Saudade Tio
Da minha janela cai a chuva dos meus olhos...
são as lágrimas que choram de saudade por não te ver.!
Tenta entender, meu bem, toda essa saudade. Tenta entender que o meu mau humor vem da ausência do teu sorriso. Que a mania chata que eu tenho de te mandar mensagem de 5 em 5 minutos, não passa de um medo absurdo — e sem cabimento — de que você me esqueça. Tenta entender que a minha carência existe pela falta do teu abraço, do deitar no teu ombro, do teu cheiro que, para mim, é melhor que qualquer outro. E que, se eu choro baixinho ao telefone contigo, é porque eu te queria mais perto. Tenta, vai? Um pouquinho que seja. E não desiste de mim.
“Porque demoras tanto para me encontrar?!”.
Que saudade é essa que você deixou, tão inconsolável, avassaladora, desesperantemente amarga e vazia, saudade dos lábios teus tocando a minha boca, saudade do teu cheiro me entorpecendo os sentidos, saudade ainda mais é a do olhar teu que por si só me enchia da mais pura e vivaz adrenalina, e dos teus sorrisos que me davam esperança e a vontade de viver.
Por onde anda você?! A mesma qual um dia me abraçando tão forte a ponto de sermos por instantes um único ser, dizia-me ao pé do ouvido mil e uma juras de amor, e promessas às quais somente todas as forças do universo em comum acordo seriam capazes de cumprir; por quais torpes caminhos andais em sã consciência que mesmo sabendo que seriam para longe de mim insistisses em seguir?! Qual insano vilão maléfico a obrigou há desaparecer em um vasto vazio invisível para longe da compreensão de meus olhos tão mortais; Tu que eis rainha dos campos do meu coração, e guerreira tão valente dos vales de minha admiração, alma tão sagaz, e belissimamente inteligente; talvez a melhor parte de mim a qual o destino fazendo questão de me mostrar que nunca foi na verdade parte real de meu ser teimou em arranca-la por dentre meus dedos escorregadios e desmerecedores, levando-a por águas e corredeiras a baixo, num doce caminho o qual provavelmente não lhe foi permitida uma volta imediata, mas se agora estamos novamente aqui, e se neste momento podes ouvir o rouco som de minha voz, que quase sem forças teima em gritar em silencio, queira você pronunciar-te, se estiveres por ai lembrai-me de quem tu és, mostrai-me teu novo semblante e tua nova voz, que deve falar-me sei que em timbre desconhecido, mas em mesmo tom amado, olha para mim com teus novos olhos e me mostra teu olhar inconfundível para que eu não tenha duvidas de que eis tu, te aproxima de mim para que eu possa sentir tua energia salutar impossível de ser confundida e te dizer que sou eu o amor da tua vida, que sou eu quem esperou por toda a eternidade para apenas talvez te ver de relance por ai, e que mais uma vez estarei contigo por esta breve etapa da nossa eternidade, e que não te preocupes pois sempre darei um jeito de encontra-la novamente.
Tenha a certeza inexorável de que estou aqui, da mesma forma que sei que estais por ai, em algum lugar, sentindo minha falta tanto quando sinto a tua, nas noites mais estreladas onde a lua insiste em brilhar intensamente a tua luz me chama atenção, não sei por que, nem sei ao certo em que direção, mas sei que é você, posso senti-la no brilho das estrelas, como se elas apenas estivessem refletindo a tua luz.
O sol tende a brilhar intensamente a todo o momento, mas existem alguns fatores os quais nos impedem de vê-lo, dois destes são os mais relevantes, o principal é o tempo, que faz o sol aparecer apenas em certo momento, assim nós temos que esperar para “admira-lo”, ou seja, “Tudo acontece no tempo certo.” E o segundo fator nomeamos de clima, o clima muitas vezes pode produzir nuvens as quais mesmo feitas da mais transparente água teimam em esconder o sol por trás delas, nublando nossos dias; é então que chego ao ponto que procurava, saiba-vos que mesmo nos dias de piores tempestades, quando não enxergares um palmo a sua frente e quando você menos esperar, na hora certa, com certeza vamos nos encontrar, mas como belo errante ser humano que sou não poderia deixar de perguntar: “Porque demoras tanto para me encontrar?!”.
Retratos da vida
Como eu sinto saudade dos tempos em que brincava de pique esconde... lembro-me bem desse tempo, das várias brincadeiras infantis...!
Como eu queria voltar aos tempos em que escrevia as saudosas cartas ... lembro-me das fotografias que emocionavam e traziam as antigas recordações...!
O tempo passa rápido demais, ontem eu era somente um rostinho inocente posando para um retrato... hoje sou maduro suficiente para não sentir as devidas emoções...!
Aquelas fotos eram como uma loteria, quase nunca ficavam boas... mas a ansiedade pela chegada do retratista estava sempre estampada na pureza dos nossos rostos infantis...!
Cadê aquele tempo que não volta mais, que saudade dos retratos do lambe lambe... dos meninos e meninas da minha infância, onde será que eles andam...!
O mundo adulto é cheio de pressa... ninguém mais se importa com as suas lembranças... seria somente eu a ter essa nostalgia, para que então, ela serve? Se ando sonhando acordado e sozinho...!
Na vida trilhamos caminhos diferentes, infelizmente alguns já partiram... já se foram dezenas dos meus primeiros melhores amigos...!
Os valores vão se perdendo com o tempo, e junto vai a identidade espiritual de cada um... da infância, tudo vai se esquecendo... não prezamos mais os melhores momentos...!
Podíamos até ser eternos amigos, mas os pensamentos mudam, e aí, fica tudo difícil... os contatos ficam cada vez mais raros... ao invés de reacender as chamas, preferimos de vez apagá-las...!
Os retratos de parte da vida passada estão quase desaparecendo... criou-se marcas na relação, que afastaram ainda mais os outrora grandes amigos...!
Hoje é só formalidade entre as relações que se perderam no tempo… quem sabe ainda sobre algum tempo para se redescobrir aquele antigo amigo para juntos se surpreenderem.
Poeminha de saudade
Do meu amor e meu carinho por todos os momentos que vivemos juntos,
Pelo tempo em que crescíamos sem perceber.
As vezes dá saudade, pois as diferenças não existiam.
Eu era somente tua irmã,
e tu somente meu irmão.
Mas o tempo passa e cada um cresce como tem de ser,
e as vezes aquela convivência já não pode ser.
Porém fica a lembrança dos bons tempos vividos,
tempos de criança, quando havíamos recém amanhecido...
Quem deixou de fazer o que tinha vontade Perdeu! Ficou na Saudade.
Quem deixou de sorrir, com vergonha de tudo Envelheceu! Ficou mudo.
Quem deixou de viver por falta de coragem Morreu. Viveu de passagem.
Quem deixou escapar o sonho de infância É tarde!
Não dá para buscar. Já se foi seu destino Não é mais uma criança.
Prefira se arrepender de ter feito errado!
Jamais por não ter tentado!
... e que importa esta fotografia
se a face não existe mais?
E que importa a saudade
se ela só maltrata meu coração?
Havia um castelo de prazeres na minha vida.
Hoje acordei transbordando de saudades.
Saudade de momentos, de pessoas, de situações, de coisas que fazem meu coração vibrar, da minha vontade de vencer, da ousadia da adolescência, da esperança de criança e da certeza de adulto...Hoje acordei assim transbordando de saudades do que queria que tivesse sido e não do que é!
A saudade dos olhos...
Às vezes, tudo o que a gente precisa é matar a saudade dos olhos. Quando já não cabe mais o toque, o tom, a voz. Quando o corpo ainda quer, as mãos ainda sentem e a boca ainda saliva...mas, ainda assim, a razão diz que não. Quando não há música, fotografia, aquela camisa dele que ficou, a lembrança mais doce dos dias de sol...quando nada disso faz desacelerar o coração que bate incansavelmente ao simples recordar...é nessa hora que os olhos sangram. Sim, porque o coração já sangrou faz tempo. A saudade dos olhos é, acima de tudo, pura, casta. É uma vontade incontrolável de, apenas, ver. Ver de longe, por entre brechas. É, por instantes, sentir de novo. Reviver. A saudade dos olhos talvez seja a saudade da alma, que não precisa de um meio físico pra sanar. Talvez seja apenas energia. Recarga. O que de verdade se sente é um sossegar embriagante. Uma entorpecência eufórica. Os olhos buscam alimento pra alma. A alma parece aquietar-se dentro do corpo. O corpo obedece à razão...mas o coração...ah, esse, involuntariamente, não! Porque o que os olhos veem, o coração, pesarosamente, sente.