Amor Adolescente
Uma dose de tequila, 2 de amor próprio, e inumeros amigos para afogar as magoas e viver um dia após o outro.
MEIO AMOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Embora sempre ouça de alguém a mesma explicação esdrúxula, foi com espanto e frustração que ouvi uma grande amiga explicar seu motivo para não visitar um parente hospitalizado: ela não gosta de hospital. Ainda emendou que também não vai a velórios e sepultamentos, porque “não curte” capelas mortuárias e cemitérios.
Bem que tento entender minha grande amiga, exatamente por ela ser minha grande amiga, levando em conta o seu temperamento sempre alegre. Seu despojamento, a expressão leve, o rosto cheio de luz. Inquieta, enérgica, cheia de vida, ela nunca dispensa uma balada; malha todos os dias; é flamenguista convicta e não perde um só jogo do seu mengão.
Mesmo que aceite a explicação, não consigo evitar o meu lamento. Confesso que não por ela, mas por mim, pela consciência de que não contarei com sua presença, caso fique doente ou me aconteça o pior. A menos que eu seja hospitalizado numa discoteca; velado numa academia de ginástica; sepultado num estádio de futebol.
Não viva relacionamentos de fachadas
Não finja que é amor se não for
Seja de verdade e não uma farça!
Deixai que o amor encha o vosso coração, e isso é o suficiente!
Aglomerado de hipócritas, tão frio de amor, cheio de liturgias, e com suas religiosidades, acostumados em fazer o papel de fariseus, usurpando tirando dos escolhidos do Senhor o direito da comunhão que qual foi dada por Cristo Jesus.
Se sentirmos falta de um falso amigo, ou de um falso amor, ou de uma esperança falsa. é porque nossa realidade é tão vazia, que faz nossa alma ponderar entre um falso existente, a uma realidade ausente
Não me compare, sou incomum! não me pareço com ninguém se não comigo mesmo,sou passado de amor, sou presente de dor, sou o sonho de um futuro. Sou meu eu, e mais nada.
O sofrimento sempre passa, enquanto que o amor é eterno. Não desperdice este presente que você recebeu de Deus.
Museu
Há pratos, mas falta apetite.
Há alianças, mas o amor recíproco se foi
há pelo menos trezentos anos.
Há um leque — onde os rubores?
Há espadas — onde a ira?
E o alaúde nem ressoa na hora sombria.
Por falta de eternidade
juntaram dez mil velharias.
Um bedel bolorento tira um doce cochilo,
o bigode pendido sobre a vitrine.
Metais, argila, pluma de pássaro
triunfam silenciosos no tempo.
Só dá risadinhas a presilha da jovem risonha do Egito.
A coroa sobreviveu à cabeça.
A mão perdeu para a luva.
A bota direita derrotou a perna.
Quanto a mim, vou vivendo, acreditem.
Minha competição com o vestido continua.
E que teimosia a dele!
E como ele adoraria sobreviver!