Quinta
Eu vivo nas nuvens. Minha cabeça sempre está repleta de ilusões e de pensamentos. E do nada, eu começo a imaginar, imaginar...sonhar.
Sinto-me vazia na maior parte do tempo. Sempre acho que me falta algo. Preciso de alguém para preencher esse meu vazio, que tanto me machuca.
Seja louco mas jamais deixe a loucura te dominar por completo. Tenha sempre o controle de si. Assim conseguirá ser um louco, porém sábio.
Manhãs frias. Tardes sonolentas. Noites nostálgicas. Dias vazios acompanhados de uma dose de pensamentos que não te deixam dormir.
E, mais uma vez, não tem como negar, não tem como disfarçar, não tem como esconder, essa agonia que assola meu coração, vai enriquecendo a minha solidão, cheguei a conclusão: respiro tristeza e me engasgo com meus pensamentos, vomito arrependimentos e depois tento preencher o vazio, incompleto.
A quinta tem o seu próprio brilho, é quase um dia isolado na semana, não deve nada para a sexta e repudia a apatia da quarta.
Quinta-feira Santa - Cerimônia do Lava-pés
A cerimônia do Lava-pés é um rito religioso, baseado no evangelho de São João realizado na quinta-feira santa. Jesus disse: "Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também".
Esse é o maior exemplo de humildade que Jesus poderia nos dar. Perante Deus não importa se somos Senhor ou servo, traduzindo para o nosso tempo patrão ou empregado. A quantidade de bens materiais não faz ninguém mais ou menos importante, é o que trazemos no coração que nos torna grandes perante Deus. É a bondade com o nosso semelhante que nos diferencia dos demais e nos torna realmente humanos: imagem e semelhança de Deus. Talvez seja essa a mensagem de humildade e bondade que Jesus quis nos passar com a cerimônia do Lava-pés. Que seja abençoada a nossa quinta-feira Santa.
E num estranho momento de repugnância em sua alma, fechou a porta de sua casa com a mesma leveza e serenidade no olhar de sempre. Caía em risos ao pensar sobre a noite passada; amigos, bebida, músicas alta. Algo que não fazia há um considerável tempo.
E virando-se então para sair prestes a calçada, à sua frente vem aquele homem que de início sempre lhe foi chato, um extremo idiota, pequena cabeça, não ao menos que isso.
Mas como a vida sempre arrumava muitas circunstâncias para aquela moça, eis que ela percebe, que : passado se dois anos ele havia mudado consideravelmente. Os cabelos mais lisos, a sensibilidade estava um pouco mais aguçada, de certo um pouco mais magro.
Vendo tudo isso, os lindos pensamentos lhe vêm a cabeça como uns dos mais diversos momentos de ilusão. Mas ao olhar nos olhos do rapaz, enrijece a cara, os lábios pequenos se juntam e então a passos rápidos dá as costas, até sumir da visão do moço.
Suas mãos estavam frias, ele havia voltado, teria que vê-lo todos dias, pensava: "Mas que pertubação será essa meu Deus, só essas coisas acontecem comigo." Era preciso esconder que não o cobiçara como em verdade absoluta de sua cabeça.
Seria uma de mais outras infinitas incertezas de sua vida?