Poemas
Eu quero ficar
Mas sonho em sair...
Odeio a vida que levo
Mas amo a vida no meu canto...
Amo 2 mulheres e ambas
Amam 1 só de mim, onde
Sou muitos e na vida desde criança
Fui amado por saber amar a todos..
POETA NILO DEYSON MONTEIRO
שבת שלום – Shabat Shalom
Descanso e paz
Retorne a casa
e viva o perfeito
ensino da palavra
do Mashiah...
CAOS
No fundo do meu eu, o meu efeito
São noites, entardecer e alvoradas
Enlevos, suspiros e dores sepultadas
Devaneios engasgados no meu peito
Retas alongadas, curvas e lombadas
Mas, de repente, o esperado desfeito
Refeitos, rajadas do eu ser imperfeito
Clamor, as regras, retintim das ciladas
E nos motins, glórias e nada absoluto
Choro e hosana... Com o dito estrovo
Numa sina dum salmo agreste e bruto
E há no poetizar, de que me comovo
Gritos, festa, agonia, meu eu matuto
Incertezas, e o recomeçar de novo!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
PERFEIÇÃO
Subjuguei, preteri e te fazia sucinto
No esplendor em que és na escala
Muito mais que um irregular recinto
És diversidade, és riqueza e de gala
Da beira mar fui cego... e faminto
Deixando de dar-te a devida pala
Onde todos os aromas aqui sinto
Em cores e o céu que te embala
Tu cerrado ao meu olhar deveras
Todo o encanto, maravilha e belo
Adarvado do horizonte e quimeras
E à noite, estrelas, que nos venera
Em conto e causo, ah! tão singelo
Como o Perfeito, assim, quisera!...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Lembro-te:
Saudade: - o choro de outrora chora
Rola no pranto aquele olhar certeiro
O teu cheiro, impregnado no roteiro
Das minhas lembranças, que evola ...
Inquieto romance: - de muita parola
Do doce encontro, o nosso primeiro
Abraçar, cheio de sabor, por inteiro
Tudo neste duro poetar se desenrola
Acende um lembrar deste passado:
Quanto mais o tempo, e nele receio
Mais prazenteio de ter sido amado
Me vem a tua imagem sem rodeio
O teu triste olhar ali ao meu lado
Findo no curso, e não mais veio.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Xis
Não me perdi numa ilusão. Perdi-me
Na incoerência, entre os devaneios
E no poço sem razão encontrei-os
Débeis, onde a cortesia os oprime
E num inconsequente e fatal crime
Duma imaginação, tive sonhos feios
Onde a inspiração de olhares cheios
Da mesmice, deixou de ser sublime
Mas há tempo no bem, compreenda
Não só os que se tem, - os fugitivos
Os da fé do amor que não nos infama
São tais como o andejar de uma lenda
A alma terá sempre os homens vivos
No afeto, ardentes como uma chama
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018, 14
Cerrado goiano
DEVANEIOS
Quantas vezes, em sonho, as asas da ilusão
Flechado pra onde estás, e fico ali no vazio
Me perdi nos devaneios, e então a solidão
Em um deserto agridoce: de amargor e frio
Angústia, minh’alma voa, quer outra direção
Soluça na treva, triste realidade que arrepia
Sonhos que mais parecem querer confusão
Estirado sob o céu, do cerrado, árida folia
Quantas vezes, a imensidão, assim calada
De cada canto passado, o olhar espantado
Via minhas lembranças no beiral debruçada
Quantas vezes, quantas vezes, a passividade
Da noite, num luar tão sedento e desfolhado
Fez lagrimejar cada versar de uma saudade...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO CHOROSO
Choroso soneto, meu, tão chorado
Sem leveza, sem arte, sem ternura
Traçados pela sorte em desventura
Em vagidos manhosos desentoado
É tristura na trova, e desesperado
O estro. No papel cheio de ranhura
Sem condição de uma doce leitura
Afrontando o coração desgraçado
E nesta tal tirania de infeliz criatura
Ditosos algozes. No peito abafado
Surgindo da sepultura da amargura
Ó sátira mordaz, de sentido perverso
Deixe o teu jugo imóvel e silenciado
Guie só fausta melodia ao meu verso
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, outubro
Cerrado goiano
Dia do médico (18 outubro).
Ser médico...
É dar de si eternamente
Partilhar a dor do doente
Torna-lo confiante e forte...
É ser presente na vida e na morte.
Luciano Spagnol
poeta do cerrado
18 de outubro, 2015
CONTRAMÃO
Como a maldade egoista, sombria
Que do homem o bem lhe é tirado
Qual apenas, o ruim, é seu brado
De falseta, e cuja a ação é tirania
Não aguenta nunca a luz do dia
O qual, de amor, não é adornado
O teu peito pra glória é fechado
No cruel interesse: a idolatria!
E hoje, entre tantos, muitos são
De um coração ermo, ressecado
Horrendo, traindo na contramão
Pulsam cobiça, e seus espinhos
Repugnam a honra de outrora
Empedrando de ira os caminhos
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
VANITAS
Só, em silêncio, a inspiração tímida e fria
Poeta... A prosa sai tremulante e inquieta
Rascunhando a estrofe em uma linha reta
De ilusão secreta, dor e suspiro em agonia
Febril, sua o devaneio, amotina a euforia
Bravia a alma grita, palpita, e então espeta
O nada, por fim, quer ser qual um profeta
Iluminado, falante e de alucinada idolatria
Poeto... cheio da minha imaginação cheia
Nascente do meu mais abismo profundo
E desagregada das paredes da teimosia...
Farto, agora posso descansar a cavalaria:
As mãos nervosas e o coração moribundo.
Arranquei-ti-ei pra vida, vivas tu ó poesia!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
A NOITE
Oh! jornada negra! O silêncio debruçado
Lá fora... um raio rasgando o céu, espia
A minha alma, teimosa, cheia de porfia
Fria, chuva que cai, molhando o cerrado
No horizonte desfalece a luz do fim do dia
No céu tenebrosa, a lua, e o quarto calado
E só, trevoso e largo, o trovão estardalhado
Troando a solidão da chuvosa noite vazia
Devassa... oh! jornada escura de loucura
Que estardalhaça no peito suspiro fundo
E excarcera o medo sem qualquer ternura
Pobre umbroso de arrelia, e moribundo
O sono, pávido e prostrado de amargura
A noite, chuvosa, faz-se lento o segundo.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 25 de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
À MINHA MÃE
Sei que a saudade, mãe! é bastante...
A esta, que não estou mais a teu lado
O aperto no peito, sentir, é constante
Vazio em vazio, um coração repicado
Aflição! Recordação! a cada instante
Ter... Volver, é um perceber replicado
De lembrança, no suspiro soluçaste
De ti, a falta, do teu amor tão amado
Minha mãe! Minha mãe! só saudade!
Estou com saudade! Cá lamentando
Passo a passo, a mais dura realidade
E aqui nestes versos tão maltrapilho
Minhas mãos, trêmulas, chorando
Lacrimejam saudades de teu filho...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Vão te fazer desacreditar do seu potencial,
Te cobrar até você acreditar que não é o suficiente,
Fazer você querer buscar encaixar
Eles não sabe das noites mal dormidas,
Das inseguranças e cobrança constantes,
Eles não sabem que seu grande amor é quem você encontra na frente do espelho
Ou que curte ser naturalmente quem você é.
Eles nunca saberão o quanto lutou pra chegar até aí,
E não deixem criticar seu caminhar, seu jeito e manias
Saiba que você é seu próprio lar
Que você é seu melhor sonho
A melhor versão de si.
Perdão menina.
Já não fechas os olhos quando te beijo os lábios e adoçar a lingua pelo teu corpo. E sinto o teu coração e o teu calor e o teu cheiro. Já não à ternura como antes na ponta dos teus dedos, tu queres e desejas como eu mas esforças-te por não o demonstrar. Querida, queridaaaa.
Mas QUERIDA minha duquesa que eu sei. Perdes-te aquele sentimento de amor e alegria.
Perdes-te aquele sentimento de amor e paixão mas eu vim ao mundo para te fazer feliz e encher-te de amor minha duquesa. Desapareceu, nas vai voltar a encher o teu coração e a tua essência pura Duquesa.
AMÁSIO...
Amásio! Sonho maior e tão cândido
Que nos seduz e embala a emoção
Precioso, terna sensação no sentido
Dum amor apetecido, cheio de ilusão
Bendito e desejado, pleno, querido
Duro, às vezes, mas tino ao coração
Um bem inocente que nasce podido
Na soma, de uma razão da paixão
Aí, genuína e bem, sempre é hora
Nos faz multiplicar pela vida a fora
Cantante na alma, rica e feliz união
Uma ternura indo pelos caminhos
Frágil e forte, a disfarçar espinhos
Arando devoção e tenção pelo chão!...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/02/2021, 07’43” – Triângulo Mineiro
Nós não podemos nos perder ...
O destino fugiu de ter lavras
Nos rabiscos de nosso amar
O que ficou em meias palavras
Podemos escolher o recomeçar
Quero ainda de te saber
Tenho fome desta vontade
Satisfação de poder te ter
Por total, não só metade
Se último for este passo
Levando-me ao início do fim
Saudosar-me-ei do teu abraço
Mas antes, brandarei pra valer
Na voz do poetar, a ti saber:
- nós não podemos nos perder!
(é amor! e amor tem que viver!)....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de maio de 2010, 10’00” - Rio de janeiro, RJ
CONTRAPÉS
Nem tudo que aceitamos gostamos, nem tudo podemos polir ou moldar para nos agradar, evitar chorar e nos fazer sorrir...
Quando não gosto de algo me manifesto de imediato,
porém, se me vejo impotente para amoldá-lo me calo
Simplesmente ignoro e nada falo...
O mutismo, sei, me faz parte e o modismo em rotação do mundo girando!?... Dizem arte de quem flor...
Articulo as palavras, engulo as ações, mas aos poucos risco do meu dicionário, meu mundo e imaginário e fim.
Dependendo das circunstâncias e importância que lhes atribuo, apago e excluo para sempre de mim.
Sempre tive esse poder que me faz exercer com facilidade e assim manter meu espírito aceso e coeso com os coriscos poéticos e a beleza da verdade, muitas vezes mais que óbvia!
Eu GOSTO disso por isso me Rabisco!
AS PAIXÕES
As paixões se expiram como um nevoeiro
São como versos que saem do pensamento
Em vapor de aromas dispersos, por inteiro,
De ilusões, tais plumas voejando pelo vento;
São como tintas que caem de um tinteiro
Tal o pó ressequido no cerrado sedento,
Em um toque são absorvidos tão ligeiro
E tão ligeiro vivem em um só momento...
Mas os verdadeiros, os correspondidos
O “sim” que fica, o “Okay!” que alucina,
Estes ao coração nunca serão sofridos,
Abrasam-nos o ouvido, não são temidos:
Ficam no peito, e numa euforia assassina,
É afeto, é agrado, e ao amor são permitidos.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando