Poema de pensamento

⁠Perdoar -

Perdoar
é o ato de proteger e
ensinar pessoas
(más)
a machucar
você.

Minha gagueira é artista:
Só aparece em público.

Não sei qual tamanho teria o meu amor, se quem o recebesse se permitisse vivê-lo e retribuí-lo.

Tarde -

Chegou como o dia: tarde.
Como a noite: tarde...
demais.

Um recado aos que dizem que me amam:
Eu sei quem são.

Reconhecemos, tão logo, um idiota quando, diante de um absurdo, ele, simplesmente, ri.

Alma Obesa -

Para de alimentar seu egoísmo e exercita sua solidariedade.

Para algumas pessoas, a única forma de felicidade é pensar que outras estão mais tristes que elas.

A ganância é um mal que gera vários outros.

A inveja é o refúgio daqueles que não acreditam em si mesmos.

Por que a felicidade de alguns depende da infelicidade de outros?!

Condição -

Podemos ser tudo o que desejarmos.
Mas somos, tão somente, tudo o que fazemos.

Às Vezes Calar-se é Dizer Mais -

Gosto desses dias em que não tenho forças para revidar maldade, mau-caratismo, podridão.
Ao contrário do que pensam os "fodões": são esses dias que me fazem mais forte, nobre, especial.

Nulo -

Vou deixá-lo, por enquanto, aqui, quieto.
Ele é grande, sincero, cuidadoso, mas não o suficiente para o recíproco. (Mostram-me).
Então, é melhor preservá-lo seguro (ainda que incompleto), no peito (ainda que machucado).
Sentimento: inquieto, calado - nulo.

Desejos Impulsivos -

Aprendes a controlar os teus desejos impulsivos e terás, assim, encontrado (em parte), a chave da sabedoria sobre ti.
Controla-os, não os mates.
Ou então, morrerás de tédio em vida.

Valores (Trocados) -

Tem gente que é capaz de trocar gente por qualquer coisa.
(E falo de gente e de coisas).
Não de gente qualquer: gente.
Mas de qualquer coisa... (qualquer).

QUADRAGÉSIMO SEGUNDO HEXÁSTICO

Deves abortar a ignorância:
Assassina confesso d´alma.
Deves parir toda virtude:
Senhora das integridades.
Da ignorância resta mentiras!
Da virtude, conhecimento!

Aprenda a ler as entrelinhas.
É onde mora a poesia.

É preciso aprender a andar sozinho.
Mas nunca acreditar.

É da alma que a gente fala.
Mas é na carne que a gente sente.