desculpei por não ser perfeita e parei de me cobrar isso. Sou livre pra escolher meu destino, mudar de opinião e me reinventar sempre que achar necessário. Sou livre e aceito as minhas consequências, porque aprendi a ter e viver meus vinte e poucos anos.

Para ser um cristão você precisa acreditar que por 98 mil anos a nossa espécie sofreu e morreu, a maioria das crianças morrendo no parto, a maioria das pessoas com uma expectativa de vida de 25 anos, com fome, batalhando, guerreando, sofrendo, tudo isso por 98 mil anos, enquanto os céus observavam com completa indiferença. Então, há 2 mil anos, os céus decidiram ‘já chega disso, acho que é hora de fazermos alguma coisa’, e a melhor maneira de fazer isso seria condenar alguém a um sacrifício humano em algum lugar da região menos instruída do Oriente Médio. Não vamos aparecer para os chineses, por exemplo, onde as pessoas sabem ler e estudar evidências e ser civilizadas. Vamos ao deserto e façamos outra revelação lá.

Isso não faz sentido. Não é algo que não pode ser acreditado por alguém que pensa.

Por que eu fico feliz que este é o caso? Para chegar ao ponto do que há de errado no outro lado do cristianismo, porque eu acredito que os ensinamentos do cristianismo são imorais.

O [ensinamento] central é o mais imoral de todos, o da redenção vicária. Você poder jogar os seus pecados em outra pessoa, o que é vulgarmente conhecido como ter um bode expiatório.

Eu posso pagar a sua dívida se eu te amo. Eu posso ir para a prisão no seu lugar se eu te amar muito. Eu posso me voluntariar a isso. Mas eu não posso te redimir dos seus pecados, porque eu não posso abolir a sua responsabilidade, e eu não deveria me oferecer para fazer isso. A sua responsabilidade precisa permanecer com você. Não existe redenção vicária.

Muito provavelmente não existe sequer redenção. Isso é apenas wishful thinking (NT.: Pensar que algo é verdadeiro só porque queremos que seja), e eu também não penso que wishful thinking seja bom para as pessoas. Isso consegue até poluir a questão central, a palavra que eu acabei de usar, a palavra mais importante de todas: a palavra amor, ao tornar o amor compulsório, ao dizer que você tem que amar. Você tem que amar ao seu vizinho como a ti mesmo, algo que você na verdade não consegue fazer. Você sempre acabará falhando, então sempre poderá ser considerado culpado.

Ao dizer que você tem que amar alguém a quem você também precisa temer. Um ser supremo, um pai eterno, alguém de quem você deve ter medo, mas também deve amar. E se você falhar nessa tarefa, novamente é um pecador imundo. Isso não é mentalmente, moralmente ou intelectualmente sadio.

E isso me traz à objeção final, que é: esse é um sistema totalitário. Se houvesse um deus, que pudesse fazer essas coisas, e exigir essas coisas, e que fosse eterno e imutável, nós estaríamos vivendo sob uma ditadura sem direito de apelação. Uma que jamais poderia mudar. Uma que sabe o que pensamos e pode nos condenar por crimes de pensamento. Nos condenar a uma punição eterna por ações que nós estamos fadados desde o início a tomar.

Por tudo isso – resumindo; eu poderia dizer bem mais – eu digo que é algo excelente que não exista absolutamente nenhum motivo para acreditar que nada disso seja verdadeiro.”

Quando você lida com coisas mitológicas por alguns anos, você aprende que paraísos geralmente são lugares onde você é morto.

Nem todos os anos que passam se vivem:
uma coisa é contar os anos, outra é vivê-los.

O tempo é algo muito precioso, e os anos ensinam coisas que os dias nunca souberam.

Podemos ficar milhões de anos sem nos encontrar,
Mas permanecemos levando choque quando nos encontramos.
Nem precisamos nos encontrar. Nem precisamos nos encostar.

Dentro e Fora

“Por fora tenho tantos anos, que você nem acredita…
Por dentro, doze ou menos, e me acho mais bonita!
Por fora, óculos, rugas, gordurinhas, prata nos tintos cabelos…
Por dentro sou dourada, imaculada, corpo de modelo!
Por fora, em aluviões, batem paixões contra o peito…
Paixões por versos, pinturas, filosofia e amigos sem despeito…
Por dentro, sei me cuidar, vivo a brincar, meio sem jeito!…
Não me derrota a tristeza, não me oprime a saudade, não me demoro padecente…
E é por viver contente, que concluo, sem demora:
É a menina que vive por dentro, que alegra a mulher de fora!”

Eu treinei 4 anos para correr apenas 9 segundos. Tem gente que não vê resultados em dois meses e já desiste.

Minhas expectativas se reduziram a zero quando tinha 21 anos. O restante foi um presente.

Reflexões de uma mulher que chega aos 30 anos:

- Amar é muito bom, mas ser amada é melhor ainda
- Os pais não são eternos e a constatação disso, é dolorido demais
- Amigos verdadeiros são poucos, os falsos, muitos
- A vida é muito curta e quando se pensa demais, a oportunidade já foi, e o tempo não volta
- Já errei muito e errarei outras tantas, mas sempre terei a humildade de admitir e pedir perdão

Hoje chego a conclusão que Deus nos colocou no mundo dotados do maior poder do mundo: o da escolha. Eu escolhi ser assim: apaixonada, passional, teimosa, decidida, muita vezes mandona, certa de meu desejos e vontades. Se esse é o modo correto, sinceramente não sei, mas não consigo ser diferente. Aprendi muito, as vezes pelo amor, as vezes pela dor, mas tudo em resultado das minhas escolhas.

Já vivi demais, já ri demais, já chorei demais, já senti a dor de perder minha mãe e não poder fazer nada, e a dor da impotência, é terrível.

Para os próximos 30 anos não desejo nada que o dinheiro possa comprar, quero apenas ser feliz ao lado da minha família, amigos verdadeiros e do homem que amo e escolhi para ter ao meu lado.

A ele dedico todo meu amor, carinho, agradecimento pelos momentos de felicidade, risadas, união, cumplicidade e acima de tudo compreensão e perdão.

E que venha os 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100....(ahhhh, também sou otimista..rs)

Por muitos anos procurei-me a mim mesmo. Achei. Agora não me digam que ando à procura da originalidade, porque já descobri onde ela estava, pertence-me, é minha.

Mário de Andrade
ANDRADE, M. 50 poemas e um Prefácio interessantíssimo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013.

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço. Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário-geral do coral. As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa... Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, O essencial faz a vida valer a pena. E para mim, basta o essencial!

Ricardo Gondim

Nota: Adaptação do texto "Tempo que foge!", cuja autoria tem vindo a ser erroneamente atribuída a Rubem Alves e Mario Andrade.

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Bruxas


Há muitos anos as mulheres são chamadas de bruxas.
Esse nome nos persegue, não sei se por maldição ou por encanto...
Acho mais que é por encanto.
Por isso, vou abrir o programa falando do "despertar das bruxas"

Voe!
A alma liberta sonhos vãos!
Busque a alegria, viva intensamente!
Ouse, grande arauto, voar sempre mais alto, admirando a beleza de tudo o que foi criado, perseguindo o sonho, seu verdadeiro aliado, reunindo forças para o salto.
Revele toda a sua essência sem demora,
como também és sol...
Renasça com a aurora.

O despertar de uma bruxa é especial:
- abra os olhos
- espreguice-se como um gato, vagarosamente
- sinta o calor e a maciez das cobertas
- agradeça a dádiva de um novo dia
- não saia correndo como se participasse de uma maratona
- primeiro, lave o rosto, sinta a maciez do sabonete.
Olhe-se no espelho, olhe para você e não para seus cabelos, pés de galinha ou o formato do nariz que não lhe agrada...
Diga "bom dia" para a mulher que está na sua frente, sentindo-se uma vitoriosa.
Olhe profundamente nos seus olhos e diga que você é uma bruxa, uma mulher inteligente e capaz.
Sorria para a imagem que está à sua frente.
Acordem, bruxas, o planeta precisa de vocês!
Não tenham medo, a era das fogueiras acabou!