Poesia Curta
Alguém moveu as pedras do jardim você não vê?
gosto de rir por dento
de você
enquanto as sombras passeiam
pela casa
de manhã coamos
um café
“tão bom”
o que você diz sempre
faz rodar de novo
a colherinha
“os nossos melhores silêncios”
isso me arrepia
– agora mais do que antes –
eu gostava muito do seu sorriso
você dos meus brigadeiros
é tão perigoso falar do que desata? dizer a própria
morte traz de volta espécies de receio de contágio ao
tentar escrevê-la compactuo com ela? convoco-a?
VONTADE E SINCERIDADE
Com a vontade tudo fica mais fácil, seja a SINCERIDADE de falar tudo que pensa, ou a delicadeza de sentir outro ser.
com a vontade se cultiva, o amor.
Cria-se uma conexão imensa.
Um espaço onde se permite apenas sentir os corpos e a conexão dos sentimentos.
Sigo os caminhos do vento,
nos seus cantos e encantos me envolvo
recolho as folhas do tempo,
em poemas as devolvo...
Saudades de te ter
Não ta fácil viver,
Não ta difícil sobreviver,
É estranho não te ter.
É horrível, é doloroso não lhe sentir.
Não sentir sua doce alma e meu coração repleto de escuridão.
na vida as vezes é bom
virar tudo ao contrario,
desligar a razão e ligar o coração
acreditar nas novas oportunidades,
ser fiel ao que sentimos
e aceitar quem somos.
no começo só tinha medo de morrer
mas foi ficando bom nesse negócio.
hoje, só quer existir.
não faz ideia de como.
ainda.
meu destino desatino
vida insólita,
pouco modesta.
põe-se a mesa para os meus pares
que hoje é o dia da anarquia.
vai viver cabeça oca
que o dia já se quase amanhece.
diga-se de passagem
a noite é uma criança.
ultimamente tenho me sentido assim
meio farofa processada
em processo.
andamento sem freio,
sem rumo
nem destino,
que só vai.
acho que a vida é isso,
olhar para a primeira correnteza
e descer junto à ela,
sabe-se lá onde se acabam as correntezas.
tenho contado meu tempo através de segundos
eram quatro
e ventava
brisa boa que assopra a face.
noite tépida
razoável para casais que dividem a mesma cama.
sentado de frente para mim mesmo
pensei em alguém,
em outrém,
em ninguém,
em temporais.
o conceito de liberdade é desesperador
meio à imensuráveis formas de se sentir aprisionado.
de todas,
receio a mental ser a pior.
somos líquidos
densos como água
água suja
se imunda
contamina.
nos esgotamos
tal como um esgoto.
no entanto
não se engane que purificamos.
somos líquidos
densos como água.
não quero dizer mais nada.
nada.
controverso cabal.
tenho visto tanto,
vivido tanto,
imergindo em tanto
que já me sinto nada.
o Rio pendura mas não cai.
a mãe grita, com força
“Ô menino venha cá
deixa eu passar o protetor”
o menino volta de lá, do infinito
em pleno regozijo, gritando:
“eu sou livre mamãe, eu sou livre”
Rio de Janeiro, agosto de 2018
nunca fui de saber o que fazer com o que sinto,
não aprendi a não sentir.
paradoxo esse que é
de ser grato
e detestar esse fato.
entorpecida
lá estava ela, titubeando
alma pleno regozijo
seguindo em direção da morte.
era um péssimo dia para morrer.
mas morreu.
formigamento
coibia-se
até não sentir mais.
de fato, poderia crer,
com veemência,
que não sentia
não obstante, atrozmente
incomodava.
Noite
"somos que nem a espuma da onda
viajamos no melhor lugar ate chegar na praia
então sumimos na areia
como se jamais tivéssemos existido"
Fica comigo... Fica comigo essa noite
Fica enquanto o fogo brilha
Fica que eu te faço feliz
Fica comigo até o raiar do dia.
Fica nos meus braços essa noite
Diz que não é o que você sempre quis?
Finge como é o seu costume fugir
Finge que sou seu amor, que eu te faço feliz.