Textos de Fabrício Carpinejar
“Quando você descobrir que não precisou inventar a mulher que você ama, que ela existe com toda telepatia e compreensão que jurava jamais testemunhar, você olhará o passado com empatia e sincero perdão. Será generosamente imprevisível. Não mascará fofocas, apagará os desaforos, conhecerá a gentileza de dia e o cuidado de noite. Derramará em seu sangue uma overdose de ternura. Seus olhos estarão empilhados de estrelas. Os engradados das árvores estarão sendo abertos pelo jorro da luz. O amor é libertador, o amor é a redenção fiscal, o amor de verdade expira as sentenças.”
Complicado o negócio de ser feliz. Desisti, portanto, de minha felicidade para deixar os outros felizes. Abri mão das coisas. […] Eu não pensava em minha felicidade. Nem que a tinha escondido para nunca mais rever. Já não me lembrava onde estava: atrás de que livro? Que autor? Qual estante?”
“Se você recusou sua rotina, deixou de fazer aquilo que mais gostava em nome de alguém, torrou seus bens, abandonou os amigos e os prazeres mais fundamentais, isso não é amor, é paixão. A paixão é uma fatalidade , o amor é uma escolha. A paixão é egoísta, o amor é generoso. A paixão é renúncia, o amor adapta. A paixão é confinamento, o amor é abrigo.”
Que eu não troque a sinceridade pelo orgulho, que minha saudade seja maior do que a teimosia, que não finja que sou forte, que não tema minha exposição, que procure ser honesto com o que sinto ainda que custe sofrer mais, que eu não seja dramático com o tempo contra, que tenha paz em mim para não me ofender com as diferenças. E principalmente, que somente meu coração decida, mais nada, mais ninguém. Amém