Soneto da Saudade

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Amar sem Medo da Idade -

A manhã está suja de saudade!
E há lá coisa mais bonita
Do que amar sem medo da idade,
Viver, conforme o vento agita?! ...

Pois conforme o vento agita
Também se agita a saudade
E há lá coisa mais bonita
Do que amar sem medo da idade?!

A vida é feita de ansiedades,
Tantas vezes, de sonhos por cumprir,
Mesmo assim, nas dificuldades,
Ela ensina a nunca desistir.

Não importa de onde vimos
Nem tampouco com quem estamos
Só importa o que sentimos
E o lugar onde chegamos.

Inserida por Eliot

Mistério Vulnerável -

Trago uma vaga saudade
Um queixume abandonado
Um mistério vulnerável
Uma pequena ondulação,
cheia de vento e de maré,
que me invade o corpo
que me acorrenta a Alma!

Trago o luar na minha mão
Trago o Sol e trago a chuva
Todos os sonhos do mundo
Todas as esperanças perdidas
Uma vida transformada em morte
Uma morte que se faz vida
num silêncio absurdo e impreciso!

Trago tanta coisa em mim
que não sei bem o que sou
nem o que faço neste mundo!

Inserida por Eliot

⁠Nos meus Lábios de Mágoa -

Nos meus Lábios de Mágoa
Há saudade minha e tua
Trago os olhos cheios de água
Sem destino pela rua ...

Trago os sentidos cansados
Trago a Lua sobre os ombros
Trago os meus olhos parados
Na tristeza que hoje somos.

Bate ao longe um coração
Traz saudades a boiar
E no cais da solidão
Vou chorando sem parar.

Passa o vento apressado
Sem vontade de me escutar
Porque amei o amor errado,
Nada resta, há-de passar.

A saudade não passará
Trago os olhos cheios de água
Esse amor só viverá
Nos meus Lábios de Mágoa.

Inserida por Eliot

⁠- Hebe Camargo -
(Que saudade de você)

Que saudade de você
que iluminou tanto
o meu dia...
Anoiteceu, você não voltou mais.
Tudo sumiu - minha alegria!

Que saudade de você ,
do seu olhar, sua risada.
Vem ... toca em mim.
Fica bem dentro do meu coração.
Nao foi o fim!

Que saudade de você
da sua voz cantando ao meu ouvido.
Das mágoas no meu peito
sempre que estava perdido.

Que saudade de voçê
das horas que passaram sem te ver.
O tanto que sofri são rosas brancas
Adeus ... porém
você não morreu!

Onde está você?!
Sua presença
é balsamo sublime ...
Quimera ou silêncio
ninguém vê.
Que saudade de você!

Inserida por Eliot

⁠Há sempre em nós
uma saudade por definir.
Uma ausência por compensar.
É a dolorosa lei da vida ...
Fica a memória!

Inserida por Eliot

⁠- Deixo -

Às abandonadas horas fugidías
deixo mágoas cobertas de saudade
mais pesadas que as horas dos meus dias!

Deixo gritos, silêncios, intempéries;
a dor dos partos cheios de magia
que dão vida à vida de todas as mulheres!

Deixo a alegria de me encontrar na dor
quando navego nas suas águas pantanosas
sem vida, sem olfacto, sem tacto nem sabor!

Deixo enfim o que sempre tive horror
do que todo o Ser humano sempre fugiu
nunca encontrar na vida um amor!

Ricardo Maria Louro

Inserida por Eliot

⁠A 25 de outubro de 1951 adormecia em Versalhes coberta por um manto de saudade, coroada de tristezas a última Rainha de Portugal! JAZ p'ra sempre em S. Vicente de Fora ...
Descanse em Deus minha querida Rainha!

*Sobre a Rainha D. Amélia de Orleães e Bragança.

Inserida por Eliot

⁠Eis uma casa fria
que a saudade ergueu
para depois da vida
repor na Morte
o meu desfeito lar!

*Sobre o Epitáfio de um Jazigo.

Inserida por Eliot

⁠A saudade é a nostalgia que sentimos
quando recordamos aqueles que
partiram ...
A saudade não é mais do que a presença
da ausência!

Inserida por Eliot

⁠Nevoeiro dos Sentidos -

Os mortos dos meus mortos
trago nos sentidos,
num berço de saudade
os trago adormecidos.
Ai,saudade efemera sem paz
que vive em mim
pobre mortal de Deus nascido!

Minh'Alma sepultada
neste espesso nevoeiro
adormece os mortos
no frio dos meus sentidos,
mas se acordado
os sinto adormecidos,
despertam depois quando adormeço.

E em cada noite que me deito
liberto-me da matéria,
abraço-os, recordo-os...
Esvai-se o nevoeiro espesso
e numa imensidão aerea
sonho, acordo e adormeço.


"quasi madrugada"

Sinto-me um TODO enquanto Alma singular quando atinjo o além-forma. É o extase total desta minha Humana existência...

Inserida por Eliot

⁠Do Mistério e da Saudade -

Minha saudade é feita de ternura,
delírio intenso, galopante,
igual ao desse cavaleiro - andante
que ainda hoje me murmura ...

Saudade que meus versos transfigura,
quadras d'ilusão, delírio semelhante,
ao da Vida do Poeta, caminhante,
que habita versos de loucura ...

Saudade que as trevas alumia,
que os famintos alimenta, de forma permanente,
quebrando a solidão, matando a agonia!

Minha saudade tolda o Desidério,
torna o Mistério em mim presente
e faz da minha Vida um Mistério!

Inserida por Eliot

⁠Amor e Saudade -

O Amor e a Saudade
são duas águas que nos turvam,
não importa tempo nem idade,
se todos, na verdade, se curvam ...

Pois que Vida sem Amor
é mar sem firmamento,
Verão, entardecer, sem calor,
Poeta sem Pensamento ...

E o Amor vivido sem saudade
que teria d'interesse ou de verdade?!
Seria apenas conta errada ...

Que na Vida, só Ama e é Amada,
a Alma que se entrega, na Verdade,
à Verdade do Amor e da Saudade ...

Inserida por Eliot

⁠Meu Tormento -

Meu corpo sente a tua falta ...
Saudade imensa dos teus braços ...
Meu Sudário, meu punhal - de aço! -
Meu tormento em Maré Alta!

E choro em silêncio - triste penitência ...
Ninguém há que me acalente
em nocturno sofrimento! Persistência
a tua que nada diz ou sente!

Não é Verdade o teu silêncio!
Punhal que cresce e me trespassa ...
Meu pobre Coração cinzento ...

Não é verdade o teu afastamento!
Não passa com o vento - ó Deus - não passa!
É triste, rubro, eterno este tormento ..

Inserida por Eliot

⁠Eco de Saudade -

Sou pedra de silêncio sem sentido
um eco de saudade pela rua
a sombra de um passado, ressequido,
ausência, meu Amor, mas sempre tua.

Sou um longo xaile negro d'ilusão
aos ombros de um destino que é o meu
ó Deus o que será de um coração
que tanto se entregou e se perdeu?!

Duas vidas tão unidas, separadas
dois seres que se amaram, sem sentido
duas Almas incompletas, mal-amadas
dois amantes sem destino, proibidos.

Meus olhos já nem choram esta dor
meu canto já vacila nestes versos
já não sei o que fazer a tanto amor
perdido na carência dos desejos.

Talvez um dia oiças, quem me dera,
o Fado que hoje canto à despedida
de ti meu coração já nada espera
amor que tanto amei além da vida.

Inserida por Eliot

⁠Madrugadas de Lisboa -

Na fria madrugada de Lisboa
meu berço de saudade à beira mar
bebi o cálice do fado, fui à toa
andando p'las vielas sem parar.

Há guitarras a rasgar o coração
esperando de Lisboa num desejo
as colinas são lamento e solidão
nas noites que adormecem sobre o Tejo.

Eu vejo o teu olhar em cada fado
eu sinto-te Lisboa no meu peito
meu corpo como a rua tão pisado
silêncio que adormece no meu leito.

Lisboa porque corres onde vais
à hora de cantar a tradição
que alguém deixou um dia pelo cais
pairando no teu cais de solidão.

Inserida por Eliot

⁠Guitarra -

Uma guitarra gemia
a um canto da saudade
se cantava ou se sofria
ninguém via na verdade.

Numa viela sombria
há um canto peregrino
uma guitarra perdia
o pisar do seu destino.

E num cantar de solidão
há uma voz que se levanta
recostada ao coração
é uma guitarra que canta.

Traz uma glória perdida
nos braços tristes de ninguém
há uma guitarra sofrida
chorando triste por alguém.

Inserida por Eliot

⁠Valette de Paus -

Há sempre um cavaleiro que se espera
vindo de uma bruma de saudade,
alguém a quem dar o coração - ái quem dera -,
que viesse cavalgando p'la cidade ...

Vindo de uma noite perdida
de uma sombra que o acolhe,
alguém que viva além da vida
e abrande o passo quando olhe.

Mas esse oculto dos saraus,
cedo ou tarde, sempre surge e aparece
como um Valette de Paus.

E mais um dia passado,
mais uma noite que acontece
e um destino marcado!

Inserida por Eliot

⁠Nas Curvas do Destino -

Quando penso em ti sinto saudade
vontade de me atirar da ponte ao rio,
o que sinto, meu amor, na verdade
quando falo em ti, é dor e frio ...

Quando fixo os rostos que encontro pela vida,
que cruzam seus olhares com os meus,
só lembro a promessa em vão perdida
dos meus olhos só olharem para os teus.

Não esqueço, meu amor, aquelas tardes delirantes
em que vinhas de mansinho com ternura
e trazias a esperança de, um dia, sermos mais que amantes!

Descalço vou, sozinho, agora, traçando outro caminho,
talvez te encontre, um dia, pela vida, que loucura,
nas estradas ou nas Curvas do Destino ...

Inserida por Eliot

⁠Saudade, Vazio e dor -

As tristezas que me doem São saudades ...
Ó vida, dizei-me, porque tanto me enganais?!
Foram dadas no silêncio das idades
por olhares de quem não torna mais!

E porque partem todos os que amamos
deixando no vazio quem nunca esquece?
Pobre de quem fica pela vida mendigando
esperando o novo dia que amanhece!

Saudade, vazio e dor ...
Aquilo que esperei está tão mudado
que esqueci no peito o que é amor!

Não há esperança p'ra quem perde alguém que ama!
Má fortuna, dor ardente, tempo errado,
um grito de silêncio que por nós ainda chama ...

Inserida por Eliot

⁠Saudade Parada -

Trago a alma já cansada
no viver da madrugada
num sonho que morreu,
trago ao peito uma loucura
no esperar de uma ternura
que da vida se perdeu.

Levo no corpo a solidão
vazio e dor na minha mão
num passar de despedida,
ai minha vida sem nada
minha saudade parada
numa sombra esquecida.

E em cada noite escura
sinto em mim outra amargura
na cama onde me deito,
e adormeço a persistência
de sentir a tua ausência
à deriva no meu peito.

Inserida por Eliot