Coleção pessoal de samuelfortes

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Solidão Aristotélica


Armei minha solidão
Pra me defender
Do pecado da existência

Sem suprimentos
Matei-me com um sorriso
Morto pendurado de esperança

Fui acusado de ilusão
Meu Paradoxismo
Era muito radical

No final do meu surto
Ninguém sabia dizer
Se fui bom, ou era mau

⁠Quando toda nossa vida cabe em um celular, o vazio é portátil.

⁠Não te espantes com máquinas, com invenções de última hora, inacreditável é a quantidade de elementos que ainda não obedecem os homens.

⁠Encontrando um sentindo, no sentido de ser encontrado, despeça-se de si, não se apegue ciosamente ao que já se tornou. Desfrute dos benefícios da impermanência, do frutuoso ritual de renascer, porque do vazio que lhe sobra, um novo ser apodera, e é assim que evoluímos. Somente a luta mudará a vida.

Descarrilhado


⁠Natureza
Pra ser
Natureza

Precisa
De quatro
Estação

Trem de ferro
Esse trem

Só de uma
Só uma
E tá bão

Café com pão
Café com pão
Café com pão

Muita força
Muita força
Muita força

Vou depressa
Vou correndo
Que só levo
Pouca gente

Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...

⁠Como é que eu sei que a vida está aplaudindo a vida ? Quando a vida não quer que a vida passe, viva a vida de tal maneira a desejar a eternidade do instante vivido.

O Assuntá de Assentados

⁠Um
Gostoso
De
Se sentir
Bem

Manhãs
De domingo
Na pracinha

Turma
De sempre
Reunida

Alí

Assentados
No degrau
Da porta
De aço

Um
Encostar
De corpos

Divina
Sensualidade
Contida

Céus
E terra
Se
Fundindo

Secretos
Amores
Nem tanto...

Tempos
De adolescentes
De
Outros tempos

⁠Assim como desabotoamos e abotoamos olhos, não abotoamos vidas, não quando o abotoar seja o terno que seja eterno.

⁠" Mal, não é viver
Mal, é não viver."

⁠Regionalismo Mineiro

Apito
De trem
Que
Lá vem

Apito
De trem
Que
Envem

Apito
De trem
Faz tremer

Trem
De saudade
Passageira

Trem
Que não
Vai passar

⁠O Mito de Sísifo

Segundo Camus, o suicídio é o único problema filosófico. Muitos visualizam no suicídio, somente uma maneira de conseguir o que almejam, a saber, extirpar o absurdo da existência. Então, provavelmente, ou é um pico de angústia muito alto, aliado a essa não subjetivação ou um pico, uma angústia contínua e perene que vive como ruído. É um pico de sofrimento tão alto e com pouco recurso para simbolizar esse sofrimento, você tem como defesa, desafetar, ficar em uma lógica um pouco cool, sendo mais da metade Blasé, sendo expert em defesas desinfetantes ou maníacas, indo ao movimento do consumo e se entretém e, quando você entra no olho do furação e enxerga sua própria vida, história, você mesmo não tem recurso, não tem pensamento, não tem formação psíquica, não possuindo conteúdo mental, verbal, simbólico, físico, sem linguagem, potencialidade, se ausentando da inteligência psíquica, cognitiva, para fazer face à vida, e se extingue o conhecimento e a consciência. É muito mais como uma defesa para uma angústia, para um afeto muito avassalador do que uma decisão de que está bom para mim.

⁠Trocar o ensino filosófico por educação financeira, é preferir ensinar o aluno a lidar com o pouco que ganha do que permitir que ele questione o porquê ganha pouco.

Cervantes, conhecia muito bem a loucura. ⁠"Não são gigantes, são moinhos de vento." Cervantes, assim como Dostoiévski, soube transformar o sofrimento pessoal em arte de caráter universal . Dom Quixote é muito amigo meu: dois loucos com dignidade. Na visão de Franz Kafka, Quixote, na verdade não existia e era na verdadeiramente um dos demônios do tormentos de Sancho, sendo assim, seu verdadeiro protagonista.

Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano. Assim, para este, os ideais arquetípicos são a vontade de verdade, a vontade do escravo, do ressentido. No entanto, quem de nós pode ser plenamente livre desses ideias? A ideia de além-homem, super homem, é também um ideal arquetípico, uma utopia de uma mente desesperada. Não tem como, não há como fugir realmente: ou cremos que há uma transcendência ou vivemos na ilusão arquetípica do nosso próprio desespero.

⁠O homem não pode suportar uma vida sem significado, pois somos a origem de todo mal vindouro, o Ponto G não existe apenas nas mulheres, talvez o encontre nos tímpanos. Viciou minha retina, virou minha rotina.

O Astronauta de Mármore

Viajar
Viajou

Não viaja
Mais

Fantasiar
Fantasiou

Não fantasia
Mais

Glamourizar
Glamourizava
À tudo
À todos

Todo
O tempo
Que

Não mais

Desanuviar o Olhar.


Tal qual o poeta
Venho colecionando sóis

Para

Que minhas retinas
Não esqueçam do que é bom

As coisas têm o valor do aspecto
E
O aspecto depende da retina

⁠O fracasso é por vezes uma zona de conforto, todo esforço intenso gera cansaço. O que gera estresse é o esforço sem sentido.

Ser Tão Nordestino

⁠Andano
De pé
Descalço

Andano
De pé
No chão

Pisano
Terrinha
Fria

Ou quente
Se é
Verão

Saudades
Sentiu
E muito

Do tempo
Em que isso
Era bão

Bem bão
Era bão
Como era

Bão mesmo
Danado
De bão

Alpendre da Varanda

Vive
No mundo
Da lua

Na certa
Não tem
Pé no chão

No alto
Cabeça
Pra baixo

Do mundo
Tem outra
Visão

Na estrada
Ao contrário
De todos

O resto
Na
Contra mão

Um olho
Na trilha
Mesmice

O outro
Caminha
Por si

“Ilusões
Visões
imenso

Segredos
Que
Não tem
Fim”