Saudades de Alguém que Mora Longe
Eu tive a sensação de que eu não estava aqui. Parti. Fui para um lugar onde mora a felicidade, um lugar onde o amor seja o repouso da alma.
Aonde mora o desejo?
Ele nasce numa linha tênue entre a indiferença e a curiosidade.
Brota do inexplicável, passeia pela mente, cresce na imaginação, desabrocha no corpo e nos leva.
Ao contrário do que muitos pensam ele é mais real do que os fatos, porque ele os ultrapassa
.Assim nasce a fantasia, que ganhou este nome para parecer surreal e lúdico, mas nada mais verdadeiro do que o que foi arquitetado e revisto na mente mil vezes antes de acontecer.É mais ou menos como crime premeditado, aquele mil vezes pensado antes de ser executado e tão real na mento quanto nos fatos.
O pensamento é a mais real das realidades, porque nasce do querer, o querer puro, sem limites, julgamentos, freios, culpas e críticas.
O desejo nasce não da irracionalidade e sim da racionalidade e da realidade mais profunda em nós, porém seguimos negando ou diminuindo porque se render a ele é admitir que a vida não está totalmente sob nosso controle total e absoluto como teimamos pensar.
Que se rendam os corajosos que vivem e não perdem questionando a realidade imposta pelos medíocres, que se dizem sensatos e donos da verdade que valorizam atos do corpo e preferem fazer de conta que a mente é ilusória e menos real!!
O que nasce na mente já se concretizou no corpo...
E aquela parte fria e escura do meu coração que conhecestes à alguns tempos atrás, és onde tu mora, és onde tu está, te agarra a primeira coisa que escontrar, pois é lá que tu vai viver a eternidade, sem luz e sem calor.
Será a tua senzala, será a tua solitária, então.
Bonjour et au revoir
Feliz Dia do Amigo...
Amigo está com a gente todo dia,
Toda hora, amigo é desse jeito,
Mora ao lado esquerdo do peito
E não tem pressa de ir embora.
Verdadeiro amigo é como uma
Agulha no palheiro, não é pela
Metade, mas sim por inteiro.
Em tempos difíceis, em meio
A solidão, às vezes a saudade
Bate no compasso do coração;
Então aparece um amigo nos
Oferecendo um abrigo, como
Um anjo, um guardião.
Não importa a marca de seu carro...
- Tenho um primo que já tem 30 anos e mora com os pais, até seu carro foi comprado pelo pai, no seu carro não podemos entrar e sentar sem camisa, ela não aceita que o pai empreste o carro para um vizinho que tem um familiar doente, ele não busca a mãe quando a mãe pede. Mesmo como falei anteriormente o carro nacional de R$ 37.000,00 ter sido comprado pelo seu pai. Essa semana fui fazer visitas a lugares onde pretendo comprar um terreno em regiões praianas, nessas minhas andanças conheci Paulo e ao final de um dia cansativo de pesquisas, sentamos a beira mar próximo à casa que estava e bebemos um drink assistindo o por do sol, conversamos sobre negócios e nossas vidas profissionais e políticas, vimos nossas crianças mergulhando e quando estava me despedindo ele falou: - Glauco vamos lhe dou uma carona? – Falei não, estou molhado e não vou molhar seu carro, além de que estou a 500 metros da casa que aluguei. Ele retrucou: ficarei chateado, quando cheguei próximo ao carro dele era uma Mercedes de uns U$ 100.000,00 dólares. Pasmo gritei: Paulo é uma Mercedes de bancos de couro e estou todo molhado! E ele sorriu, Glauco é só um carro e depois seca. É não importa a marca do seu carro o que importa é seu caráter. Um amigo conhecido de um dia me mostrou mais valor que um primo que ajudei a criar. Só para deixar bem claro não aceitei ir no carro de Paulo e somos bons amigos... E pra deixar bem claro que não é por deixar ou não... Vocês entenderam....E sei que tem vermes como esse na família, como amigos, como amores...
Amo esse meu lado torto, errante...essa alegria que mora nos meus olhos, meu sorriso escandaloso...me apaixono todos os dias um pouquinho mais pela criança que vive no meu quarto , pela garota moleca que dorme na minha cama, pela menina sapeca que me desperta.
Amo a lucidez que me falta, a loucura que me segue e inocência que me acompanha. Pra mim, tanto faz do que não fez...quem sabe tudo seria diferente, mais é igual !
Menina flor
Primavera das flores,
dos novos amores...
Ah, meu bem...
Do jardim fez sua moradia,
natureza é encanto e melodia,
que para a alma faz um bem.
E tem ela...
Menina mais bela dos pés descalços no chão...
Quem será ela?
Riso frouxo e envergonhado...
Coração apaixonado...
Ah, meu bem...
Seu olhar é um mistério...
Essa menina é um caso sério,
que eu quero muito decifrar...
Quanta loucura numa pequena criatura
que esse mundo fez questão de abrigar...
E cuidar...
E amar...
O trovão rola no espaço
Debaixo daquela ponte
mora o velho Quim Fonte.
O trovão rola no espaço
Esgarçando o pensamento
do ex-jovem dono do laço.
Qual fora o seu sacramento.
Quim já fora fazendeiro,
jovem laçador-trigueiro,
recheado de dinheiro.
Naquele seu último paradeiro
o qual faz divisa com o ex-fazendeiro.
Aquela ponte fez ponte pra muito dinheiro
hoje debaixo vive o despacho do guerreiro.
Um dia a vida vai rejeitando o pobre,
o rico-nobre e qualquer coisa que sobre.
O orgulho, a empáfia, a ráfia, o tesouro.
Soçobrarão os montes de ouro.
A morte dá o norte e na campa todos se igualam.
As mentiras se atiram pelas bocas que falam,
donde o miasmático exala o próprio desdouro.
Assim é a vida que passa,
traspassando a ilusão
do velho-jovem e sua visão,
cegando-o por inteiro.
Rosalva, mulher caprichosa,
falsa e indecorosa fez-se airosa
ao jovem aventureiro,
deixando-o na mão e sem dinheiro.
À rato de porão juntou-se à multidão,
enquanto, Rosalva se salva da praga,
porém, não da velhice maga
qual a prostra sobre a poeira do chão.
Assim a morte iguala
essa grande ilusão,
onde todos os mortais
tornam-se iguais
dentro da multidão,
ofuscando suas opalas...
O trovão rola no espaço,
enquanto, o velho tempo passa,
produzindo suas graças
e desgraças a todas as raças.
É bom ser positivista, mas jamais hipócrita...
Jbcampos
Do livro: Dom sucesso
jbcampos
O ROSTO DE UMA MULHER
Eu morava no rosto de uma mulher
que mora numa onda.
A maré cheia trouxe-a até à praia
cujo porto desapareceu nas suas conchas.
Eu morava no rosto de uma mulher
que me assassinou, que no meu sangue de navegador
até ao fim da loucura amorosa
quer ser um farol, que se apaga.
O estrangeiro vive na mira inquieta de todos nós, ele mora aqui, também aí. Habita nos sonhos e planos que atravessam as vigílias da desolação. Se refresca em qualquer entusiasmo que inicialmente contempla a incitação. Ele é o novo e o velho atraído pela ilusão, e que nos move pelas cadeias da pulsão. E é estando só que conhecemos essa intimidade que manifesta, esse estrangeiro, desconhecido, amigo, inimigo, audaz, atrevido que habita em nossas mansões.
E do tempo temos a dor, mas também o amor. E o estrangeiro zomba da própria decisão. Mas são as vãs repetições que florescem a vida na estação. E ao passar pelo caminho já percorrido, não é difícil perceber o vacilo dos passos repetidos e a força do estrangeiro movida em uma frustração.
Da cor ao amor tudo se repete, até o estranho em nós. Da amargura a cura, com giz de “cera” reescrevemos a solidão, e quem dirá que essa cera já não serviu de vela em outra ocasião. Nada pode ser acrescentado do ventre que nós fomos tirados. Estar só será sempre nossa distração.
O amor pode preencher o enredo de uma história, mas nem um, nem dois amores podem ocupar o coração. São três cubos de estranheza a habitação das emoções, e cada um que se eleve na possessão dessa proeza.
O estrangeiro é o que temos na saga da desilusão.É de imaginação que tudo sobrevive. E a fantasia é um guia que se rende a sublimação. A vida é esse bem absurdo e o estrangeiro é essa perfeição. Nenhuma mira é certa, toda ela é distorcida pela ilusão.
Bem verdade…Não há sossego para o coração!
Katiana Santiago