Filhos uma Decepção
A relação de amor que temos com nossos filhos é a melhor resposta que podemos ter do nosso altruísmo caridoso e generoso, porque a oportunidade de exercer está sempre ao nosso alcance.
Considerando o mundo em que vivemos, tenha sempre medo por seus filhos. Um medo braçal, atuante, sempre disposto a socorrer. Medo destemido! E se todos à volta, inclusive o cônjuge não vêem motivo para o seu medo, radicalize: Tenha medo redobrado e não se poupe sequer do medo da falta de medo que lhe cerca. Coragem! É esse medo que nos dá força para proteger os que amamos, proporcionando-lhes uma vida... Sem medo.
Educar as consciências se torna hoje um imperativo para que nossos filhos saibam descobrir o sentido e o valor das coisas e dos próprios atos. Caso contrário, a ciência, a mídia ou outras instâncias mediadoras da cultura se tornam o critério do bem ou do que é verdadeiro e justo.
Por mais que firam as vistas,
que os fatos tomem seus vultos,
pra certos pais extremistas
filhos nunca são adultos.
FILHOS AMADOS... APENAS AMADOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Em uma sociedade onde ninguém conhece totalmente ninguém, havemos de confiar, ter carinho e apostar a própria vida na confiança em alguém. A própria vida. Não a de um filho; de uma filha. Um ser em formação que não saberá se defender, caso a pessoa em questão não seja quem generosamente julgamos. E qualquer pessoa com bom discernimento sabe que as grandes decepções, seguidas de atos como agressão doméstica e violação vêm exatamente de pessoas acima de qualquer suspeita, pois as pessoas que não estão neste patamar já são evitadas naturalmente. Ninguém confia.
É humanamente e legalmente inviável temer um pai, a menos que esse pai tenha dado algum sinal de perversidade ou apresente um histórico, mesmo fora de casa, de atitudes como essas. Mas um padrasto, não. Nenhuma mãe consciente de seu dever como tal, tanto quanto dotada realmente de amor deixará sua filha menor, nem mesmo o filho, aos cuidados desse padrasto, a menos que ele seja mesmo um pai, por adoção, e tenha motivos fundamentados para se sentir assim. Motivos como o de criar essa criança desde recém-nascida, com amor extremado e nenhum sinal, por mínimo que seja, dessas patologias que geram tanto sofrimento. Afora isto ele mesmo, se tiver consciência e for uma pessoa não suspeita, não aceitará que sua mulher ou companheira lhe diga: "fulano, fique aqui com (...), enquanto eu resolvo umas coisas.". Ele declinará. Dirá que não fica, que isso não é certo, e não terá medo de sua esposa se chatear e brigar com ele. Se tiver esse medo, eis um motivo a mais para se supor que não tenha uma boa índole. Pior ainda, se ele cobrar da esposa essa confiança, demonstrando ainda que veladamente, que deseja ficar a sós com a criança em questão.
Pode ser que a pessoa em que confiamos seja mesmo de confiança quase total; 99 porcento, por exemplo, como nenhum ser humano é totalmente confiável, mas... e aí? Vamos deixar os nossos filhos expostos, ainda que às chances mínimas de 1 porcento, de lhes acontecer algo danoso dentro de casa? Não. Uma pessoa que ama de todo o coração não fará isto. Só mesmo aquela mulher sem o verdadeiro instinto materno, e que apenas depois da tragédia irá dizer aos quatro ventos: "Meus Deus! Nunca imaginei uma coisa dessas! Confiava tanto nele!". Não haverá desculpa para tal mãe. Ela terá apostado a vida de um ser indefeso, por uma confiança que só era sua; não dele. Não teve olhos para as possibilidades, mesmo longínquas, do mal que poderia fazer.
Temos que ter a capacidade de optar entre a falta e o excesso de cuidados, nesta sociedade onde a falta, mesmo que mínima, pode cair nas malhas da tragédia. Será mais feliz a mãe que apostar no excesso de cuidados, pois terá fechado todas as portas para qualquer mal contra seu filho ou filha. Se muitos cuidados serão desnecessários, ela nunca saberá quais, ou até mesmo se todos foram. E se algum cuidado será de fato necessário, ela o terá tido na hora certa, mesmo sem saber, porque sua hora será qualquer hora. Já aquela que resolver pecar pela falta, quiçá pelo meio termo, correrá o risco de proteger seu rebento nas horas desnecessárias e não conseguir fazê-lo nas necessárias, também por não adivinhar.
No fim das contas, a máxima desta questão: preocupe-se com seu filho ou sua filha. mais do que isso: ame. Pelo simples fato de amar, você terá olhos atentos e atitudes zelosas com quem precisa de sua proteção a todo custo e a qualquer hora. Lembre-se de que filhos apenas mimados pelo nosso excesso de zelo terão chances de amadurecer, ainda que um pouco mais tarde, e mudar... já os filhos largados ou criados sem esse zelo, poderão se tornar facínoras... e facínoras, muito dificilmente se recuperam, além de quase sempre morrerem muito cedo. Pensem nisso.
CRIAÇÃO À MODA ETERNA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Os nossos filhos pequenos merecem todo o medo real do mundo que nos cerca. Não só merecem, como precisam desse olhar extremado que não abre a guarda e vai lá no fundo. Mesmo quando não há fundo. Mergulha intempestivamente no caos das verdades farpadas do tempo em que vivemos.
Tenhamos medo por eles, para eles não o terem depois do tempo nem nos contextos equivocados que de nada valerão. Apostemos o nosso couro, quantas vezes quisermos, mas nunca suas essências, no que não é de nosso alcance. Evitemos as ausências disfarçadas; as distâncias amenizadas por presentes; as terceirizações em nome da independência precoce. O sossego prático e frio de nossa confiança nos corações externos.
Eles tanto precisam do nosso exagero, quanto sentem profundamente a falta do excesso desse amor, quando nos rendemos ao descanso de respirar sem culpa e susto... à paz da consciência adquirida por conceitos modernos de criação menos vinculada. Só no passar dos anos, os filhos percebem todo o abandono que lhes demos com belas nominatas contemporâneas embrulhadas em bonitos discursos profissionais.
Sejamos os pais de que a inocência filial precisa. Logo a vida privará os nossos filhos dessas loucuras de amor, mas essa perda tem cura. Ela virá na saudade sempre terna e risonha do que não lhes faltou no tempo em que tiveram a proteção - ou superproteção - de tantas preocupações afetivas.
PARA VIVER UM GRANDE AMOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Com toda a liberdade que os filhos devem ter para brincar, fazer amigos, conviver com outras pessoas queridas, a presença dos pais deve ser a mais constante; a mais forte; mais significativa. Dar-se ao luxo do belo pleonasmo de ser a presença mais presente.
Filhos até se acomodam, mas não querem a liberdade extrema de quase não ver os pais. A tristonha liberdade – ou abandono - de ter em outros rostos os mais vistos. Em outras vozes as mais ouvidas. Em outros nomes, os mais chamados nas suas horas de angústias e dúvidas infantis.
O exercício da maternidade/paternidade exige tempo e presença. Contato constante. Evidentemente, o trabalho nos afasta um pouco desse contato, mas deve ser a única justificativa – não forjada – para não estarmos perto de nossos filhos. Melhor ainda, se os filhos tiverem a certeza de que um dos pais estará sempre com ele, na ausência do outro.
Todo filho, ao crescer, será muito mais feliz se tiver a lembrança de que foi educado pelos pais. Não por um monte de gente. A educação fragmentada deixa buracos irremediáveis na vida e no caráter do ser humano, e todo ser humano há de cobrar aos pais – ou a um deles - por esse buraco, e não há de ser das melhores formas de cobrança.
Exercite ao máximo sua maternidade, ou paternidade, no tempo de que dispõe, e procure dispor do máximo possível, de tempo. Pelo menos do seu tempo com os filhos. E se esses filhos têm sua guarda alternada, por questões de separação dos pais, a razão é mais forte ainda, para você aproveitar ao máximo esse tempo já dividido.
Quem se livra do filho, deixando-o constantemente aos cuidados de outros, mesmo nos casos em que dá para ficar com ele ou levá-lo em suas saídas, perde a chance de viver um grande amor. O maior amor de sua vida. A história mais bonita que poderia escrever.
EXPECTATIVAS FILIAIS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Filhos querem contar com nossos olhos,
nosso brilho de alerta e nosso excesso,
pois o preço daquele "deixa estar"
manda suas cobranças para eles...
Eles gritam com gritos ou silêncios
quando a vida lhes fere no vazio,
tira o brio, lhes priva de autoestima
e revela que somos vãs miragens...
Pedem erros, acertos nas ações,
atenções necessárias e nem tanto,
cismas justas, injustas, extremadas...
O que filhos não querem é distância,
nem a calma que diz que tanto faz
ou a paz que relaxa e lhes expõe...
EDUCAÇÃO VISCERAL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Nossos filhos não aprendem quase nada com os nossos discursos profundamente moralistas e as censuras que lhes impomos. Aprendem muito mais com o que somos e comparam, passo a passo, o que fazemos com o que dizemos. Isso é lei. Não divina nem humana. Mas do tempo.
Com a nossa hipocrisia, eles podem se tornar adultos ainda mais hipócritas ou até pessoas bem melhores, mas neste caso, por absoluta falta de admiração. De uma forma ou outra, sempre haverá um abismo que os fará sofrer e amargar lembranças indeléveis.
Não cavemos em nossos filhos, os buracos evitáveis. Doenças, dificuldades financeiras e até fome ou defeitos cabeludos que não deponham contra nosso caráter podem ser totalnente superados em suas memórias... mas nenhuma hipocrisia será perdoada, sob qualquer pretexto.
PORQUE SOMOS PAIS
Demétrio Sena - Magé
Filhos a gente acolhe. Repreende, critica os erros, aconselha e lamenta, mas acolhe. E como quase todo mundo é cristão, acredita em Deus, este ateu pergunta, com base na própria máxima cristã: não é esse o exemplo que O Próprio Deus dá? Ou não é dito nos templos, que Ele odeia o pecado, mas ama o pecador? E quem somos nós, meros pais/mães, para nos sentirmos superiores a um filho, uma filha?Aprendemos com os nossos erros e podemos, sim, tentar evitar que os filhos sofram com os próprios, porém, se não conseguirmos, eles farão o mesmo que nós fizemos; darão cabeçadas até entenderem onde estão os limites da vida.
Seja como for, filhos a gente ama. Não põe panos quentes, não apoia burradas nem os esconde para não pagarem por eventuais crimes, mas ama. O amor é acolhimento... abraçar para sempre, não importa a idade... é não promover o conceito inaceitável de ex-filho. É deixar levar os tombos, quando não tem jeito... ver sofrer as consequências e depois lamber as feridas, porque os nossos pais fizeram isso por nós, e se não fizeram, estavam errados, porque não agiram como pais; apenas como juízes de condenação fixa... sem julgamento justo.
Filhos a gente acolhe; ama; perdoa; respeita... entende que são seres humanos cujas falhas muitas vezes puxaram pelas nossas. E que esperam de nós o que também esperamos dos nossos pais, quando foi a nossa vez... quando fomos filhos.
... ... ...
#respeiteautorias É lei
O MUNDO MELHOR A PARTIR DE CASA
Demétrio Sena - Magé
Criemos filhos com amor; informação honesta, realista, valorização cultural, cidadania e liberdade. Aprendi, como cidadão não religioso, mas que admira o cidadão revolucionário Jesus Cristo, que a graça está acima da lei... o amor é o parceiro mais confiável da justiça.
Venho de um tempo em que a vara, os punhos e pontapés eram símbolos da educaçao. Mas eu não concordava, como filho, nem com um tapa. A força física ou as ameaças como xingamentos e advertências truculentas tornam o ser humano inseguro, dissimulado ou, na maioria das vezes, violento contra filhos, cônjuge, sociedade.
Tenho duas filhas de bom caráter, trabalhadoras, incapazes de prejudicar ou machucar pessoas. Foram criadas sem surras. A vara, incentivada nas igrejas, não fez falta na formação delas. E mesmo não tendo dado surras, acho que errei quando, algumas vezes, fui mais exaltado nas palavras, que nunca foram de xingamento, porém exaltadas. Hoje nem essas palavras fariam parte da criação de outra filha ou filho.
Nascemos para evoluir. A Bíblia, que não rege minha vida, mas tem ensinamentos louváveis, evoluiu quando Cristo achou necessário transgredir as leis truculentas do Velho Testamento, para instituir o Novo, no qual prevalecem a graça, o amor e a paz, na resistência aos males da humanidade.
Precisamos contribuir com a extinção de velhos conceitos, inclusive literários, e preconceitos que amarram a evolução. Além do amor, criar filhos orientações realistas (não surreais), liberdade de pensamento e ação, principalmente com exemplos, e permitindo que eles sejam quem quiserem, é a semente para o mundo melhor.
Os testamentos do tempo precisam atender às novas realidades. Atritos de gerações, que tornam a humanidade violenta, nada mais são do que a fuga dos domínios pelo outro. Fugimos dos domínios dos pais, dos mais ricos, mais fortes e/ou poderosos, crendo na reversão, pelo domínio sobre eles, o que gera mais atritos.
Quando ninguém representar ameaça ao outro, construiremos o paraíso aqui. Não em um reino superior. Pensemos nisso, com a criação indolor, sem traumas e revoltas, dos filhos. Creio na evolução humana. Retrocessos como nos últimos anos, acho imperdoáveis.
... ... ...
#respeiteautorias É lei
Pais amorosos não abandonam os seus filhos quando estão passando por dificuldades. Eles enfrentam a intempérie juntos. Se os pais soubessem quanto mal podem fazer a um filho com o abandono, pensavam bem antes de abandoná-lo.
O nosso melhor investimento consiste em tratar bem os nossos filhos e educá-los de uma forma equilibrada.
Não considero completamente humana uma família onde os irmãos não gostam dos irmãos, os filhos não gostam dos pais, e onde os pais não gostam dos seus próprios filhos.
Quando Deus nos gerou, e nos regenerou pelo poder do Espírito Santo, e nos tormamos os seus filhos através de Cristo. Recebemos unção, e capacitação para vivermos sob a dispensão da sua graça em todo tempo.