Jean la bruyère
Eu a amo, mas já não sinto tanto desejo em ficar. Adoro ve-la dormir, mas me sufoca a ídeia da pessoa que se tornar ao acordar.
Não sei quem é você que dorme comigo todas as noites, mas seja lá quem for, seja aquela que escolhi para tal.
Você gosta dela? Assuma. Você pensa nela? Diga a ela. Você ama beijá-la? Beije-a. Você tem ciúmes? Demonstre. Você gosta do sorriso dela? Então a faça rir. Você lembra de alguma música quando pensa nela? Mande para ela.
Hoje eu vou pro lado de lá, buscar o que me agrada aos olhos, aos sentidos. Não tenho interesse em nada que ofereçam ao coração, eu vou levando tudo de mim, não pretendo voltar pra buscar o que quer que seja que eu tenha deixado. Se deixei, não ache que o esqueci, só não queria mais comigo.
Sei que tudo nessa vida passa, e la na frente, quando você se lembrar de mim, saiba que um dia eu tambem passei, mas com uma vontade imensa de permanecer...
LE TEMPS DE LA DANSEUSE
Sim, como queiras! Faço parte dos degenerados
Melhor que a cegueira de tecer frágeis rimas
Neste ridículo circo de infindáveis pantomimas
É pertencer ao mundo dos hábeis desequilibrados
Vês? Percebes? Sentes como a maldade contamina?
Ainda ontem tu sorrias com ares debochados
E agora, jovem mancebo, porque estas amargurado?
Oh, pobre coitado! Ao passado, espertina?
Come então a carne com o sangue que feriste a esmo
Prova do mesmo cardápio, larapio de sonhos
demi-plié ao sabor do desamor, a ti, ao mesmo
Dança bailarina; aplomb ao derredor do ser bisonho
Encima a valsa da vingança, rompe e lança ao supremo
O extremo do amor, sissone en avant, com ódio tristonho
COMO UM BEIJO
Gostaria de sentir você comigo agora
O tempo passa e eu não esqueço
Que ao seu lado pude ser eu mesmo
Como em uma nudez pura
Sob olhos de casta lembrança
Pecados são aqueles não ditos
Pois o que vejo são prisões
Falta de vontade de ser natural
Aos poucos vejo você mais distante
Este jogo parece consumir meu sangue
Sinto falta do meu particular
Pois não consigo sentir a realidade
Já que a mim só restam mentiras
Uma falsidade controvertida
Uma luz desperdiçada de manhã
Aquele brilho no olhar parecia algo
Será que o amor consegue ser bifurco?
A lucidez não me ensinou a fingir
Apesar da minha falta de vergonha
Fiz de tudo para ficar estático
Mas o que seria do amor sem a entrega?
Apenas um conceito autodestrutivo
A melódica discordância dos sentidos
E o repúdio da carne ao pensar em você
Entrelaçado por meio a pernas estranhas
Desistiria deste plano ao acaso
Mas agora há mais cartas na mesa
Imponho-me a retroagir sobre o ciúme
Pois é devagar que se consegue a calma
Precisavamos conversar hoje
É natural pensar em um fim
Mas é questionável um detalhe
Será o fim o nosso começo?
Ou apenas o início do adeus?
Não preciso de sua dúvida agora
Apenas responda meu “sim” com um beijo.
Meus olhos brilham, com o sorriso em meu rosto...só de imaginar que um dia posso ser feliz ao seu lado!
A Criança ainda é o sorriso do futuro na face do presente. Evangelizá-la é, pois, espiritualizar o porvir, legando-lhe a lição clara e pura do ensinamento cristão, a fim de que, verdadeiramente, viva o Cristo nas gerações de amanhã.
Sim,cometo erros,desacerto,inexactidão.Mas está sempre lá uma maneira de corrigi-los,e graças a Deus,eu sempre a encontro.
Nossa amizade foi como tomar uma xícara de café: demorei para tomá-la e, quando percebi, o café já havia esfriado. Quando quente, não aproveitei. Não o saboreei. O que me resta é a vontade de voltar atrás, de esquentá-lo novamente para bebê-lo agora, quem sabe, tão quente. Mas a verdade é que o café, mesmo depois de requentado, não terá o mesmo sabor. Não será mais como antes. Nem a nossa amizade.
Sinto o coração apertado e a cabeça doendo. Os meus monstros ainda estão no armário e lá fora tem apenas o vazio da noite, assim acredito. Fecho os olhos, o sono está atrasado novamente, deve ter se perdido em alguma esquina qualquer. Meus sonhos ficaram com ele e eu os preciso, porque aqui só tenho lembranças que não me importam, na verdade importam e muito. O relógio bate seu eterno tic-tac, marca que são 3:21, será que meu sono não virá hoje?
O armário começa a sacudir, eu desço da cama, o chão está frio, eu abro o armário e de lá saem os monstros, lembranças, muitas lembranças. Não são ruins, ao contrário, são muito boas, mas o que me mata é que acabaram tudo bem, nada é eterno.
Deito em minha cama com a caixa de fotografias enquanto o sono não chega e uso minha imaginação, porque ela me leva para a eternidade.
Porque quando estiver la em cima e esquecer de mim, você terá deixado lembranças em mim que o tornará inesquecível para meu coração!