Poesia Curta
O meu amor não será o mesmo.
As minhas amizades não serão as mesmas.
O meu grito não será o mesmo.
Os meus motivos não serão os mesmos.
As minhas lagrimas não serão as mesmas.
Porque tudo passa, e cada dia é um novo dia para recomeçar.
Ela tem pressa,
Ela quer amar.
A garota tem sentimentos
Mais profundos do que
Qualquer oceano.
Ela é a poesia de olhos atilados.
É o romance personificado.
Ela é a poesia do sorriso afável.
Caminhada
Na esquina da vida eu busco,
O silenciar da ilusão,
A existência esvaindo,
E o destino se cumprindo
No caminhar neste chão.
" Por ser contra o machismo
te criei para ser lendária
com muito carinho te dei o nome
Iria Hilária...
" Pelas calçadas impregnar poesias
nas ruas, vielas e mansões
gritar ao povo o que sabe do amar
sabendo do que nos acompanhava
haveríamos de ser dois
mas choveu tanto naquela noite
que as marquises não deram teto
ao amor que despertou em um só...
Sèu fosse você, vïxi.
Pecava a santa
e fugia c'moço.
Dá pra vê...
que além de babar nocê,
ele tem bigode grosso.
Tempos modernos
Falar sem amar,
Existir sem viver,
Brigar sem lutar
Odiar sem ao menos conhecer,
Criticar sem respeitar,
Receber sem agradecer.
Bem-vindo aos tempos modernos.
Os amantes
fecham-se
um no outro
(como os punhos
do bebé
que dorme
no berço
e no útero
da mãe
como as caras
dos ícones
no escuro
das igrejas)
Essa beleza que era também espanto
Pelo dom da palavra e pelo seu uso
Que erguia e abatia, levantava
E abatia outra vez, deixando sempre
Um rasto extraordinário. Sim, a hora,
Dois séculos antes, em que uma ausência
E o seu grande silêncio cintilaram
Sobre a mão do poeta, em despedida.
Não há mais sublime sedução do que saber esperar alguém.
Compor o corpo, os objectos em sua função, sejam eles
A boca, os olhos, ou os lábios. Treinar-se a respirar
Florescentemente. Sorrir pelo ângulo da malícia.
eu sou feliz na alegria não sentimental que se manifesta;
o que me fraccionava, partiu:
o que tende para um limite finito, desapareceu;
a mata espessa e o grande bosque florescem;
dobro-me conforme o número, género, grau, modo, tempo,
e pessoa que sou vossa.
E assino.
Tudo aparece, tudo desaparece
se aderirmos
- todos corpos, todos almas, tanto faz -
a esta regra,
manter-nos-emos na alegria
O livro morresse, a obra parasse
Soasse a granizo o que era alegria
A porta do ar se calafetasse
Que eu de amor apenas ressuscitaria
Estou à espera da noite contigo
venham as pontes ruindo sob os barcos
venham em rodas de sol
os montes os túneis e deus
Estou à espera da noite contigo
livre de amor e ódio
livre
sem o cordão umbilical da morte
livre da morte
estou
à espera
da noite
se voce quer jogar
eu quero jogar tambem,
se voce quer paz
eu quero paz tambem
se voce quer morrer
eu quero matar voce.
LÁ
Noites mal dormidas
Sonhos sem alcançar
Batalhas internas adormecidas
E ainda insisto em sonhar.
Traçado do desesperado
Que ressurge a sonhar
Calejado dos não's recebidos
Porém vivo, quem sabe chego lá.
Vejo-te na minha retina dia após dia
Vejo-te nos meus pensares noite após noite
Vejo-te, vejo-te, vejo-te.
Vejo-te longe dos meus braços
Longe dos meus abraços
Longe dos afagos.
Triste fim deste
Só por pensar no deleite
Em amar quem desvanece dele.
Amar-te era lembrança e profecias,
uma porta já feita para abrir,
e encontrar o lar ou música lavada
onde, se nasces, vives, duras, moras
— meu nome exacto e pão
no chão das alegrias
Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.