Poemas de Saudades
Beijo
A beijos que possuem vida
Beijos que possuem dor.
A beijos que carregam saudade
E também muito amor.
A beijos que não se tocam os lábios
Mas que vivem no coração.
A beijos carregados de palavras
Mas sem nenhuma ambição.
A beijos que o mundo carrega
Mas cuidado com a reação.
Pois beijar por beijar não tem graça.
E não deixa o mais importante
Uma marca em nossa alma.
Alexandre C.
Poeta de Libra
“prego”
Talvez que um dia no verso meu chorado
sob a luz da saudade, num versar falando
tu ouças nas rimas o meu ser apaixonado
em um grito de padecimento te saudando
Está lágrima que fez o papel ficar borrado
não se atenha. É meu prosar lacrimejando
quando vaza do coração pra ser escutado
e que na dor da solidão vai transbordando
Não é simples sofrer, ou, que nada valeu
é aperto no peito e, que ainda não passou
e cá no soneto, um suspirar cruciante meu
O grito, se ouviste, por favor, é sentimento
que vai corroendo a súplica, assim, te dou
um canto: com choro, gemido e sofrimento.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
28 junho 2024, 15’04” – Araguari, MG
Saudade
A saudade não tem nome
Nem tempo, para se acabar
Ela maltrata o coração
E faz os olhos chorar.
A saudade é o sentimento
Mais lindo no mundo
Pois nele contém o amor,
Desde a época de menino.
Dos amigos que nós víamos
Mas hoje já tem partido.
A saudade bateu no peito
E veio aos olhos embasar
Quando a vida tinha valor
E o homem, valorizar
Mas hoje por um simples olhar
Há de engatilhar uma arma
E a vida se acabar.
A saudade não tem face
Mas sempre a vemos no tempo
A imagem da pele que tem a enrugar
Mesmo que o céu se escureça
Ela jamais irá deixar de existir
Alexandre C.
Poeta de Libra
Eu tenho saudades de ti
Eterna poesia do meu coração
Recordo teu riso
Tua voz
Nossa triste ilusão...
Você me deixou tão cedo
Doce saudade, minha linda paixão...
Na mala da saudade
guardo os perfumes da infância
as fotografias do tempo
as esquinas dobradas
os sorrisos congelados
o vazio da cadeira em frente à mesa da cozinha…
E a esperança do reencontro.
a rua em silêncio!
a anestesia da dor
que não existe.
a lembrança que não volta
a saudade apertando
coração-solidão.
EU QUERIA SER
Hoje senti saudades de você, mas nosso orgulho nos impede de nos aproximar. Por isso, eu queria ser algo que estivesse sempre ao seu lado. Queria ser o cigarro que você fuma, para encostar nos seus lábios e sentir seu toque. Queria ser a cerveja gelada que você bebe, para embriagar-te e te deixar eufórico por algumas horas. Queria ser sua cama e seu edredom neste dia frio, para sentir seu corpo e te abraçar, trazendo conforto.
Mas, talvez hoje, eu seja apenas alguns devaneios na sua mente, uma lembrança que aparece de vez em quando. Mesmo assim, a vontade de estar próximo de você é forte. Nosso orgulho pode ser grande, mas a saudade é maior. Quem sabe um dia poderemos deixar de lado o orgulho e nos permitir sentir tudo isso de verdade? Por enquanto, fico aqui, desejando ser qualquer coisa que te faça lembrar de mim, que traga um pouco de mim a você, mesmo que seja só em pensamentos.
Saudades do Brasil
Estava olhando esse mapa
Do nosso território
Das nossas
Belas paisagens
Belezas naturais
Fico apaixonado
Realizado
Encantado
Repleto de emoções
Olhem só
Direitinho
Para esse mapa do nosso
Amado pais
E percebam
" Como é linda, a nossa natureza "
Colossal
Amo muito o conteúdo
O recheio
O aroma
O perfume
A essência ...
O pátria amada idolatrada,
Salve, Salve
Pátria amada, Brasil.
Família tudo de bom
Paz no coração
Acordei.
Acordei com vontade de beijar você
Acordei com saudade de você
Acordei com vontade de abraçar você
Acordei com vontade de ver seu sorriso
Acordei com tanta saudade
Que achei que você estava aqui
Mas foi só um sonho mesmo.
A realidade é você ai.
E eu aqui com saudade de você.
Bom domingo.
'TRISTEZA E SAUDADE...'
Habita em mim uma tristeza
Que não se dissipa com o tempo,
Uma sombra que se estende;
Que vem e vai,
Nas horas de silêncio...
Cada riso traz comigo
Um suspiro encoberto,
E a alegria que floresce
Não dura muito tempo,
Logo murcha em desespero...
Nas noites frias, solitárias,
Tudo sussurra em meus sonhos,
Lembrando-me das ausências,
Dos poucos momentos vividos,
Dos amores que se foram...
Olho ao redor tantos rostos,
Mas não encontro abrigo,
Pois a tristeza que mora em mim
É um farol abandonado
É um fardo que carrego sozinho...
Ainda que o sol brilhe alto,
E os dias passem ligeiros,
Essa dor permanece constante,
Rasgando o véu que se tinha
Um companheiro traiçoeiro...
E assim, sigo em frente,
Com a tristeza que me invade,
Caminhando sem destino,
Lembrando do outrora
Perdido em minha saudade...
Ecoa cachos.
"Chora o berimbau, ecoa a saudade,
Por você, minha ialorixá, tão bela e cacheada.
Em meio aos orixás, você me encantou,
Mas eu, garoto confuso, não soube segurar.
Perdi você por bobeira, por falta de cuidado,
Agora apenas tenho saudade e este vazio.
Mas não posso negar, meu coração ainda chora,
Pela sua ausência, pela sua falta, pelo que foi.
Mas vida vai, e eu me contento,
Com o que tenho, mas você não esqueço.
Nem o perfume de seu santuário,
Nem o brilho de seu olhar, nem seu sorriso.
Chora o berimbau, ecoa a saudade,
Mas eu sei que você está longe, em outro lugar.
E eu aqui, com meu coração dividido,
Entre o que foi e o que poderia ser."
Como viver um amor infinito em um mundo onde esse amor nada mais é que um sonho?
Uma saudade do ausente e uma visão do que não se pode ter?
Na contradição da vida, será a canção reflexo de um poema e um poema reflexo de um amor?
Com o passar do tempo, amadureci..
Coisas boas me aconteceram, mas coisas tristes também. Estou diferente...
E todas essas emoções são traduzidas em forma de versos nas canções que transbordam a partir da minha alma
E nessa constante dialética entre o saber e o viver..
Entre o infinito e o finito que se revela, redescobri o fascínio da poesia que sempre esteve dentro de mim, mas que a seriedade do mundo por tempos ofuscou.
E, tentando entender a complexidade dos sentimentos, busquei uma síntese..
Algo que não pode ser encontrado nas palavras, nas páginas dos livros ou nos versos das mais belas canções
Mas somente no vento impetuoso do Espírito
Aonde o mais belo poema se tornou a mais bela canção já entoada em toda a Terra
Aonde o Verbo se tornou carne
E o Amor dividiu a história se tornando a própria história do nosso ser.
Há um ar de tristeza quando chove
Frio, saudade e muta solidão
É uma melancolia que nos absorve
Nessa úmida desolação
DIA DE SANTOS
Santo ou não, aqui meu pranto
Lágrimas que são saudade
Que irrigam o que planto
No exemplo eternidade
É lembrança em cada canto
Eis a lei da humanidade
Ampulheta vai gastando
Esperando a Divindade
Vir cobrir-me com meu manto!
Dois de novembro
No silêncio íntimo que invade o Dia de Finados, a saudade se debruça. Ela não tem pressa, é senhora do seu próprio compasso. É o dia em que a ausência brinca de ser presença, quando os que partiram voltam, não em carne, mas em sopro, como se sempre estivessem apenas a um afago de distância.
Os túmulos não mentem. São declarações sem palavras de que o que foi vivido realmente existiu, confessando com a solidez do mármore que a vida é frágil e que o tempo é um rascunho rabiscado à pressa. Cada nome entalhado ascende, não como uma mera inscrição, mas como um feitiço sussurrado entre as frestas do esquecimento.
Nem toda ausência é tratada pelo tempo. O tempo não se compromete com permanências. Passa por nós sem desculpas, sem aviso, sem oferecer alívio. Quando alguém que amamos morre, morre também uma versão nossa. Deixamos de existir daquele jeito. É como ter sua casa assaltada por uma ausência. Por isso, não se deve apressar a dor de ninguém. No luto, não se questiona o amor por quem partiu. No luto, deixamos de nos amar, e voltar ao amor próprio demora. Deixe a pessoa doer.
O luto não passa; somos nós que passamos por ele. É um caminho de fragilidades. Não há como sair de uma dor caminhando. Precisamos engatinhar até voltar a firmar os pés novamente. E demora até que essa dor vire saudade. Demora até que essa saudade vire gratidão. A dor é solitária, e você tem todo o direito ao seu luto, mesmo depois da licença do outro acabar. Cada um tem seu tempo de digestão.
No murmúrio de uma prece, na chama vacilante de uma vela, reside a certeza de que, do outro lado do mistério, alguém sorri — os eternos hóspedes da eternidade. Hoje, flores são depositadas por mãos trêmulas de emoção. Mas não é o frescor das pétalas que importa, e sim o gesto. É flor de ir embora. É uma homenagem ao laço que nem a morte é capaz de desfazer.