As expectativas que envolvem um livro consagrado podem não traduzir da forma desejada nas telonas. Contudo, um filme pode também elevar o nome do escritor e ganhar interesse de novos leitores.
O Sol é para Todos (To Kill a Mockingbird)
Um dos maiores clássicos da literatura moderna, “O Sol é para Todos”, aborda questões raciais e de injustiças através dos olhos de uma criança. Na história, o advogado Atticus Finch recebe a missão de defender um homem negro das acusações de estupro na cidade de Monroeville no Alabama. O livro recebeu o Prêmio Pulitzer e sua versão para o cinema se tornou um clássico instantâneo, recebendo 3 Oscars em 1963.
A história deste livro é sem dúvida uma das mais importantes para o debate das questões raciais nos Estados Unidos. Ele consagrou a escritora Harper Lee como uma das mais importantes da literatura e continua a ser explorado em outros formatos. “O Sol é para Todos” ganhou uma versão para o teatro em 2018 com aclamação de crítica e público.
E o Vento Levou (Gone With the Wind)
Poucas histórias estão fixadas no imaginário popular global quanto “E o Vento Levou”. O romance foi recordista de vendas quando publicado em 1936 e sua adaptação para o cinema ajudou a consolidá-lo como um dos maiores clássicos da literatura moderna. O livro se passa no sul dos Estados Unidos durante a Guerra Civil e os anos de sua reconstrução.
O processo de adaptação do livro foi na realidade um caos. O livro era um sucesso e as expectativas do público para o papel da protagonista Scarlett O’Hara eram grandes. Diversas atrizes fizeram testes para conquistar o papel mais cobiçado do mundo naquele ano, mas foi a desconhecida atriz britânica Vivien Leigh quem acabou por consegui-lo. Ela passa por uma transformação fascinante ao longo do filme: de sulista rica mimada à guerreira resiliente. A cena de Scarlett gritando “eu nunca passarei fome novamente” é uma das mais emblemáticas da história do cinema.
Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice)
Jane Austen é sem dúvida uma das escritoras mais aclamadas do mundo. Sua obra “Orgulho e Preconceito”, no entanto, é a mais conhecida e celebrada. O filme de 2005, estrelado por Keira Knightley, ajudou a consolidar a história de Austen para uma nova geração.
Publicado pela primeira vez em 1813, o livro conta a história de Elizabeth Bennet e suas quatro irmãs. A chegada de dois cavalheiros ricos à cidade é vista pela mãe das meninas como uma oportunidade de casamento para as filhas. Elizabeth conhece o “arrogante” Senhor Darcy que apesar de todos os imprevistos se apaixonará pela independente e forte protagonista.
O Retrato de Dorian Grey (The Picture of Dorian Grey)
Oscar Wilde ficou conhecido no mundo por sua ácida visão da sociedade e seus comentários sarcásticos sobre temas filosóficos. O único romance do escritor apresenta temas como vaidade, hedonismo e moralidade. “O Retrato de Dorian Gray” sofreu censuras quando publicado por seu tom homoerótico e situações “imorais” pelas quais o personagem principal passa.
O livro teve dezenas de adaptações ao longo da história, sendo a mais recente estrelada pelo ator Ben Barnes em 2009. Nesta versão, é ressaltada a escuridão por trás da história de Dorian Gray, que vende sua alma para continuar belo por toda a vida. Em contraponto, o seu retrato recebe todas as marcas da idade e pecados cometidos pelo protagonista ao longo dos anos.
O Grande Gatsby (The Great Gatsby)
Scott Fitzgerald fazia parte de um seleto grupo de artistas, pensadores e influenciadores culturais do começo do Século XX. Conhecido como “a geração perdida”, este grupo impactou a história da arte de diversas formas diferentes. No livro “O Grande Gatsby”, Fitzgerald apresenta a história de um misterioso magnata que compra uma mansão em Nova York, onde dá festas épicas. Seu intuito na realidade é reconquistar o grande amor de sua vida: a adorável Dasy.
A adaptação de Baz Luhrmann em 2013 não foi a primeira, mas com certeza foi a mais impactante de “O Grande Gatsby”. O filme faz questão de ressaltar a exuberância dos anos 20 através de trajes magníficos, efeitos especiais alucinantes e a sórdida embriaguez na época da proibição de bebidas alcoólicas nos Estados Unidos.
Uma Janela para o Amor (A Room with a View)
A sensibilidade da escrita de E.M Forster foi capturada com maestria pelo diretor e roteirista James Ivory em três adaptações. Uma delas foi a adaptação do livro “Uma Janela para o Amor”, lançado em 1985 estrelando Helena Bonham Carter e Maggie Smith.
O livro e o filme contam a história de uma jovem inglesa que viaja com sua prima para a região da Florença na Itália. Na cidade, ela conhece o jovem George Emmerson, por quem se apaixonará e dividirá seu coração.
O Pagador de Promessas
Baseado no texto para teatro de Dia Gomes, “O Pagador de Promessas” foi adaptado para o cinema por Anselmo Duarte em 1962. Ele é o único filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro, maior prêmio de Cannes.
A história de Zé do Burro aborda temas como intolerância religiosa, humildade e resiliência. O enredo nos apresenta um homem que fez uma promessa a uma mãe de santo: se seu burro Nicolau se recuperasse, ele dividiria sua terra com as pessoas mais pobres da vila e iria carregar uma pesada cruz de madeira até a Igreja de Santa Bárbara na Bahia.
Cidade de Deus
Poucos sabem que o clássico brasileiro “Cidade de Deus” é baseado em uma obra literária de mesmo nome do escritor Paulo Lins. O filme foi aclamado pela crítica ao redor do mundo e elevou o nome de Fernando Meirelles à altura dos maiores diretores de sua geração.
A história se passa em uma favela do Rio de Janeiro e acompanha a vida de personagens envolvidos em crime, abusos policiais e a vida na miserável Cidade de Deus. O filme foi indicado a quatro Oscars na cerimônia de 2004.
Tropa de Elite
O mundo do tráfico de drogas e da corrupção policial que assola o Rio de Janeiro é retratada com maestria neste filme de José Padilha. O texto é na verdade uma adaptação do livro “Elite da Tropa” dos escritores Luiz Eduardo Soares, André Batista e Rodrigo Pimentel.
Lançado em 2007, o filme causou uma grande controvérsia na era “pré-streaming”. Foi um dos primeiros filmes brasileiros a cair na pirataria cibernética antes do seu lançamento. Apesar disso, a película foi um sucesso de bilheteria e ganhou o Urso de Ouro de melhor filme no Festival de Cinema de Berlim.
O Auto da Compadecida
Um dos maiores sucessos de bilheteria do cinema nacional, “O Auto da Compadecida” foi adaptado a partir da peça teatral de 1955 do escritor Ariano Suassuna. Com um elenco de peso, o filme contou com as atuações de Matheus Nachtergaele, Fernanda Montenegro e Selton Mello.
Misturando diversos elementos da cultura do sertão, o filme conta a história de Chicó e João Grilo e suas interações com outros personagens do pequeno vilarejo. A película foi dirigida por Guel Arraes e se tornou um dos filmes mais conhecidos do cinema nacional.
Vidas Secas
Um dos maiores clássicos da literatura brasileira, “Vidas Secas” teve sua adaptação para os cinema no ano de 1963 com direção de Nelson Pereira dos Santos. Na obra de Graciliano Ramos acompanhamos a miserável vida de retirantes pelo sertão brasileiro.
No cinema, a história de Fabiano, Sinhá Vitória, dos dois filhos e da cadela baleia comoveu o mundo, sendo indicado a dois prêmios em Cannes e se tornou um dos maiores representantes do que hoje conhecemos como o movimento do “Cinema Novo” brasileiro.
Harry Potter
Uma das franquias mais idolatradas ao redor do mundo, o primeiro filme da saga Harry Potter, A Pedra Filosofal, foi adaptado para o cinema no ano de 2001, elevando o já aclamado best-seller ao status de clássico contemporâneo.
Ao longo de uma década, oito filmes apresentaram a jornada do jovem bruxo e suas aventuras na Escola de Bruxaria de Hogwarts. Ao lado de seus fiéis companheiros Rony Weasley e Hermione Granger, Harry terá a difícil missão de enfrentar a magia negra liderada por Lorde Voldemort.
O Senhor dos Anéis (The Lord of the Rings)
Um dos maiores clássicos da literatura, a trilogia “O Senhor dos Anéis” foi adaptada pela primeira vez para o cinema em 2001. Combinados, “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei” receberam 30 indicações ao Oscar, vencendo em 17 categorias.
A obra de J.R.R Tolkien se passa em um mundo fantástico na Idade Média, onde o hobbit, Frodo Bolseiro recebe a missão de destruir um poderoso e maligno anel desejado por muitos. Entre elfos, humanos, anões e ogros, o jovem hobbit passará por provações ao longo da saga, desafiando seus instintos mais primários e suas amizades mais próximas.
Jogos Vorazes (Hunger Games)
Sagas adolescentes em universos distópicos ganharam muita atenção no começo dos anos 2000, mas nenhuma série foi tão bem sucedida quanto Jogos Vorazes. Escrita por Suzanne Collins, o livro conta a história de Katniss Everdeen e sua entrada nos jogos vorazes.
Neste universo literário, a nação de Panem é dividida em distritos. Todo ano é televisionado um jogo no qual meninos e meninas de 12 a 18 anos competem até a morte representando seus distritos como “tributos”. Katniss desafiará a tirania da capital e mobilizará uma revolução ao longo da saga.
O Pintassilgo (The Goldfinch)
O livro escrito por Donna Tartt que ganhou o Prêmio Pulitzer de Melhor Ficção ganhou uma adaptação para o cinema estrelada pelo protagonista de “A Culpa é das Estrelas” (2014).
Na trama, Theodore Decker perde a mãe aos 13 anos em um atentado terrorista a um museu em Nova York. Ao sair dos escombros, ele acaba por levar consigo o quadro O Pintassilgo, de Carel Fabritius. Devastado, o menino encontra no quadro um novo sentido, cheio de mistérios, que o leva a atuar no mercado de falsificação de obras de arte. É uma história dessas intrigantes que você não pode piscar para não perder os detalhes.
Alita - Anjo de Combate (Alita: Battle Angel)
Finalmente a tecnologia chegou ao nível do que os produtores esperavam para fazer a adaptação do mangá Gunnm, escrito pelo japonês Yukito Kishiro. James Cameron (diretor de Titanic e Avatar) e um dos que assina o roteiro, que já está há quase 20 anos esperando para ser filmado. O motivo? Ainda não havia CGI à altura do que queriam.
A trama se passa em um mundo cyberpunk no século 26, onde Alita, a personagem-título, é uma ciborgue com cérebro humano adotada por um médico, chamado Ido. Embora ele tente proteger sua “filha” das memórias, ela quer enfrentar o mundo em respostas pelo seu passado e descobre ter dons de combate incríveis quando se depara com os perigos da Cidade de Ferro.
Mundo em Caos (Chaos Walking)
O diretor de “No Limite do Amanhã” (2014) e “Sr. e Sra Smith“ (2004) dirigirá o filme baseado no primeiro livro da trilogia Mundo em Caos (chamado “O Motivo”), escrita pelo britânico Patrick Ness.
Na trama, Todd Hewitt (Tom Holland) vive em um distante planeta onde, supostamente, todas as mulheres foram mortas por um vírus e os pensamentos de cada humano são públicos, através de fluxo místico. Ao conhecer a misteriosa Viola, sua vida muda e ambos são obrigados a embarcar em busca por respostas em um mundo que se acostumaram a chamar de lar, mas que esconde verdades sombrias.
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