25 anos
Amigo verdadeiro é aquele que, mesmo por anos longe de você, uma simples lembrança te remete a gargalhadas de alegria e lágrimas de saudade.
Eu não precisei ter vivido anos para compreender que, se não estamos preparados para levar uma tábua, um toco, uma tijolada, um murro, ou melhor, um tiro da vida e consequentemente das pessoas, não estamos preparados para viver. Eu precisei apenas de dias para compreender que, se o que buscamos é provar do êxtase da felicidade, é necessário estar preparado para sofrer.
Amor Encarnado
O amor surgiu não de repente,
Muitos anos se passaram,
Anos que na mente revelaram,
O quanto eu era carente.
Carente de acariciar seu rosto,
Tocando a pele morena e macia,
Que em muitos versos descrevia,
Mas que nunca supriram o meu gosto.
Troquei o gosto pela vaidade,
Na busca do eterno carnal prazer,
Deixando o que fazia por fazer,
Trocando por mentiras a verdade.
Amei-te a cada dia, hora e segundo,
Construindo um castelo na mente,
Onde a alegria se faria presente,
Mas abandonaste o meu mundo.
Tornou-se um amor desertado,
E a sua imagem dispersada ao vento,
Por esquecer as primícias do arrebento,
Na beleza do amor encarnado.
DuArt 02/03/2018
Eu te quero do meu lado, de Janeiro a Janeiro,
todos os dias, de todos os meses,
todos os anos da minha vida para te amar
enquanto eu viver.
Saí para buscar resposta quando ainda era criança. Voltei quarenta anos depois ainda sem algo novo que fizesse sentido.
COMO O ONTEM
Como alguns dias
Anos se passaram,
Como o ontem,
Esses se tornaram.
As pegadas deixadas
Na areia do tempo
Não são apagadas
Com o vento.
Existe uma senhora
Que nos leva embora
De volta ao passado,
Chamada Saudade.
Histórias escritas
Por nossas mãos,
Como um livro
De recordação.
Quando bate em nossa porta,
O que mais importa
São as lembranças boas.
E como o tempo voa!
Como alguns dias,
Como o ontem.
Fim.
Ivan F. Calori
Se o ser Humano passa anos com alguem mas nao consegue; Se dar, conversar, alimentar, se abrir, fazer planos, se importar, qual foi aprendizado, a valia de anos que se perdem numa unica atitude, de falta de solidariedade. Que consigamos ser mais humanos e solidários, que tenhamos amor pelo Outro.
PRIMEIRO AMOR
Gostar de uma pessoa por mais de 20 anos sem ao menos estar com ela ; Nao tenha duvida é AMOR
Há anos não tenho outra ocupação senão buscar vinte e quatro horas por dia a verdade da existência, até quando estou dormindo. Tudo o mais, para mim, é frescura e encheção de saco, inclusive aquelas coisas que as pessoas em geral consideram as mais interessantes e divertidas. Inclusive uns noventa por cento daquilo a que chamam 'filosofia' e 'religião'.
Tinha 11 anos quando comecei a colher sementes de capim brachiaria. Foi meu primeiro negócio. Pra não pegar dinheiro “picadinho” escolhi juntar, quando estava com 21 sacos, meu cliente passou a noite e roubou tudo. Roubou todo o trabalho de dois meses de muito sol, enxada varredura e muita poeira...
Foi aí que quebrei pela primeira vez. O cara que eu confiava roubou tudo que eu tinha. Que frustração, tive vontade de morrer.
Ele matou um projeto, mas, não matou minha capacidade de sonhar. Pelo contrário fomentou minha vontade de crescer.
" Amava meus trabalhos individuais porque em todos os anos criei a minha historia que alucina a minha chegada triunfal sobre todos os que me olham e me procuram no passado, presente e no futuro. Apesar de abrir a janela e ver as nuvens que eu sentia meu olhar que nadava nos rios
Era uma vez uma moça que que se converteu aos 19 anos de idade e, desde então, orava para ver sua família nos caminhos de Cristo. A mãe, católica, ela sempre via lendo a Bíblia, indo à igreja, falando de Jesus e da sua fé Nele. O pai ela chamava uma vez ou outra para ir ao culto, mas ele sempre hesitava. Certo dia, especificamente no último dia de um ano já muito especial, por tantos presentes recebidos do Céu, ela teve um pensamento aleatório: "Eu nunca vi meu pai chorar". E ficou por isso mesmo. As horas se passaram, e chegou a noite do Culto da Virada. O pastor já estava nas últimas palavras da mensagem, preparando-se para a oração e o apelo; os músicos, a postos para cantar; e lá estava ela, no altar, quando de repente viu alguém chegando pelo corredor. Ela fechou os olhos - achando ser uma miragem (rs) - e depois abriu. Era real. Lá estava o pai, extasiado ao ver pela primeira vez a filha cantando. Vê-lo enxugando as lágrimas a fez lembrar do que havia pensado horas antes. E na hora do apelo? Ela viu sua mãe (já "resolvida com Jesus", rs) falando com ele sobre se entregar também, e ele, com a ajuda de uma amiga da filha, não hesitou em ir à frente. Foi e chorou de novo. E a moça, não se aguentando de tanta alegria, desceu do altar em direção a ele, o abraçou como nunca antes e, fazendo companhia no choro, disse: "Obrigada, pai!", pq poucos dias antes havia pedido que ele desse a ela de presente a ida dele à igreja, algo que ele nunca havia feito, em 73 anos de vida. Como ela já havia convidado várias vezes, aquele era só mais um convite, feito na dúvida de que seria aceito. Mas foi, graças a Deus. "Por que você está tremendo?", perguntou o pai. "Porque estou feliz, uai!", disse a moça em prantos. Ao fim da oração, todos voltaram aos seus lugares, e ela, para o altar, para fazer o que mais amava, com o coração cheio de alegria e gratidão ao Senhor, por ter renovado sua esperança naquele momento, o q era motivo de tantas orações fazia tempo. Ah, os últimos minutos de 2017, 7 anos após a sua conversão (n° da perfeição)! Que lembrança! Essa moça não poderia ganhar presente melhor que as lágrimas do seu pai!
Putzzz 68 anos....
Melhor idade, talvez, pela magnifica visão de que há algo ainda á frente que não sabemos definir bem, mas que está lá a nossa espera, e nos faz superar as rugas, reumatismos, achaques da velhice, a morte e etc. . . Algo que nenhuma religião nos ensina, que vem de dentro, ou quem sabe de "fora", para além das grosseiras paredes da materialidade! Agora, fora isso...Melhor idade, é o cacête !!!
odair flores
Cotidiano, ou a cota dos anos
Havia uma menina, que de saia, e sem roupa intima, subia nas árvores do meu quintal, só para me provocar
Havia uma jovem que descia na noite, ao meu lado sonâmbula em seus devaneios, para me procurar
Havia uma moça, recém parida,que corria atrás dos meus filhos pequenos, de seio a mostra e espirrando-lhes do farto leite, só para vê-los sorrir
Havia uma mulher com medo dos anos, que esqueceu as brincadeiras, e para si mesma, passou a mentir
Há uma mulher, que se revestiu de amargura, e prematuramente envelhecida, busca resgatar a mocidade, no mundo lá fora
Há uma mulher, sem se dar conta que a mocidade mora em si mesma,e não se demora...
Por dentro de seu cansado olhar e das marcas que precocemente pontilham seu rosto
Ainda pode estar a menina, que inadvertidamente, ela trocou por desgosto...
odair flores
Vinte e cinco anos, duas graduações inconclusas, um currículo profissional não tão expressivo, alguns carimbos no passaporte e a incessante busca pelo inaudito. Defino-me assim, infame em meio a bons cargos, salários e almas desguarnecidas.
A CONVERSÃO DE JAMIL VIEIRA
CRÔNICA
A conversão desse obreiro se deu no início dos anos 1980. No período áureo da extração de ouro em Redenção no Estado do Pará. Jamil, juntamente com o irmão, Francisco Vieira Filho (Vieirinha), na companhia do pai, Francisco Vieira Sobrinho (Seu Vieira) como era conhecido; deixaram Campos Belos e foram se aventurar naquele garimpo.
Por lá, não demorou muito o pai de Jamil, o tio Vieira, já havia garantido, cinco quilogramas de ouro puro. Mas logo também, esbanjou todas as cifras monetárias proveniente da venda desse minério precioso, com mulheres e bebidas.
Seu irmão, o Vieirinha sofrera um trágico e fatal acidente...
Jamil contraiu febre amarela naquele Estado, e o seu quadro clínico piorava a cada dia; votando a sua cidade de origem, foi internado às pressas na Casa de Saúde em Campos Belos - GO.
“O culto hoje vai ser maravilhoso porque Jesus vai derramar do seu poder...!” – pensei o dia inteiro nesse fragmento de um hino da Harpa Cristã.
E fora mesmo: naquele dia houve pregação genuína, renovos espirituais e salvação de almas...
Depois do término do culto, estando eu com uma condução disponível, convidei a tia Lídia a fazermos uma visita ao Jamil seu filho. Ela de imediato aceitou o convite, e lá fomos nós... Levar também a saúde espiritual para aquela vida.
Fraco e com o amarelão característico da enfermidade, mas, ainda lúcido, falei lhe do amor de Jesus e deixei com ele o “Coração do Homem”; um livreto ilustrado que me acompanha até hoje. Que, com certeza já ajudou a salvar do pecado muitas almas, mundo afora.
Mostra desenhos representativos do coração do salvo em Cristo e do que ainda não passou por essa experiência.
Aparece o Rei Jesus reinando no coração do crente e o Rei das trevas reinando no coração do incrédulo.
Evidenciando que o nosso coração é mesmo um trono: há de reinar nele, um rei qualquer.
Nunca gostei de dizer a expressão: “Ganhei uma alma para Jesus”, como muitos evangélicos dizem. Prefiro dizer: “Ajudei a ganhar uma alma para Jesus.” Porque uma alma é tão preciosa que um só não dá conta de ganhá-la.
Milagres acontecem: Jamil recebeu alta hospitalar logo depois daquele dia que estivemos com ele no hospital, e correu para a igreja... E, nuca mais saiu d'onde o Senhor o chamou. “Bem aventurado aquele servo que, quando o Senhor voltar achar servindo assim”.
Enfim, aquela minha atitude era a ‘gota d’água’ que faltava na vida desse grande ser humano o Jamil, para que ele pudesse andar nos caminhos do Senhor.
A sua permanência, testemunho e frutos, na obra de Deus, é um motivo de orgulho para todos nós da família vieira. Que Deus o conserve no seu Santo caminho! Fazendo tudo aquilo que o Senhor mandou fazer.
(15.02.18)
PAPAI ODIAVA JOGOS DE BARALHO
CRÔNICA
Papai trabalhou como caixeiro ambulante por muitos anos; quando ainda residia no Estado do Maranhão, por volta da década de 50. Sua atividade consistia basicamente na comercialização de jóias de ouro e prata. Como pulseiras, cordões,colares,anéis,alianças,brincos e relógios de pulso e de bolso; Omega Ferradura, Mido... e outras marcas.
Vendia peças novas, e também recebia peças usadas nas transações comerciais que fazia; e como bom negociante não deixava escapar um bom negócio.
Suas mercadorias eram oriundas de uma ourivesaria de Fortaleza - CE. Que fabricava e fornecia tais acessórios a ele.
O trajeto das vendas, acertos de contas e reposição do estoque, e volta para casa, eram feitos em lombos de burros - animais muito resistentes às cavalgadas em longas distâncias. Daí o motivo de papai gostar de possuir bons animais de montaria.
Não é do meu conhecimento, dele ter feito seu trabalho acompanhado de outras pessoas. Exercera essa função, o tempo todo, no fio da navalha, sozinho.
Transportando uma carga valiosa daquelas e muito dinheiro em espécie; apesar de portar boas armas de fogo e brancas, e ser uma pessoa destemida; não lhe garantia muito, sua segurança. O perigo era uma realidade constante que não poderia ser negado.
A única vez que pôde contar com a companhia de alguém nas suas viagens laborais ao Nordeste do Brasil não teve Êxito: deu errado. Trata-se do Fausto Alves seu vizinho que, casado, pai de vários filhos e, desempregado; passando necessidades com a família, papai compadecido, tentou ajudá-lo.
Deu a ele arriado, um de seus melhores animais de montaria e o apresentou ao seu fornecedor no Ceará, garantindo a sua idoneidade. Onde, imediatamente, fora lhe concedido, uma enorme transação comercial de produtos de prata e ouro. Sem nenhuma garantia formal, como cheques, notas promissórias,duplicatas...Ou outras similaridades.
O empresário da capital cearense tinha apenas como garantia, somente a palavra do homem Natanael Vieira de Morais,meu pai, como garantia da transação. Nenhum cadastro sequer fora feito constando dados pessoais e transacionais do fiador ou do comprador. Um bom nome já valeu muito e ainda é a melhor coisa que se pode ter.
Papai explicou o serviço ao moço, e regressaram, cumprindo uma programação das festas religiosas que seguia rigorosamente, pelas cidades grandes e pequenas do interior dos Estados nordestinos do Ceará, Piauí e Maranhão.
Depois de alguns dias do regresso, e de muitas boas vendas realizadas...
Hospedando-se juntos, mas, atuando comercialmente, separados um do outro naqueles lugarejos festivos... Numa cidadezinha que não me lembro do nome no momento, onde as festividades aconteciam e impulsionavam a economia local; as vendas daquele tipo de produtos, naqueles dias, eram expressivas; e portanto, iam bem.
Papai nos dizia que naquela época as pessoas tinham o dinheiro, mas, não encontravam aquilo que desejavam comprar. Como um rádio um relógio, uma bicicleta ou uma joia.
Numa altura do festejo, apareceu o Fausto, ao papai, querendo um dinheiro emprestado que, segundo ele, serviria de troco, pois seu troco havia acabado. Ok! - Então Seu Natãn sem pensar muito concedeu - lhe um montante estipulado, para os repasses de trocos aos fregueses de Fausto. E, não demorou muito lá veio Fausto novamente com o mesmo álibi: querendo mais dinheiro para trocos. Aí papai desconfiou da estória e quis saber do que realmente estava acontecendo. Foi fundo nas investigações e descobriu:
Fausto já havia virado uma noite numa casa de jogos de cartas, e continuava envolvido até o pescoço naquela maldição. Em apostas vultosas em dinheiros; e já havia perdido o apurado de todas as vendas anteriores e todas as mercadorias que estavam sob sua responsabilidade.
Papai foi à loucura!...E pagou sozinho, aquela dívida. Para zelar do nome; e odiou para sempre jogos de baralhos.
(13.02.18).