POEMA QUEBRADO Felicidade, prato pleno... jorge santos

POEMA QUEBRADO


Felicidade, prato pleno de algodão,
Malhas de fios finos em tecido
Navio ancorado no porão.

De fôlego e algemas adornadas no peito
É frágil, sacro e moderno,
O rosto corroendo morrendo perto.
Onde o brilho grita descoberto.

Eis-me aqui, alguém conduza o céu de cores,
Flores, torres busquem bosques no chapéu.
E onde estiver à aba, abraça, aperta,
Some simples como um cordel.

De pressa
Em passos corre para o jantar,
De chuva, conduza confusa,
Como se nunca fosse chegar.

Demore não, vento que areia leva,
Na sorte deste deboche o que me morde é a sua brisa,
E na clareza o que não falta é a certeza
De saber tudo o que precisa.

Todos correm
Na pressa de querer, incrivelmente é o obedecer,
Sejas de acordo
Eu suponho um novo entardecer.

E no brilho da primavera
Espera-me um novo outono,
Meu sonho me conduz a você.
Me desperta vida, me indaga sem sono.

Era tarde, mas à hora atingia-me
Em um novo ponto.
De acordo com os meus ponteiros
Só restam alguns minutos para daqui a pouco.