Coleção pessoal de pensador
Sem um leitor, um livro era uma lousa em branco, um objeto sem respiração ou pulsação próprias. Mas quando um livro se tornava parte do mundo de uma pessoa, ganhava vida, com um passado e um presente – e, se bem cuidado, um futuro.
O número de vidas que somos capazes de viver é limitado apenas pelo número de livros que escolhemos ler.
Livros são sentimentos. Eles existem para nos fazer sentir. Para nos conectar com o que está dentro, às vezes, com coisas que nem sabemos que estão lá.
Lemos não para escapar da vida, mas para aprender como vivê-la de forma mais profunda e rica, para vivenciar o mundo pelos olhos do outro.
Capoeira quem te mandou,
capoeira, foi teu padrinho.
O berimbau retinindo
na corda retesa,
cadência marcada
da ginga do jogo.
Zum, zum, zum,
capoeira mata um.
A perna direita
lançada pra frente,
o peso do corpo equilibrado na esquerda,
os braços jogando
de um lado pro outro…
Capoeira quem te ensinou?
De repente uma queda,
o capoeira na terra,
o aú,
de cabeça pra baixo,
as pernas no ar,
a rasteira varrendo
como foice no chão,
o corta-capim, o rabo-de-arraia,
e o inimigo caindo
de supetão,
ao puxavante
da baianada.
Luta africana
que o mestiço encampou,
que os guerreiros da mata,
quilombos, palmares,
souberam jogar.
Que o angolano nos trouxe,
que o mestre Pastinha nos soube ensinar.
Coreografia. Jongo do povo.
Zum, zum, zum
capoeira mata um.
Capoeira é uma arte,
com história nacional.
Quem a ela se dedica,
tem consciência social.
Ginga é o movimento,
de beleza sem igual.
Capoeira não é só,
movimento corporal.
É também conhecimento,
herança cultural.
De um povo obstinado,
pela liberdade pessoal.
Minha arte capoeira
Minha arte capoeira,
pratiquei a vida inteira.
Sou poeta capoeira,
dessa vida gingadeira.
luta, dança poesia,
capoeira é harmonia.
Os capoeirista têm que aprender, o mundo é a escola que nos aprendemos, é a natureza que nos dá prazer, procuramos os elementos de boa vontade, que ofereça lições para o bem-estar dos nossos interesses.
A capoeira é arte,
Cultura, filosofia,
Folclore, educação,
Esporte, é harmonia,
Fonte de inspiração
De quem cultiva poesia.
Eu sou capoeira
Sou força do vento em pleno combate
O medo do medo é parar na minha frente
Sou arte e meu ventre abriga mais arte
Sou antes de tudo a mãe dessa gente
Sou canto contente, lamento e pranto
Lembrança do tempo dos gritos no tronco
Sou tranco potente pro corpo e a mente
O manto do preto e o respeito do branco
Sou ouvido atento que evita o atrito
Esperto é quem vê e contorna o perigo
Sou escola que ensina o valor do amigo
Sou Mola que impulsa o amor irrestrito
Sou essência, ciência, cadência e axé
Aquilo que sou outra coisa não é
Sou balanço do mar e navalha no pé
Sou luta pra homem, criança e mulher
Sou poeta e recito que Deus é maior
Instrumento que excita, uma corda e só
Quando vêm reco-reco, pandeiro, agogô
Atabaque dá eco lá em Salvador
Sou mandinga de salto, asfalto e poeira
Sou chuva pesada, leve, passageira
Ginga compassada, tombo da ladeira
Prazer, me apresento, Eu Sou Capoeira.
Os 21 anos demoraram uma vida inteira. As pessoas dizem que eu pareço feliz só porque eu fiquei magra.