PALHAÇOS Risos, sentados em um pátio... jorge santos

PALHAÇOS

Risos, sentados em um pátio apostados,
Com pés descalços sobre cada laje, reage, como se
A vida resumisse cada conto através de um simples sorriso.
Assobio, desafio de andar em corda bamba,
Sereno é o céu.
E de pé meu verso anda, como se na cama
Servisse apenas para sonolentas horas,
E embaixo de lençóis nossos risos eclodem,
Com bocas vermelhas e caras pintadas,
Com sopros vindos das orelhas e se estendendo
Mesmo sem máscaras.
Mascarar, esconder por trás da vista, deixar de ver,
Sobrepor uma semente por sob a terra para
Cultivar o futuro, um que contenha aplausos, mas
Apenas se houver um riso,
De preferência um bem belo, melhor, de preferência um bem
Sincero.
Espero, sugiro que assim que venha até os lábios não
Se subtraia, contrário, some e multiplique-se
Enveredando os atos no palco,
Contracenando com fábulas de doer
Mas sendo o ator principal a vida e o vencer.
E no término, antes da legenda FIM,
Que entrem em cena todos de volta
Abraçados e de joelhos dobrados agradecendo envaidecido
Todos os aplausos.
Palhaços.