25 anos
I R O N I A
conto
Geane era uma linda universitária, dezoito anos, filha de um bem-sucedido empresário da cidade do Rio de Janeiro.
Cursava psicologia em uma conceituada universidade e divertia-se em analisar o comportamento das pessoas, esnobando-as, na medida do possível.
Tinha várias amigas e sobressaia-se às mesmas, não só pela sua indiscutível beleza, mas sobretudo pela espontaneidade e simpatia.
Com esses atributos, não seria difícil imaginar sua facilidade em conseguir admiradores e eventuais namorados.
Gostava, principalmente, de brincar com o sentimento dos rapazes.
Seduzia-os e, pouco tempo depois, dispensava-os com a maior naturalidade.
Naquela tarde ensolarada, no Leblon, Geane conhecera um belo rapaz.
Diferente dos demais, que a lisonjeavam em excesso, despertando lhe rapidamente o desinterêsse; Roberto era sério, falava pouco, e não manifestava qualquer interesse por futilidades.
Dentro de poucos dias, após alguns encontros e telefonemas, começaram a namorar.
Mesmo estando entusiasmada com Roberto, Geane não perdera sua obsessão por sentir-se dona da situação, e insinuou que gostaria de ir com ele a um Motel.
Escolheram um Motel de luxo. Cada um foi em seu carro.
Entre carícias e beijos, Roberto insistia no uso de preservativo, justificando ser mais seguro para ambos, ao que ela retrucava:
---- Eu confio em você! Não precisa usar preservativo. Se você insistir nisso, vou pensar que não confia em mim.
---- Eu insisto, por ser mais seguro, Geane. Você é uma garota inteligente, deveria saber disso...
---- Com preservativo, não quero! Retorquiu Geane.
Depois de tanta insistência e já completamente excitado, Roberto cedeu.
Após exaustiva noite de amor, ambos adormeceram.
No outro dia, ao acordar, Roberto viu-se sozinho na cama.
Levantou-se, vestiu-se e, ainda sem entender direito o que havia acontecido, foi até o banheiro.
Foi grande sua surpresa ao olhar para o espelho e ver escrito com batom: "ESTOU COM AIDS, ROBERTO! ATÉ NUNCA MAIS! "
Roberto interfonou a portaria, pediu a conta, e soube pela recepção, que esta já havia sido paga pela garota.
Ele entrou em seu carro, e foi-se embora.
No dia seguinte, Geane contou a todas as amigas o que fizera, vangloriando-se, por ter feito mais um rapaz de idiota.
Vários dias passaram-se e Roberto não mais foi visto por ninguém.
Geane, que até então se divertira com o desaparecimento do rapaz, passou a sentir-se preocupada com sua prolongada ausência.
Resolveu, então, telefonar-lhe.
Uma tia de Roberto atendeu ao telefone.
---- Alô! Aqui é a Geane. Gostaria de falar com o Roberto. Ele está ?
---- Sinto muito mas você não o encontrará mais.
---- Mas por que ? Ele viajou ? Será que está com raiva de mim ?
---- Roberto morreu ontem ! Suicidou-se !
Completamente estarrecida, Geane perguntou:
---- Mas por que ele fez isso ? Ele tinha algum problema ? Deixou uma carta ?
---- Sim ! Ele havia contraido AIDS há mais ou menos um ano, e deixou uma carta dizendo que já não suportava mais enfrentar a luta contra essa terrível doença, pobre rapaz...
Existem vários anos da minha vida que eu gostei muito, mas esse ano de 2008 não foi um desses. Nesse ano na minha escola, briguei com a pessoa que eu achava que era a minha melhor amiga, ficamos 3 meses brigadas e só muito tempo depois voltamos a nos falar. Mas esse ano teve uma coisa boa, eu conheci a pessoa mais importante da minha vida. Foi com ela que eu superei essa briga, e vi que amizade de verdade, é a dela. Agora ela me diz que vai sair da escola, não sei como vou aguentar viver sem ela, ela é a melhor pessoa do mundo. Por isso eu digo ela: se a gente é amiga de verdade, onde quer que nós estejamos, você não vai me esquecer, e nem eu vo te esquecer.
Tudo isso que eu escrevi foi pra você minha eterna AMIGA!
eu te amo muito, e aonde quer que você esteja estarei com você nos pensamentos.
Envelheci vinte anos para te mostrar o melhor de mim, e mesmo assim você não passou dos 6.É por isso que resolvi aproveitar minha juventude e esquecer a sua falta de maturidade.
VINTE E TANTOS ANOS
Andando pelas ruas,
deparo com um homem,
me chama a atenção, seus passos lentos,
demonstrando tamanho desalento.
Aparência sofrida...Parecendo descrente da vida.
Andar cabisbaixo... Semblante sombrio... esguio.
Aparentando muito sofrimento... Puro abatimento!
Parecendo não ter forças,nem sonhos, nem esperanças,
Penso até que de si já desistiu.
Afinal! Já é um homem velho...
Tem lá, seus vinte e tantos anos!
Nhá Bába
A querida Nhá Bába, era uma senhora magra e alta, negra e beirando uns 100 anos.
Era minha vizinha no Parque Edu Chaves, uma das vilas do folclórico bairro do Jaçanã, bem na divisa de Guarulhos, aqui em São Paulo.
Quando criança, o bairro era uma fazenda que vinha se apovoando. Tinha gado, mato, riachos, muitas árvores e um crescente número de pessoas novas que vinham na oportunidade de adquirir seus terrenos e construir suas casas.
Era o início dos anos 60, pois o Presidente Kennedy ainda não havia sido assassinado.
A Avenida principal, onde eu nasci, era a única que recebera por aqueles dias um calçamento de paralelepípedos.
Eu morava em uma casa em uma das esquinas da Avenida principal, a qual ainda é nossa, da família.
Nhá Bába.
Vejam bem: em 62 eu tinha 6 anos e a Nhá Bába quase 100.
Voltando a ela, era muito bonita considerando a idade que tinha.
Magra e alta, perto de 1,80m, vestia-se sempre com vestidos longos, alvos e soltos.
Jamais a ví sem um turbante.
No bairro, os terrenos eram todos grandes, quase todos com no mínimo 50 mts de fundo e com a testada não inferior a 10 mts.
A casa da Nhá Bába era de madeira, como aquelas que vemos ainda em Curitiba ou nas cidades do Mato Grosso do Sul; bonitas e bucólicas.
Nhá Bába sentava-se sempre no terreiro, debaixo de uma Palmeira centenária e de bom papo, conversava todas e todas as tardes com a vizinhança.
Falava dos seus pais, das suas lembranças em Minas, da fazenda onde nasceu e cresceu, dos irmãos sumidos, dos filhos mortos. Falava da imensa alegria por estar morando em São Paulo.
Era uma figura impar.
Fumava um cachimbo de barro e benzia a criançada com tosse comprida, íngua e quebranto.
Muito plácida, parecia ser a conselheira das jovens mães, pois na época minha mãe não tinha mais que trinta anos, considerando-se os oitenta e um que ela tem hoje.
Naquele terreiro da casa da Nhá Bába, tinha galinha, muito passarinho e um aconchego de casa de vozinha.
Nem cerca tinha a casa da Nhá Bába.
Sei que morar lá e perto da casa da Nhá Bába marcou muito a vida das pessoas.
Eram anos dourados. Quando chovia tinhamos no ar aquele cheirinho de mato molhado; escutávamos nos riachos que eram límpidos o canto da saracura.
Não havia maldade. Todos, desde os mais idosos, como os mais novos tinha espírito de criança.
As tardes eram mais coloridas e as familias mais unidas.
Os vizinhos, como a Nhá Bába, eram parte das nossas familias. Todos se cotizavam por alguém doente, por ajudar um amigo.
Fazia-se bolo e mandava-se sempre um pedaço à casa do vizinho.
Foi da casa da Nha Bába que tive o primeiro contato com a Festa de Reis. Muitos de seus parentes, outros velhos negros do bairro, cultivavam o folclore já praticamente desaparecido da cidade.
Rezava-se a novena em um santuário na Casa da Nhá Bába, com praticamente todas as mães do bairro.
Nhá Bába transmitia tanta dignidade que jamais poderei esquecer daquela figura maravilhosa, uma rainha negra que tive a oportunidade de conhecer.
Sempre existirá saída...
Um dia, um menino de 3 anos estava na oficina do pai, vendo-o fazer arreios e selas. Quando crescesse, queria ser igual ao pai. Tentando imita-lo, tomou um instrumento pontudo e começou a bater numa tira de couro. O instrumento escapou da pequena mão, atingindo-lhe o olho esquerdo.
Logo mais, uma infecção atingiu o olho direito e o menino ficou totalmente cego. Mesmo assim aprendeu a ajudar o pai na oficina, trazendo ferramentas e peças de couro. Ia para a escola e todos se admiravam da sua memória. De verdade, ele não estava feliz com seus estudos. Queria ler livros.
Escrever cartas, como os seus colegas. Passava noites acordado, pensando em como resolver o problema. Ouviu falar de um capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. A escrita noturna consistia em conjuntos de pontos e traços em relevo no papel. Os soldados podiam, correndo os dedos sobre os códigos, ler sem precisar de luz.
Ora, se os soldados podiam, os cegos também podiam, pensou o garoto. Procurou o capitão Barbier que lhe mostrou como funcionava o método. Fez uma série de furinhos numa folha de papel, com um furador muito semelhante ao que cegara o pequeno. Noite após noite e dia após dia, Louis trabalhou no sistema de Barbier, fazendo adaptações e aperfeiçoando-o.
Com persistência, Louis Braille foi mostrando seu método. Os meninos do instituto para cegos onde estava morando agora se interessavam. À noite, às escondidas, iam ao seu quarto, para aprender. Finalmente, aos 20 anos de idade, Louis chegou a um alfabeto legível com combinações variadas de um a seis pontos.
O método Braille estava pronto. O sistema permitia também ler e escrever música. A idéia acabou por encontrar aceitação. Semanas antes de morrer, no leito do hospital, Louis disse a um amigo: "Tenho certeza de que minha missão na Terra terminou." Dois dias depois de completar 43 anos, Louis Braille faleceu. Nos anos seguintes à sua morte, o método se espalhou por vários países.
Finalmente, foi aceito como o método oficial de leitura e escrita para aqueles que não enxergam. Assim, os livros puderam fazer parte da vida dos cegos. Tudo graças a um menino imerso em trevas, que dedicou sua vida a fazer luz para enriquecer a sua e a vida de todos os que se encontram privados da visão física.
Há quem use suas limitações como desculpa para não agir nem produzir. No entanto, como tudo deve nos trazer aprendizado, a sabedoria está, justamente, em superar as piores condições e realizar o melhor para si e para os outros.
"Quem você é fala tão alto, que não consigo ouvir o que você está dizendo".
Espero que por muitos anos eu tenha força para lutar contra o preconceito, a hipocrisia e a droga...Que minhas palavras estimulem ações que provoquem mudanças para a conscientização de pessoas, que meus "gritos" escritos se propaguem nos ouvidos de pessoas dispostas a resgatar vidas,que muitos entrem nessa luta em favor da vida ...contra a exploração humana.
OCHELCIS AGUIAR LAUREANO
Foi na nossa igrejinha de tantas histórias...Meados dos anos 80.
Lembro-me que era uma noite bem curitibana. Quarta-feira , chuva fina e fria. Pouquíssimas pessoas a ouvir minha mensagem pastoral.
Ao final do culto, quando os abraços da despedida sacramentavam a beleza da amizade, pedi ao único visitante para ficar em pé e se apresentar.
Um senhor de cabelos prateados, extremamente simpático, levanta-se do último banco, caminha até o pequeno púlpito, me abraça e diz:
- “Seu pastor, que bom ouvir o senhor! A gente quanto mais velho mais vai aprendendo coisas”.
Os fiéis, atentos àquele irmão estradeiro, passa então a ouvir algumas saudações carinhosas que culminam com sua auto apresentação em tom de "barítono-alegro-com-brio":
- “Sou um estudioso do folclore brasileiro. Digamos...um poeta sertanejo! Fui aluno e amigo de Villa-Lobos. Mas o que eu gosto mesmo é de gente alegre!”
E continuou serenamente:
- “Talvez pelo meu nome os senhores não me conheçam. Mas tenho certeza que já cantaram minha música! É uma das canções mais conhecidas no Brasil! Posso dizer que abaixo de nosso Senhor, que me deu inspiração, vivo dela! Eu sou Ochelcis Aguiar”!
Nossos fiéis ficaram na mesma! Ouvi o forte silêncio do suspense que só foi quebrado depois que ele completou !
- "Sou Ochelcis Aguiar, mais conhecido como Laureano, e mais conhecido ainda, como o autor da música “Marvada Pinga”.
Depois dos risos e muitas palmas , eu e meus fiéis, até então preparados para ir embora, pegamos pelo braço esse gigante da nossa cultura e o levamos para o salão social da Igreja.
Ninguém quis lhe dar sermão pela controvertida e imortalizada letra. Ao contrário! Uma improvisada noite lítero-musical foi até mais tarde, com os fiéis sobriamente-embriagados.
E assim saudamos a cultura do nosso chão preto, chão menino, chão do coração...E assim saudamos o compadre Laureano.
Quem quiser saber mais sobre o saudoso Laureano, há muita coisa por aí...
Sobre essa história que vivenciei... só aqui!
A ele, portanto, um brinde com sabor de sassafraz...!
Carlos Alberto
"Sempre não tive a idéia fixa de que a velhice me traria muito? Em meus jovens anos escrevi em algum lugar: primeiro nós vivemos nossa juventude, em seguida nossa juventude vive em nós. Não sei bem, ainda hoje, o que eu queria dizer com isso outrora. Mas eu tinha realmente medo de não atingir a idade de viver esta experiência; eu o sabia profundamente, uma longa vida, com todas as suas dores, vale ser vivida,. Claro, o valor da vida pode nos ficar escondido pelos desgastes sofridos pela nossa carne, nosso espírito (...) do mesmo modo que a juventude mais empreendedora pode se ver entravada em sua felicidade e em seu sucesso, por um fatal concurso de circunstâncias; mas, por além das perdas, a velhice adquire muito mais que a famosa aptidão à serenidade e à lucidez: ela permite que se chegue a uma plenitude mais acabada."
“Aproveite seus dias”
Devagar se passam os anos e veloz vai-se o tempo.
Os dias de outrora insuficientes, dão agora lugar a apenas dias.
Corre-corre corriqueiro, pega-pega sem parar, já hoje meus passos são pequenos.
Um pedaço de bolo caseiro, a teimosia a enfrentar, são lembranças de lá atrás.
O riacho que brincava e os frutos das árvores que achei; hoje acho que esta herança não deixei.
A fogueira abre a noite, a bebida a esquentar, as estórias sem ofensas, uma noite que não pode terminar.
Desprovido de malícias, sem orgulho e sem rodeios, apenas crianças felizes recitando suas alegrias.
O respeito nutre a alma, a escola da vida também pode ensinar; tudo é fácil aprender, quando não se quer brigar.
Os dias vieram e virão, cabe a cada um aproveitá-lo como quiser, não sendo maior, ou sendo incapaz de entender um desejo; apenas deixe o dia te encantar, o resto é fácil de encarar.
Queremos um lugar na historia, mas conforme os anos passam reparamos que pouco ao nada fazemos para merecê-lo. Desse modo as nossas vidas tornam-se monótonas.
O maior presente q eu poderia ganhar Deus me deu há dois anos, mais por vc ser tão esplêndido eu tive medo, e acabei fugindo, várias vezes, e Deus sempre acabava te jogando na minha vida novamente. Nos momentos tristes de nossas vidas, estávamos sempre juntos nos consolando, quantas e quantas vezes já choramos juntos... Mas sempre tivemos medo de assumir um relacionamento por medo de sofrer, e ñ víamos o quanto um era importante para o outro, o quanto nos completávamos. Daí neste natal Deus resolveu tentar de novo, e nos juntou novamente... só q desta vez eu perdi o medo, pq eu descobri q vc é tudo q eu quero, e sempre quis, pq quando eu estou sem vc eu ñ sou ninguém, eu ñ vivo sem o seu corpo, seu colo, seus mimos, e seus vários tipos de sorrisos... rsrsrs
Não sei ao certo o quanto isso vai durar, ou mesmo se isso vai acabar um dia, só sei q o que estou vivendo é maravilhoso, e se depender de mim nunca vou deixar acabar, pois ñ foi por acaso q Deus nos uniu tantas vezes. Te amo Fabio potela!
tudo na vida passa,os anos,as coisas e tudo o que nos rodeia, nao podemos deixar que o tempo leve nos a espancça de um futuro melhor,um sorriso atrai novos horinzontes,basta testar a cada manha,assim coisas novas e bonitas surgirao..
"CONHEÇO UM HOMEM EM CRISTO QUE HÁ CATORZE ANOS
(se no corpo,não sei,se fora do corpo,não sei;D'us o sabe)foi arrebatado ao terceiro céu.
E sei que o tal homem
(se no corpo,se fora do corpo,não sei;D'us o sabe)
foi arrebatado ao paraíso;
e ouviu palavras inefáveis,que ao homem não é lícito falar."(2Co12:2a4)
Olhe para o céu e pense na imensidão do universo e suas galáxias,onde nossos olhos não conseguem alcançar.
O Criador,em Sua Onipresença,está em todos os lugares,pois Ele é Espírito.
Mas Seu amor pela humanidade é tão grande que Ele se fez carne e morreu por nossos pecados para nos dar Salvação e Vida Eterna.
Ressuscitou e hoje vive para todo o sempre.
Em Seu trono de glória e magestade,governa todo o universo,mas também faz morada no seu coração,pois te ama!Ele é galardoador e tem preciosas promessas àqueles que o amam e o obedecem.
Todas as coisas verdadeiras são conseguidas na infância ... mesmo aquela infância aos 60 anos de idade. Pois infância é o estado de espírito, onde nossa alma esta descansada e aquilo que amamos é para nós o nosso ar.
Deus quis , que todos os seres
tivessem dor e ventura
mas , por anos de amargura
deu minutos de prazeres.
encontrei o meu verdadeiro amor a 16 anos atras mas hoje nos estamos separados de corpos mas nao estamos separados de pensamentos porque continuamos a se amar nunca desista de seu grande amor
"BRAINSTORMING" - Pensamento Criativo
Há 16 anos fomos convidados por um cliente nosso, para promover uma melhoria na comunicação de sua empresa. Julgava-a truncada, o pessoal desmotivado e as respostas que obtinha eram todas muito formais, insatisfatórias. A empresa parecia estar bem, segundo ele, mas ele não estava confortável.
Iniciado o diagnóstico, que como na psiquiatria, começa com a queixa principal, ouve-se a história empresarial, começando dos funcionários antigos, até os estagiários, pudemos identificar alguns travadores de línguas, que depois percebemos serem pessoas muito responsáveis, mas tensas e que exerciam um patrulhamento grande, com medo de que a situação empresarial escapasse de seus controles.
Vimos gente contratada para seguir ordens e não para criar idéias. Como já vínhamos praticando com vários grupos e empresas o "Brainstorming", resolvemos misturar pessoas sorteadas de diversos departamentos, para proporem e acharem solução para diversos problemas que identificassem.
A estratégia era não mexer com os cobras criadas e fazê-los se envolverem paulatina e sem traumas, da modificação que a empresa precisava.
Discutimos a idéia e obtivemos a aprovação do nosso empresário.
No fundo, o que queríamos testar, era o uso desta ferramenta formidável de criação, onde descontraidamente, fôssemos aprofundando a comunicação.
Um curso rápido de "Brainstorming" foi ministrado, onde abordamos o conceito; porque precisávamos ousar fazer voar à imaginação; discutimos as diferenças existentes entre quociente intelectual e poder de realização (depois exaustivamente discutido pelos re-inventores da roda, sob o título de inteligência emocional); mostramos como age a sociedade adaptando o indivíduo; como o perfeccionismo resultante desta adaptação, quando feita errada, criava o medo de errar; mostramos como transformar palmeiras imperiais, de funcionário samambaias, assustados; mostramos os defeitos causados por idéias preconcebidas; discutimos os diversos ambientes de trabalho; exemplificamos como a escola pode atuar sobre a criatividade. Neste ponto partimos para explicar claramente, como certos fatores, além dos apontados, podem bloquear ou desenvolver a criatividade. Discutimos como o Método científico age na criação de soluções de problemas, suas facilidades e entraves.
Por fim foi ensinado o "Brainstorming" e a platéia se divertiu, com os primeiros ensaios, livres da crítica prejudicial. Como é sabido, o método visa tirar do processo criativo, o peso da crítica, até a fase de avaliação final, onde, inclusive, outras ferramentas podem ser usadas, para se estudar a viabilidade de determinada solução proposta.
O gratificante, sentido pelo empresário, foi a descontração do pessoal considerado sisudo, em torno do método. Ele próprio ria das soluções jocosas propostas, todas elas importantes para a quebra da barreira criativa.
Após o iniciação, agendamos duas reuniões por mês, aos sábados à tarde e, por incrível que pareça, os funcionários se dispuseram a participar dos "Brainstorms", sem cobrar da empresa, nenhuma hora extra. Esta, por sua vez, resolveu fazer um churrasco com a turma participante, às suas expensas.
Todo mundo vibrou com a idéia e demonstravam ansiedade com o sorteio para participarem do grupo. As discussões e conclusões, eram registradas em atas simples, distribuída quinzenalmente aos funcionários, que as sorviam.
Em seis meses de reuniões, o ambiente era tão profundamente mudado, que um dos gerentes se abriu inteiramente, demitindo-se, por não sentir-se competente a integrar a nova era.
Foi ajudado pelo ex-patrão a arrumar novo emprego, e abraçado por todos os funcionários, com uma despedida dada a um amigo sincero.
Foi muito bonito e os resultados estão sendo aperfeiçoados até hoje, segundo me contou recentemente o filho do empresário, que está, hoje, à frente de toda a empresa.
Tenho percebido que muitas empresas se mantpém herméticas, denotando a insegurança de quem a administra, crendo que fechada, não terá fantasmas a assombrá-la. Este é um comportamento típico de quem administra no "atacado", esquecendo que no "varejo" as coisas fogem ao seu controle, com gerentes e chefias que mais lembram a Gestalt.
Repito indefinidamente: _ Firma sem problemas é firma falida. Empresas dinâmicas têm sempre novidades instigantes e preocupantes para serem vencidas.
Crescer é otimizar, planejando a evolução, sem saltos sem rede, analizando os erros e acertos cometidos até então. Denominamos a isto "otimizar-revoluindo", sem medo de errar e usando o Pensamento Criativo ("Brainstorming"), que fornece ferramentas para solucionar e descobrir problemas solucionáveis, com alegria e prazer.
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Márcio Funghi de Salles Barbosa
Psiquiatra, Terapeuta e Consultor
de Relações Públicas nas Empresas
www.drmarcioconsigo.com
E-1/2: drmarcioconsigo@drmarcio.com