Agora
"Como o poderia eu saber, aliás, pois que além dos nossos corpos agora separados, nada nos ligava, nada nos lembrava um do outro"
Lagarteando
“Casei
Engrandeci
Achei que era eu
Dona de meu nariz
Agora
Senhora
Dona das minhas horas
Só eu não sabia
Que neste ensejo
Era outro fruto”
Aprontei-me, modifiquei o tom de voz para cara metade, dona do
mundo, de mim, dos outros em meu caminho.
Acima dos conselhos, arrastando outro sobrenome que nunca residiu em meu nome e escolhi:
– Qual carne, senhora!? Filé, contrafilé, alcatra, coxão-mole?
Pensando: ”coxão-mole jamais, nunca...”
– Que é isto aqui?
– Lagarto senhora.
– Tá bonito. Quanto pesa?
– Dois quilos.
– Pode cortar em bifes de um dedo de espessura (cara-metade gostava).
Pronto, dei ordem, criei coragem. E o pior, ele obedeceu,vendeu e eu comprei a idiotice.
Aprontei a mesa, taças com haste longas, toalhas de linho, porcelanas dos antepassados, purê de batatas com queijo roquefort à luz de velas.
Frigideira ao fogo, azeite espanhol para fritar e os bifes de lagarto, com um dedo de espessura enrolaram como orelhas.
Comemos só purê com vinho tinto, culpei o açougueiro e o cachorro passou bem.
As velas derreteram, me envolvi no calor de apaixonar.
Minha sogra não viu, e nesse andamento, não revirou meu lixo. Sucesso apaixonado e estendi minha receita com proveito.
E o dia alvoreceu em paz.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Tem amigos que eu deixei escapar como água...
mas agora vejo que preciso deles assim como preciso de oxigênio.
É que as vezes, tudo parece desmoronar...
Tudo o que fazia sentido e se encaixava, agora está imerso ao tempo, ao acaso e a gravidade inerte a tudo.
Queria que agora fosse a minha vez de aproveitar a vida
Chegar lá fora e dizer:Livre!
E todo mundo ouvir
Andar pelas ruas sem ter que fugir
Empatia era algo que tínhamos e não sabíamos o nome. Agora é algo de que sabemos o nome e não temos.
Lembra que houve um tempo
em que era tudo imaginação?
E agora é real.
Imagine.
Quantas coisas lindas
começamos a tornar reais
no momento em que as ousamos
imaginar.
Faz tempo,
Tempo, muito tempo,
Faz parte, fazem partes
E a vida.
É nada.
Estou cantando agora.
Pre vc.
Ouvir ...
Outra pessoa.
É que as vezes acho que sou
A melhor pessoa,
Para tirar a sua realidade,
E a última, e e primeira.
Eu bem sei que não sei quem eu sou.
Mas eu penso nisso as vezes.
"Os iguais se atraem, não os opostos".
Pense em tudo que vc não admira em alguém e agora imagine vc vivendo com esse alguém. Repito, os iguais se atraem, não os opostos.
Como se já não bastasse a saudade do que ainda não se viveu, agora temos saudade de olhar no espelho e reconhecer aquilo que um dia chamamos de “EU”.
Terremoto mental do medo
Você sabe o quero dizer?
Se ocorresse agora um forte terremoto
E você estivesse deitado na cobertura do prédio
Olhando para o iluminado céu estrelado...
Sentiria o pico do medo?
Derramaria lágrimas como orvalho
Ou clamaria para o sagrado
Para curar a sua fobia?
Desejaria um novo amanhecer
Clamaria para ver a mamis
Ou para ouvir novamente
O canto dos pássaros
Na beira do rio?
O que você faria
Com esta desagradável angústia?
Desejaria o direito por um novo dia
Para ter seus desejos hostis
De viver agradáveis amores doentios?
Desejaria
Sentir-se vivo
Em liberdade
Ousando na criatividade
Como os voos dos sábios?
Se tudo ao seu redor tremesse fortemente
O que você faria para não se perder
No universo mental do medo
Sentindo-se desamparado?
Lutaria bravamente para vencer o caos ou
Morreria sentindo o medo do fracasso?
Marivaldo Pereira Souza Mperza
LAPIS CADERNO LIVRO
pega, moleque,
Este lápis caderno e livro
Agora estuda, que é teu direito
Negado a nossos antepassados
Escreve calcula e lê
Nas estrelinhas das estórias
Da história mal contada
E desarma armadilhas seculares
E seja para sempre, moleque,
Gente preta sim!
Feliz estudada empoderada
Que é teu direito,
Negado a nossos antepassados.
Agora me vou para minha triste solidão, onde estou rodeado por todos, mas no meu âmago, estou só. Afogado num mar de sentimentos, preso numa cela de pensamentos. Meu coração dói e meu mundo se corrói, enquanto lá fora a chuva cai e o vento sopra, fico aqui ouvindo a infinita ópera que se tornou o meu pranto, e que hoje eu me espanto, mas que já não posso abandonar, pois, aqui, nesta cela escura e fria, aqui é o meu lar.
Gritos da alma
De maneira profana e ardilosa agora meu espírito clama
Não se sabe ao certo o que ele deseja, mas eu choro
Choro desconsoladamente, o choro dos não compreendidos
Sofro por está colhendo os frutos amargos da minha pior colheita
Onde estarão aquelas mãos que sempre me confortam
Onde posso encontrar o abraço do consolador de outrora
Sinto-me tão só, tão perdida, desprovida de sonhos e esperanças
Seria eu agora incapaz de reerguer-me, de superar com sempre fiz?
Por onde vaga meu espírito que agora perde-se de mim?
O que pensar agora, se estou a vagar, prisioneira de meus próprios medos?
Como posso eu agora ser liberta da escuridão que me invade?
Minha mente escureceu-se, minh’alma gélida, meu espírito...
Seria a morte em mim, nesta sensação de terror que me domina?
Oh, minha paz....! Dói não sentir mais a brisa no rosto!
Os suspiros cada vez mais distantes, mais ausentes, só silêncio
Um silêncio que não traz paz, um siLêncio de terrível desespero
É este o silêncio que trago dentro de mim agora, desalador
Quero ainda gritar, mas nada consigo, nada consigo sussurrar
Que pavor terrível! Que angústia! Deus! Eu consigo pensar...
Deus! Eu clamo a Tua misericórdia... é o que penso agora...
Um toque suave... o ar entra em meus pulmões, alívio!
Sinto uma brisa a me tocar, uma boa sensação me invade
Respiração profunda e suave, um sussurro: _você esta viva!
Sinto-me outra vez, meu espírito voltou e eu estou bem.
Busque sempre o que for melhor para você, hoje, agora, sem perda de tempo, pois a vida é curta e o tempo voa.